17.7.05

A União Europeia e a globalização

Ensaio sobre o Liberalismo

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Primeira potência comercial do mundo, a União Europeia representa 20% do volume total das importações e das exportações a nível mundial. O comércio livre entre os seus Estados-Membros lançou as bases para o êxito da criação da U.E. há quase 50 anos. Por conseguinte, a União assume hoje um papel de liderança nas iniciativas de liberalização do comércio mundial, no interesse mútuo dos países ricos e dos países pobres.

Globalização foi o termo escolhido para designar a expansão a todo o mundo do movimento de bens, serviços, capitais, tecnologias e pessoas, à medida que os países se abrem a um contacto mais amplo. A globalização pode gerar mais riqueza para todos, embora também possa produzir efeitos negativos, pelo que deve obedecer a normas internacionais. O comércio global deve ser regido por regras de conduta bem definidas a nível mundial.

A União Europeia (UE) representa todos os seus Estados-Membros em questões de política comercial e na Organização Mundial do Comércio.

A UE luta pela definição de regras transparentes e mais justas a nível mundial e procura atenuar os aspectos negativos da globalização, certificando‑se de que os países em desenvolvimento extraem benefícios do comércio livre. A União Europeia envolve os cidadãos na política comercial e inclui normas ambientais e sociais nos acordos comerciais de que é parte.

A globalização significa que cada vez mais países, ricos ou pobres, participam na economia mundial, num processo que está a mudar o modelo do comércio mundial e a influenciar cada vez mais a nossa vida quotidiana.

A riqueza que o comércio pode gerar ajuda os países da União Europeia (UE) a proporcionar aos seus cidadãos uma melhor qualidade de vida, tanto no imediato como para as gerações futuras. Se for bem gerida, a participação no comércio mundial pode representar para os países em desenvolvimento a tão necessária oportunidade de crescimento económico.
Na qualidade de maior potência comercial mundial, a UE tem todo o interesse em criar condições para a expansão das trocas comerciais. Por outro lado, a sua posição acarreta-lhe responsabilidades para com o resto do mundo, razão pela qual assume um papel de destaque nas negociações comerciais internacionais, procurando impor um modelo de comércio justo e controlar o processo de globalização através da Organização Mundial do Comércio.

A UE procura assegurar que os seus parceiros comerciais em desenvolvimento participem no sistema, ajudando-os sempre que necessário, sobretudo aos mais pobres, para os quais os benefícios da globalização são ainda imperceptíveis.

... ... ...

Com os seus quinze Estados-Membros, a União Europeia representa apenas 6% da população mundial. Não obstante, responde por mais de um quinto das importações e exportações mundiais, o que a torna a primeira potência comercial mundial.

O comércio foi uma das primeiras áreas em que os países da UE concordaram em abdicar da sua soberania, transferindo para a Comissão Europeia a responsabilidade pelas questões comerciais, incluindo a negociação, em seu nome, de acordos comerciais internacionais.

A definição da política comercial da UE recebe, todavia, contributos de inúmeros intervenientes. Os representantes dos governos dos países da UE são associados de forma estreita e permanente, enquanto as decisões mais importantes são tomadas pelos próprios ministros. O Parlamento Europeu é também estreitamente envolvido neste processo. A Comissão organiza periodicamente consultas da sociedade civil, designadamente das organizações não governamentais, dos sindicatos e das empresas.


Os europeus são grandes comerciantes
A União Europeia é:
· o maior exportador mundial de mercadorias: mais de 973 mil milhões de euros em 2001, o que corresponde a quase um quinto do comércio mundial;
· o maior exportador mundial de serviços: 291 mil milhões de euros em 2000, o que corresponde a 23,9% do total mundial;
· a principal fonte mundial de investimento directo estrangeiro (362 mil milhões de euros em 2000) e o segundo maior destino do investimento estrangeiro (176 200 milhões de euros em 2000), logo a seguir aos Estados Unidos (304 900 milhões de euros);
· o principal mercado de exportação para cerca de 130 países de todo o mundo;
· uma economia relativamente aberta: em 2000, o comércio internacional representou mais de 14% do seu produto interno bruto, contra 12% nos Estados Unidos e 11% no Japão.


O que compramos e o que vendemos
Há quatro grandes categorias de coisas que são objecto de comércio internacional ou atravessam fronteiras. As normas comerciais variam consoante as categorias, assim como variam os países que mais se destacam em cada categoria.
· Mercadorias: abrange todos os bens materiais, como os géneros alimentícios, o vestuário, as matérias-primas e a maquinaria.
· Serviços: abrange produtos como o turismo, os serviços bancários e as telecomunicações.
· Propriedade intelectual: abrange o comércio e o investimento em ideias e criatividade: direitos de autor, design industrial, direitos dos artistas, etc.
· Investimento directo estrangeiro (IDE): ocorre quando uma empresa de um país adquire ou cria uma empresa noutro país. Constitui uma alternativa ao comércio e uma parte importante da «globalização». O conceito não abrange os investimentos financeiros, em que o proprietário do dinheiro não tem influência directa no rumo da empresa de que adquire acções.



A União Europeia pretende que o comércio mundial seja livre, mas justo. Por outras palavras, quer ver implantado um sistema em que todos os países negoceiem livremente uns com os outros em pé de igualdade e sem entraves proteccionistas. A UE quer que todos os países participem em condições de igualdade no comércio internacional e que as «regras do jogo» sejam claras. O sistema deve ser transparente ¾ aberto ao juízo da opinião pública.

Para o conseguir, a estratégia da UE consiste em abrir o seu próprio mercado e conseguir que outros o façam. Pretende eliminar gradualmente os obstáculos ao comércio, a um ritmo sustentável para a UE e para os outros países, solucionar pacificamente os litígios e definir um conjunto de normas internacionalmente aceites.

A «abertura» ou «liberalização» do comércio deve ser apreciada em relação à situação prevalecente há alguns anos, quando quase todos os governos do mundo impunham restrições às importações para os seus países, com o objectivo de apoiarem as economias nacionais.

A abertura dos mercados passa pela eliminação dos obstáculos ao comércio entre países, o que constitui um dos objectivos fundamentais da União Europeia desde os seus primórdios. Logo na década de 1960, foi criada uma «união aduaneira» entre os Estados-Membros da UE. Por outras palavras, qualquer país da União Europeia podia comprar ou vender a outro país da UE qualquer quantidade de mercadorias sem ter de pagar direitos aduaneiros.

Foi igualmente introduzida uma «pauta aduaneira comum» para o comércio externo. Isto significa que os países terceiros, ou seja, os países não membros da UE, que exportassem produtos para a UE pagavam os mesmos direitos aduaneiros fosse qual fosse o país que os importasse, o que simplificava a vida dos operadores económicos e reduzia as respectivas diligências burocráticas.

Contudo, apesar de os obstáculos aduaneiros terem sido suprimidos, subsistiram muitos obstáculos «não pautais» ao comércio. Por exemplo, os diferentes países da UE tinham requisitos e normas diferentes para coisas como as embalagens ou a rotulagem, o que dificultava o comércio, mesmo entre os Estados-Membros.

Por esse motivo, a UE lançou, em 1992, o «mercado único», eliminando assim os obstáculos não pautais ao comércio de mercadorias e, simultaneamente, abrindo o comércio de serviços no interior da União Europeia.


O comércio no Tratado da UE
A política comercial da UE está consagrada no artigo 131.° do Tratado CE, que define os objectivos da política comercial comum, a saber «contribuir, no interesse comum, para o desenvolvimento harmonioso do comércio mundial, para a supressão progressiva das restrições às trocas internacionais e para a redução das barreiras alfandegárias».

Estes objectivos são perfeitamente compatíveis com os objectivos gerais do Tratado, enunciados no seu artigo 2.°: «promover [...] o desenvolvimento harmonioso, equilibrado e sustentável das actividades económicas, um elevado nível de emprego e de protecção social, [...] um alto grau de competitividade e de convergência dos comportamentos das economias, um elevado nível de protecção e de melhoria da qualidade do ambiente, o aumento do nível e da qualidade de vida [...].

(Tratado que institui a Comunidade Europeia)


A abertura do comércio estimula toda a economia: aumenta as receitas dos países exportadores e proporciona aos consumidores dos países importadores uma escolha mais vasta de bens e de serviços, a preços mais baixos, graças a uma maior concorrência. Além disso, permite que os países possam produzir e exportar os bens e os serviços em que são mais competitivos.

A globalização pode, portanto, exponenciar o crescimento económico. Mas pode também ter efeitos negativos. O acesso a mercados mais vastos e mais abertos implica uma maior concorrência entre empresas e entre países. Ao pôr em competição economias com diferentes graus de desenvolvimento, a globalização pode, se não for devidamente controlada, aumentar o fosso entre os países ricos e os países pobres e marginalizar ainda mais as economias mais pobres.

Este é um risco que não pode combatido por países isolados. Quando o comércio se processa à escala mundial, as regras de conduta devem ser igualmente estabelecidas a nível global. Só através de acordos internacionais é possível controlar a globalização e torná-la benéfica para todos.

Por conseguinte, a política comercial da UE tem agora um alcance muito mais vasto, que vai além da liberalização do comércio e passa pela actualização e o desenvolvimento das normas internacionais, conferindo-lhes uma cobertura mais vasta, que permita assegurar o comércio justo e o controlo da globalização, pela promoção de uma agenda internacional favorável aos países em desenvolvimento e pela abordagem de assuntos de interesse público geral. Um dos principais desafios da actualidade consiste em garantir que as normas que regem o comércio mundial tenham em conta aspectos não comerciais, nomeadamente o ambiente, os serviços públicos, a segurança alimentar, a agricultura e a cultura.

Comércio bilateral e multilateral
A política comercial da UE é desenvolvida em dois níveis complementares:

· o nível «multilateral», que se prende com o sistema de normas comerciais aprovado por todos os países membros da Organização Mundial do Comércio;

· o nível «bilateral e regional», que se prende com o comércio entre a UE e os seus parceiros comerciais individuais ou grupos de países que formam um bloco comercial único numa dada região do mundo.


A União Europeia e a Organização Mundial do Comércio

A União Europeia sempre apoiou o sistema comercial multilateral. Com efeito, a UE está persuadida de que a melhor forma de incentivar e fomentar o comércio mundial — e desse modo promover o desenvolvimento económico e a prosperidade — consiste na adopção, por consenso, de normas comerciais multilaterais.

Esta convicção levou a União Europeia a desempenhar um papel destacado na criação da Organização Mundial do Comércio e a ser um participante muito activo nesta organização.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) constitui o núcleo do sistema internacional de comércio mundial regido por regras bem definidas. Sediada em Genebra, a OMC constitui um fórum para negociações comerciais multilaterais, com um código de conduta e mecanismos — incluindo um procedimento de resolução de litígios — destinados a garantir o respeito das regras pelos seus membros.

Numa economia mundial cada vez mais globalizada, a OMC constitui o fórum mais legítimo para a eliminação dos obstáculos ao comércio, definindo e aplicando regras mundiais e compatibilizando-as com as adoptadas por outros organismos multilaterais.

Organização Mundial do Comércio
Criação: 1 de Janeiro de 1995 (embora o seu predecessor — o GATT — tenha sido criado na década de 1940).
Membros: 144 países no início de 2002, os quais representam mais de 90% do comércio mundial.
Rondas de negociação: geralmente, as negociações entre países relativas a um novo acordo ou a um grupo de questões prolongam-se por vários anos. A estas séries de negociações é dado o nome de «rondas» — por exemplo, a Ronda do Uruguai (mais conhecida pela sua designação em inglês, Uruguay Round), que se prolongou de 1986 a 1994, e a ronda de negociações que se iniciou em 2001 e que é conhecida por «Agenda de Doha para o Desenvolvimento».
Funções:
· gerir os acordos comerciais concluídos no âmbito da OMC;
· constituir um fórum para debates e negociações relativos à política comercial;
· tratar e resolver litígios comerciais;
· acompanhar as políticas comerciais nacionais;
· prestar assistência técnica e proporcionar formação aos países em desenvolvimento;
· cooperar com outras organizações internacionais.


O sistema comercial multilateral em que se baseia a OMC, é muito anterior: Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT) resultaram na progressiva abolição, ao longo dos últimos cinquenta anos, dos obstáculos pautais e não pautais. A OMC é o único organismo internacional de vigilância do comércio de bens, serviços e direitos de propriedade intelectual entre os seus membros.

Os acordos são negociados pelos governos e têm por objectivo assegurar a existência de um conjunto vasto e fiável de normas que permita aos exportadores e importadores de todo o mundo desenvolverem a sua actividade em segurança, com a certeza de que não haverá mudanças súbitas e imprevisíveis da política comercial.

Parte do comércio mundial
Mercadorias

Estados Unidos 20,8%
União Europeia 18,8%
Resto do mundo 17,8%
Ásia: ASEM, excepto Japão (1) 11,2%
Canadá e México: 9,3%
Japão 8,8%
Países candidatos 4,1%
América Latina, excepto México: 4,0%
Serviços

Estados Unidos 21,2%
União Europeia 23,8%
Resto do mundo 23,7%
Ásia: ASEM, excepto Japão (1) 11,2%
Japão 8,2%
Canadá e México: 4,9%
Países candidatos 3,8%
América Latina, excepto México: 3,2%

(1) ASEM: os nove parceiros asiáticos da «Reunião Ásia-Europa» (ASEM) para além do Japão são: Brunei, China, Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Singapura, Coreia do Sul e Vietname.
Dados relativos a 2000, conjunto das importações e exportações.
Fonte: Eurostat.


Relações comerciais com os países vizinhos

O comércio contribuiu para o estreitamento das relações da UE com os seus países limítrofes. Em primeiro lugar, a União Europeia reforçou as suas relações comerciais com os países candidatos da Europa Central e Oriental - «acordos europeus».

Por outro lado, estes países terão de adaptar as respectivas legislações nacionais em matéria de comércio à legislação da UE antes da sua adesão à União Europeia. Os acordos de associação concluídos com os restantes países candidatos — Chipre, Malta e Turquia — contêm disposições similares.

Para os países dos Balcãs, que, a prazo, poderão vir a aderir à UE, o comércio constitui, essencialmente, um instrumento de reconstrução. A UE suprimiu os direitos aduaneiros relativamente a 95% das exportações destes países, a fim de acelerar a sua recuperação económica e de reforçar as suas relações comerciais com a Europa Central.

Paralelamente, a UE pretende concluir com estes países acordos de estabilização e de associação idênticos aos concluídos com os países candidatos. Foram já assinados acordos com a Croácia e com a antiga República jugoslava da Macedónia.

As relações da União Europeia com os seus países vizinhos da região mediterrânica desenrola-se igualmente no âmbito de uma estratégia regional. Em 1995, a UE deu início ao chamado «processo de Barcelona», que tem em vista estabelecer, através da conclusão de uma rede de acordos bilaterais e regionais, uma zona de comércio livre euromediterrânica, o mais tardar, em 2010.

No âmbito deste processo, foram assinados acordos de associação com a Argélia, o Egipto, Israel, a Jordânia, o Líbano, Marrocos, a Autoridade Palestina e a Tunísia, encontrando-se em curso as negociações com a Síria.


Comércio da UE: os principais parceiros
Parceiro
comercial / Percentagem do comércio total (exportações + importações) - (100%)
1. Estados Unidos / 20,9
2. Os 10 países que deverão aderir à UE em 2004 / 11,7
3. Suíça / 6,5
4. China / 5,8
5. Japão / 5,6
6. Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP) / 4,4
7. Rússia / 3,9
8. Noruega / 3,6

Dados relativos ao comércio de mercadorias em 2002. Fonte: Eurostat.



Promover o comércio livre em todo o mundo

A UE está a incentivar os países da África, da Ásia, da América Latina e de outras regiões do mundo a aprofundarem as relações entre si, a exemplo dos países europeus. A experiência europeia em matéria de «integração regional» foi extremamente positiva, pelo que a UE está convicta de que a integração noutras regiões do mundo colocará os seus parceiros comerciais numa melhor posição colectiva para beneficiarem da globalização.

A UE está empenhada em assegurar a compatibilidade dos seus acordos com as suas obrigações no âmbito da OMC e espera outro tanto dos demais membros desta organização.

Os Estados Unidos são, de longe, o principal parceiro comercial da UE, respondendo por quase 22% do total das transacções comerciais da UE (importações e exportações).

Também a relação da UE com o Japão é extraordinariamente importante. Neste caso, a UE está concentrada na necessidade de o mercado japonês se abrir mais aos produtos e investimentos europeus e de o Governo japonês tomar medidas para relançar a economia.

A UE está igualmente a negociar a criação de uma zona de comércio livre com os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), a organização regional de que são membros o Barém, o Kuwait, o Catar, Omã, a Arábia Saudita e os Emiratos Árabes Unidos.

A UE está a estudar formas de promover as relações económicas bilaterais com o Irão, estando, para o efeito, a negociar com este país um acordo comercial e de cooperação. Além disso, a UE concluiu acordos de parceria e de cooperação com a Rússia e com uma série de outros países da antiga União Soviética — Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguizistão, Moldávia e Ucrânia. Os acordos com a Moldávia, a Rússia e a Ucrânia inscrevem-se no âmbito de um processo que poderá conduzir à criação de uma zona de comércio livre entre estes países e a UE.

Paralelamente, nos últimos tempos, a União Europeia tem estado muito activa nas suas relações comerciais com a América Latina.

Um acordo de comércio livre com o México, que entrou em vigor em Julho de 2000, irá conceder às exportações da UE um acesso ao mercado mexicano igual ao concedido às exportações provenientes dos Estados Unidos e do Canadá, parceiros do México no Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA). Neste contexto, a UE deverá abolir em 2003 todos os direitos aplicáveis às importações provenientes do México, enquanto o México abolirá todos os direitos aplicáveis aos produtos da UE em 2007.

A UE e o Chile concluíram recentemente as negociações para a conclusão de um acordo de associação, que constitui o acordo bilateral mais ambicioso e inovador de sempre com a UE.

Encontram-se actualmente em curso negociações no sentido de liberalizar o comércio com o Mercosul, o mercado comum da América do Sul, que integra a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai. A UE é já o mais importante parceiro comercial dos países do Mercosul e o maior investidor estrangeiro nesta região. As negociações irão incidir não só na liberalização das trocas comerciais de bens e serviços, mas também nos contratos públicos, nos direitos de propriedade intelectual, na política de concorrência e no investimento estrangeiro.

Em 2000, a África do Sul concluiu um acordo bilateral com a UE em matéria de comércio, cooperação e desenvolvimento. Nos termos desse acordo, ao cabo de doze anos, a África do Sul e a UE concederão o estatuto de comércio livre às exportações da outra parte.


A prioridade ao desenvolvimento

A iniciativa «Tudo Menos Armas»
Trata-se da primeira iniciativa do género em todo o mundo. Em 5 de Março de 2001, a UE tornou-se a primeira grande potência comercial a abrir inteiramente o seu mercado às exportações dos países menos desenvolvidos do mundo (PMD). Nessa data, os direitos aduaneiros e os contingentes pautais subsistentes foram abolidos em relação a todos os produtos (com excepção das armas), ainda que os direitos de importação aplicáveis às bananas, ao açúcar e ao arroz devam ser abolidos progressivamente, entre 2002 e 2009. Ao tomar esta iniciativa, a UE estava consciente dos interesses dos seus próprios produtores, dos interesses da generalidade dos países em desenvolvimento e dos interesses dos fornecedores tradicionais dos produtos em causa ao mercado europeu. A UE espera que os outros países industrializados sigam o seu exemplo, adoptando iniciativas do mesmo tipo.


Abertura da UE às exportações de países em desenvolvimento

Em 1999, 97% das exportações dos países menos desenvolvidos do mundo entraram na UE com isenção de direitos (UE 97%; Estados Unidos 52%; Canadá 45%; Japão 49%). Desde então, o acesso foi ainda mais liberalizado no âmbito da iniciativa «Tudo Menos Armas». Fonte: Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento/Comissão Europeia.


A UE mantém tradicionalmente relações estreitas com os países de África, das Caraíbas e do Pacífico. No âmbito do Acordo de Cotonu, concluído com 77 países de África, das Caraíbas e do Pacífico (países ACP) em Fevereiro de 2000, a União Europeia adoptou uma estratégia comercial e de desenvolvimento integrada, que tem por objectivo a inserção harmoniosa dos países ACP na economia mundial.

Exportações dos países menos desenvolvidos para a UE

O valor das exportações dos países em desenvolvimento com destino à UE tem vindo a aumentar continuamente, tendo ascendido, em 2000, a 432 mil milhões de euros, ou seja, o dobro do valor de 1990. A UE é o maior importador mundial de mercadorias dos 49 países menos desenvolvidos. A distribuição das exportações dos países menos desenvolvidos pelos quatro blocos comerciais mais ricos: UE 52%; Estados Unidos 42%; Japão 5%; Canadá 1%. Dados relativos a 2000. Fonte: Comissão Europeia.


( EUROPA – O portal da União Europeia)

10 comentários:

Unknown disse...

Tinha que tar mais resumido .

LANA CAPRINA disse...

Impérios coloniais (actuais países):

Portugal*
Espanha*
França*

Rússia

Países Baixos (Holanda)*
Reino Unido*
Dinamarca*
Suécia*
Alemanha*
Áustria*
Polónia*

E.U.A.
Japão

Bélgica*
Itália*

Noruega
Turquia
China


Outros impérios europeus:

Arménia

Grécia*
Bulgária*

Geórgia
Sérvia

Hungria*


(*) - Países da União Europeia.

LANA CAPRINA disse...

Organização Mundial do Comércio (OMC)
World Trade Organization (WTO)

A OMC entrou em funcionamento em 1995, substituindo-se ao GATT (General Agreement on Trade and Tariffs) na gestão e administração dos acordos multilaterais sobre comércio internacional resultantes do “Uruguay Round” (Acordo que cria a OMC + Acto Final do “Uruguay Round” + Anexos). A OMC tem sede em Genebra, Suíça.

Criação da OMC: 1 de Janeiro de 1995 (embora o seu predecessor — o GATT — tenha sido criado na década de 1940).

Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT)
GATT (General Agreement on Trade and Tariffs)

OMC:
www.wto.org

LANA CAPRINA disse...

Países e Blocos Económicos com as maiores economias do mundo:

- União Europeia (28 países) / Alemanha / Reino Unido / França / Itália / Espanha

- E.U.A.

- China

- Japão

- Índia

- ASEAN (10 países, Association of Southeast Asian Nations, Associação de Nações do Sudeste Asiático) / Indonésia

- UNASUL (12 países) / Brasil

- EAEU (5 países, Eurasian Economic Union, União Económica Eurasiática) / Rússia

- Canadá

- Coreia do Sul

- Austrália

- México

- GCC (6 países, Gulf Cooperation Council, Conselho de Cooperação do Golfo) / Arábia Saudita

- Suíça

LANA CAPRINA disse...

Países considerados como as maiores potências mundiais...

As grandes potências:
Estados Unidos (EUA/US)
Rússia
China
União Europeia (UE/EU, união de 28 estados), incluindo França, Reino Unido, Alemanha e Itália
Índia
Brasil
Japão
Canadá

Outros países:
Arábia Saudita
Coreia do Sul
Austrália
Turquia
Espanha (membro da UE)
Israel
Irão
Paquistão
África do Sul

Indonésia
México
Argentina

Egito
Nigéria


Outros países que alguns autores consideraram serem potências médias:

(UE:)
Áustria
Bélgica
Chéquia (República Checa, CZ)
Dinamarca
Finlândia
Grécia
Hungria
Irlanda
Luxemburgo
Países Baixos (NL)
Polónia
Portugal
Roménia
Suécia


Argélia
Bangladeche (BD)
Chile
Colômbia
Malásia
Nova Zelândia
Noruega
Filipinas
Catar (Estado do Catar, QA)
Suíça
Taiwan
Tailândia
Ucrânia
Emirados Árabes Unidos
Venezuela

LANA CAPRINA disse...

Países da Europa


União Europeia (UE/ EU-28, união de 28 estados)

Os Estados-Membros da União Europeia (UE):
França
Reino Unido
Alemanha
Itália
Espanha
Países Baixos
Polónia
Suécia
Bélgica
Portugal
Grécia
Hungria
Chéquia (República Checa)
Roménia
Áustria
Dinamarca
Finlândia
Bulgária
Irlanda
Eslováquia
Croácia
Luxemburgo
Lituânia
Eslovénia
Letónia
Estónia
Chipre
Malta


Países candidatos à UE:
Os países candidatos à UE são, neste momento, o Montenegro, a Macedónia do Norte (MK), a Albânia, a Sérvia e a Turquia.


Países europeus membros da CEI - Comunidade de Estados Independentes ("CIS", 9 membros e 1 associado):
Rússia, Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão e Moldávia.


Outros países europeus:
Andorra, Bósnia-Herzegovina, Suíça, Islândia, Listenstaine, Mónaco, Noruega, São Marino, Vaticano, Geórgia (ex-URSS) e Ucrânia (ex-URSS).

LANA CAPRINA disse...

EFTA

A Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) é um bloco económico europeu, de que fazem parte 4 países:
Islândia, Listenstaine, Noruega e Suíça.


The European Free Trade Association (EFTA) is an intergovernmental organisation set up for the promotion of free trade and economic integration to the benefit of its four Member States – Iceland, Liechtenstein, Norway and Switzerland – and the benefit of their trading partners around the globe.
www.efta.int

LANA CAPRINA disse...

Países da Europa – 2 notas:

O Kosovo (República do Kosovo) é um país com reconhecimento internacional limitado, localizado na península dos Balcãs (no Sudeste da Europa), na região da antiga Jugoslávia. Após ter declarado a sua independência de forma unilateral da Sérvia em 2008, o Kosovo foi reconhecido como Estado soberano e independente por Portugal, embora não por todos os Estados-membros da União Europeia. O Kosovo utiliza como moeda o euro, tal como outros países e territórios fora da área do euro e da UE (como Andorra, Montenegro, Mónaco, São Marinho ou Cidade do Vaticano).



Israel, apesar do seu território ser asiático, integra várias organizações europeias e é membro da UEFA (União das Associações Europeias de Futebol, como também são a Turquia ou os países europeus membros da CEI, com os respectivos territórios maioritariamente asiáticos).

LANA CAPRINA disse...

Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas - NUTS

A União Europeia estabeleceu uma nomenclatura comum das unidades territoriais estatísticas, denominada «NUTS», a fim de permitir a recolha, o tratamento e a difusão de estatísticas regionais harmonizadas na UE. Este sistema hierárquico destina-se igualmente às análises socioeconómicas das regiões e à elaboração das intervenções no contexto da política de coesão da UE.

A nomenclatura NUTS subdivide o território económico dos Estados-Membros, que compreende também o respetivo território extrarregional. Este é constituído pelas partes do território económico que não possam ser associadas a uma dada região: o espaço aéreo, as águas territoriais e a plataforma continental, os enclaves territoriais (embaixadas, consulados e bases militares) e as jazidas de recursos situadas em águas internacionais e exploradas por unidades residentes no território.

A nomenclatura NUTS é hierárquica, na medida em que subdivide cada Estado-Membro em 3 níveis: NUTS 1, NUTS 2 e NUTS 3. O segundo e terceiro níveis são, respetivamente, subdivisões do primeiro e segundo níveis. Um Estado-Membro pode decidir aditar mais níveis à hierarquia, através da subdivisão do nível NUTS 3.

Um sistema de unidades administrativas locais (LAU) complementa a classificação NUTS. As LAU constituem os alicerces da NUTS e incluem os municípios e as comunas da União Europeia: em cada Estado-Membro, as LAU subdividem o nível NUTS 3 num ou em dois níveis suplementares de unidade territorial. Além disso, as chamadas «quadrículas estatísticas» complementam a nomenclatura NUTS e são utilizadas para calcular tipologias territoriais baseadas na população. A Comissão (Eurostat) mantém e publica, na secção do seu sítio Web reservada para o efeito, as tipologias da União constituídas por unidades territoriais aos níveis da NUTS, da UAL e das células de quadrículas.

A última atualização foi adotada em novembro de 2016 e aborda as alterações na divisão territorial administrativa de vários Estados-Membros.



NUTS - Nomenclatura das unidades territoriais para fins estatísticos
NUTS: Divisão e classificação do território nacional em regiões estatísticas em conformidade com o estabelecido para a União Europeia.

PORTUGAL
Nomenclatura das unidades territoriais para fins estatísticos, versão de 2013
Sigla: NUTS 2013
Início de vigência: 01-01-2015

UE
Nomenclatura das unidades territoriais para fins estatísticos (União Europeia), 2016
Sigla: NUTS 2016/UE-28
Início de vigência: 19-12-2016
Regulamento (UE) n.º 2016/2066 da Comissão, de 21 de novembro de 2016, publicado no JO L 322 de 29 de novembro de 2016.


Ex: janeiro de 2020
NUTS 2013
versão 2013 das NUTS III
versão 2013 da Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)


NUTS 2016/UE-28
NUTS 2016/UE-28 (versão 2016 das NUTS)


janeiro de 2021
The NUTS 2021 classification, that will be valid for data transmissions to Eurostat from 1 January 2021, lists 104 regions at NUTS 1, 283 regions at NUTS 2 and 1345 regions at NUTS 3 level.






Anónimo disse...

Alargamento da U.E.


A Noruega, a Suíça e a Moldávia deveriam ser os próximos candidatos a aderirem à UE.


Apesar de preencherem as condições de adesão, o Listenstaine, a Noruega e a Suíça não são membros da União Europeia porque a opinião pública destes países não é actualmente favorável à respectiva integração na União Europeia.

Outros: Península Balcânica, Cáucaso do Sul...