14.7.05

Norton de Matos e Humberto Delgado

Ensaio sobre o Liberalismo
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Norton de Matos

Norton de Matos (23 de Março de 1867 - 3 de Janeiro de 1955), foi um general e político português.
Fez o curso da Escola do Exército e começou a sua carreira na administração colonial (na Índia)(1898), com o cargo de director dos serviços de agrimensura, organizando o cadastro das terras.
Aquando da proclamação da República, já em Portugal, passou a chefe do Estado-Maior da 5ª Divisão militar.
Em 1912, foi governador geral de Angola, tendo sido demitido em 1915, sendo de seguida nomeado ministro das colónias.
Em 1917, após um golpe militar, foi exilado em Londres.
Foi nomeado general por distinção.
Em 1919, foi delegado de Portugal à Conferência da Paz.
Entre 1921 e 1923 foi o Alto Comissário da República em Angola, tendo aí a sua acção sido desenvolvida em diversos sectores (passagem da administração militar para a administração civil, construção de 25000 quilómetros de estradas, proibição do comércio de armas, primeiro liceu em Luanda.
Em 1924, foi embaixador de Portugal em Londres, tendo sido demitido do cargo com a instauração da ditadura militar em Portugal.
Norton de Matos foi eleito grão-mestre da Maçonaria portuguesa em 1929.
Em 1948 foi candidato á Presidência da República.
(Wikipédia)

Humberto Delgado
(n.1906 m.1965)
Humberto Delgado teve uma carreira militar brilhante. É aliciado para a conspiração contra a República a partir do núcleo de implicados no 18 de Abril, que estava preso em Elvas. As simpatias do Delgado vão para o grupo mais forte e mais conservador dos conspiradores. Em Maio de 1926, enquanto aluno-piloto em Sintra, consegue que a Escola Prática de Infantaria de Mafra adira ao 28 de Maio. Durante a ditadura Militar, Humberto Delgado é um dos típicos jovens tenentes, que apoia o mais forte núcleo dos militares, disposto a todos os sacrifícios para não regressar à República. A grande viragem na vida de Delgado dá-se em fins de 1941, quando Santos Costa o chama para lhe entregar uma missão secreta em Inglaterra: recolher vários dados que permitam a construção de uma base aérea nos Açores. Descobre então que uma democracia pode ser eficiente. A partir de 1944 confirma esta ideia com os EUA, pois é nomeado director do Secretariado de Aeronáutica Civil, o que o leva frequentes vezes à América.Em 1952, Delgado é aprovado com a classificação máxima de Alto-Comando para General. É então nomeado adido militar e do Ar em Washington e representante de Portugal da NATO. Passa a viver na América durante cinco anos.Regressa a Lisboa em 1957, sendo já considerado politicamente perigoso, uma vez que as suas experiências na NATO e o facto de ter vivido nos EUA mudou o seu modo de pensar. Aproxima-se pouco a pouco dos liberais e é convidado para se candidatar à Presidência. Aos olhos da população Delgado surge como o homem que tem o apoio dos EUA e de uma parte das Forças Armadas, ou seja, que tem as condições necessárias para derrubar Salazar. A princípio teve grandes apoios, mas depois todos lhe foram negados. No entanto não tarda a ter o apoio oficial de todos os grupos da oposição.Surgem grandes revoltas no Porto e em Lisboa. Mas apesar do largo apoio da população, Delgado não consegue ganhar as eleições dado que os resultados eleitorais manipulados em favor do regime. Passadas as eleições torna-se um homem isolado e incómodo para praticamente todas as forças políticas que o apoiaram e também para os americanos. O seu desprezo pela mentalidade e métodos portugueses impede que crie uma organização própria estável, enquanto a falta de um forte grupo liberal o obriga a colaborar minimamente com o PCP. O regime procura inicialmente neutralizar o "general sem medo" de forma discreta. Humberto Delgado exila-se no Brasil , tornando-se um homem amargurado e desiludido, não só com o regime, mas também com os militares, a oposição e a mentalidade portuguesa. Após ter viajado por Argélia, Itália e França, é assassinado às mâos do regime perto de Badajoz.
(Centro de Documentação 25 de Abril)