17.9.15

Reis Suevos e reis Visigodos


Reis Suevos e reis Visigodos


Invasão da Hispânia por volta do ano 409 por povos bárbaros vindos da fronteira do norte do Império Romano (Europa Central), Vândalos Asdingos, Suevos (com um pequeno contingente de Búrios), Alanos e Vândalos Silingos. Os Vândalos, Suevos e Búrios eram povos germânicos e os Alanos, um povo nómada de origem iraniana do Cáucaso. Em 411 os povos bárbaros dividem a Hispânia entre si.


A Hispânia (Península Ibérica romana) foi uma Diocese (subdivisão administrativa) do Império Romano, cuja sede foi Emerita Augusta (também capital da Lusitânia, província romana, actual cidade espanhola de Mérida, capital da comunidade autónoma da Estremadura). O Império Romano existiu entre 27 a.C. e 476, no Ocidente.


Em 410 Alarico I, liderando os Visigodos, saqueia Roma, que foi dominada por um inimigo estrangeiro pela primeira vez no Império Romano (Ravena era então a capital).


Em 415 chegam os primeiros Visigodos (povo germânico) à Península Ibérica (Hispânia romana), comandados por Vália (rei em 415-418), ao serviço dos Romanos para combater os povos invasores.


Na Península Ibérica apenas dois povos bárbaros se consolidaram com relativa perenidade, os Suevos no noroeste e os Visigodos no sul (ambos povos germânicos). Após um curto período de coexistência, os Visigodos acabariam por alcançar o domínio sobre toda a península, quando o reino suevo é invadido em 585 por Leovigildo, rei visigodo.


São três séculos de reis Suevos e Visigodos (de reis Suevos, são só dois séculos).


Hermerico foi rei dos Suevos, o primeiro reino que se separou do Império Romano e cunhou moeda.



Reis suevos

Reino Suevo da Galécia, 411-585

Reis suevos
(reinado de)

409/411-438: Hermerico
Hermerico (ou Hermenerico), rei dos Suevos desde 409, primeiro rei suevo da Galécia (Noroeste da Hispânia, Galiza) em 411, fundador da monarquia sueva, o primeiro reino da Idade Média (queda do Império Romano do Ocidente), com capital em Braga (Bracara Augusta, capital da província da Galécia do Império Romano)
Hermerico, rei dos Suevos, Vândalos e Alanos, por oposição a Teodorico I, rei dos Visigodos.

438-448: Réquila

448-456: Requiário
Requiário é o primeiro rei dos povos germânicos a converter-se ao catolicismo. Os Suevos eram originariamente pagãos.

Divisão do reino entre:
456-457: Frantano
456-457: Aguiúlfo

457-459: Maldras
Maldras procede à reunificação

Divisão do reino entre:
459-462: Frumário
459-463: Requimundo
459-469: Remismundo

Remismundo reunifica o reino suevo em 463; converteu-se ao arianismo, provavelmente para conservar a independência dos Visigodos (reis arianos)

469-550: reis suevos incertos

        (entre outros)
        Veremundo
        Teodemundo


550-559: Cararico
Cararico converteu-se ao catolicismo; S. Martinho de Dume, então missionário romano, exerceu uma enorme influência sobre a elite sueva dirigente

559-561: Ariamiro

561-570: Teodomiro
No tempo de Teodomiro verificou-se uma decisiva conversão, tornando-se os Suevos católicos, o que provocou uma reacção dos Visigodos numa campanha contra os Suevos no reinado de Miro (por Leovigildo, rei dos Visigodos)

570-583: Miro

583-584: Eborico
Eborico, obrigado a se submeter a Leovigildo, rei dos Visigodos, foi deposto

584-585: Andeca
Andeca, considerado o último monarca suevo (Amalarico pretendeu suceder-lhe como rei, mas não chegaria a reinar, tendo sido derrotado), foi atacado e derrotado por Leovigildo

585: Amalarico
Amalarico foi derrotado por Leovigildo, que conquistou o reino dos Suevos


Em 585 o reino é invadido por Leovigildo, rei visigodo.
585-586: Leovigildo
Leovigildo, rei visigodo em 572-586, associado ao trono desde 570
Leovigildo juntou o reino da Galécia ao reino da Hispânia e tornou-se no primeiro rei dos Visigodos e dos Suevos (585-586)
Leovigildo, rei das Hespanhas
Na Hispânia os Visigodos consideravam-se os herdeiros do poder imperial romano ocidental




Reis visigodos

Reis visigodos, 395-711
Reis visigodos


395-410: Alarico I
Alarico I (395-410), considerado o primeiro rei visigodo (reis arianos, seguidores da doutrina teológica de Ário), liderou os Visigodos que sublevaram-se contra o Império Romano; em 410 Alarico I saqueia Roma

410-415: Ataúlfo

415: Sigerico

415-418: Vália
Em 415 chegam os primeiros Visigodos à Península Ibérica, comandados por Vália, ao serviço dos Romanos



Reino Visigótico de Tolosa (418-507)


418-451: Teodorico I
Teodorico I estabelece a capital do reino em Tolosa (actual cidade francesa de Toulouse)

451-453: Turismundo

453-466: Teodorico II

466-484: Eurico
No reinado de Eurico, em 476, Odoacro conquista Roma, acabando o Império Romano do Ocidente; Eurico promulga o Código de Eurico (Codex Euricianus, em latim), uma compilação de leis do direito visigótico

484-507: Alarico II
Alarico II sancionou em 506 o Breviário de Alarico (Lex Romana Visigothorum, em latim), uma compilação de leis romanas então em vigor no Reino Visigótico de Tolosa; derrota e morte de Alarico II na Batalha de Vouillé e conquista de Tolosa por Clóvis I, rei dos Francos



Reis visigodos


507-511: Gesaleico
Gesaleico retira-se para a Hispânia (com capital em Barcelona), após a derrota frente aos Francos em Vouillé

510-531: Amalarico
Amalarico, filho do rei Alarico II, era ainda criança quando o pai morreu na Batalha de Vouillé em 507, contra o rei franco Clóvis I, governou sob a regência (em 511-526) do seu avô materno Teodorico, o Grande, rei dos Ostrogodos, que depôs Gesaleico

531-548: Têudis

548-549: Teudigisilo

549-554: Ágila I
Ágila I estabeleceu a sua corte em Mérida (Emerita Augusta)



Reino Visigótico de Toledo (554-711)


551-567: Atanagildo
Atanagildo esteve em rivalidade com Ágila I de 551 a 554; depois de derrotar o adversário estabeleceu a capital do reino em Toledo

568-572: Liúva I
Depois de um interregno de cinco meses, foi eleito rei pela aristocracia de Septimânia

570-586: Leovigildo
Leovigildo, rei visigodo em 572-586, associado ao trono desde 570, como compromisso com a aristocracia visigótica da Península Ibérica; em 573 os seus filhos, Hermenegildo e Recaredo, associados ao trono; revolta de Hermenegildo em 580-584; conquista do reino suevo em 585

586-601: Recaredo I
Recaredo foi o segundo filho e sucessor de Leovigildo; foi associado ao trono desde 573

601-603: Liúva II

603-610: Viterico

610-612: Gundemaro

612-621: Sisebuto

621: Recaredo II

621-631: Suintila
Em 626 o seu filho, Ricimero, associado ao trono; deposto pela revolta de Sisenando, em 631

631-636: Sisenando
Revolta de Iudila em 633

636-639: Chintila

639-642: Tulga
Deposto por Chindasvinto

642-653: Chindasvinto

653-672: Recesvinto
Recesvinto, filho e sucessor de Chindasvinto, associado ao trono desde 649

672-680: Vamba

680-687: Ervígio

687-702: Égica
Égica, intercalado pelo usurpador Suniefredo (692-693)

702-710: Vitiza
Associado ao trono desde 695, foi co-regente em 700-702

710-711: Rodrigo
Rodrigo foi derrotado pelos árabes em 711 na Batalha de Guadalete

Com a invasão árabe da Península Ibérica pelo Califado de Damasco, forças muçulmanas comandadas pelo berbere Tárique derrotam os Visigodos, liderados pelo seu rei Rodrigo, na Batalha de Guadalete, pondo fim ao domínio visigodo na Península Ibérica.




Devido à débil situação social e política que se vivia no reino visigodo, a conquista da Península Ibérica foi executada com alguma rapidez e facilidade.

As disputas entre as várias facções da nobreza acentuaram-se a partir do reinado de Égica (687-702), sendo o seu sucessor, Vitiza (702-710), incapaz de fazer face aos vários focos de revoltas, sobretudo no sul da Hispânia. A ascensão de Rodrigo ao trono (710) cria no reino fortes tensões interiores, aproveitando os filhos de Vitiza, a quem Rodrigo usurpara o poder, e algumas facções para incentivar forças inimigas do norte de África a invadirem a Península Ibérica.

Os Árabes, do Califado de Damasco (661-750), que então dominavam o norte de África, começaram a cobiçar a Península Ibérica e com o incentivo de alguns visigodos prepararam a invasão do território, beneficiando dessas querelas internas. As forças muçulmanas invasoras eram constituídas pelos árabes e outros povos submetidos (berberes, iemenitas, egípcios, sírios, persas e muitos outros) que seguem a religião islâmica. Em 711 esses Muçulmanos atravessam o estreito de Gibraltar e penetram profundamente na Península ocupando-a quase totalmente, derrotando os Visigodos.

Os restos dos exércitos visigodos refugiam-se no norte da Hispânia, na região montanhosa das Astúrias, passando aí a concentrar-se a resistência ao domínio islâmico.

Os cristãos reorganizam-se sob o comando de Pelágio (reinou em 718-737) e a partir das Astúrias tem início a Reconquista cristã do território ocupado pelos Muçulmanos, num longo processo.

A Batalha de Covadonga em 722 foi a primeira grande vitória das forças militares cristãs na Hispânia a seguir à invasão árabe de 711 e consequente queda do Reino Visigótico.

Pelágio seria o primeiro rei das Astúrias, assumindo a herança visigoda, em 718-737, com a capital em Cangas de Onis (mais tarde, passaria a Oviedo e, depois, a Leão).


Em 1492 (781 anos depois da invasão e ocupação) cai o último reduto dos Árabes na Península Ibérica, com a conquista do reino de Granada pelos Reis Católicos, Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, marcando o fim do poder islâmico no al-Andalus (711-1492).


A conquista completa do território de Portugal deu-se em 1249, com a conquista definitiva do Algarve, por D. Afonso III, pondo fim à ocupação do Al-Gharb al-Andalus (a parte mais ocidental do Andaluz, que corresponde, aproximadamente, aos limites da antiga Lusitânia), que durou mais de cinco séculos.