29.12.05

Leituras

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"Dom Quixote"
Autor: Miguel de Cervantes

O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha.

Leitura "empurrada" pelas comemorações dos 400 anos da publicação do primeiro volume de Dom Quixote.

"O livro que é considerado o pai da literatura moderna."

"Por entre fragas e montados, contra moinhos de vento e mouros encantados, D. Quixote, o Cavaleiro da Triste Figura, avança, vencendo os mais temíveis magos que algum dia encantaram terras de Espanha. A seu lado, o seu fiel escudeiro, Sancho Pança, que o tenta proteger e chamar para uma realidade que, por vezes, é mais irreal que o próprio sonho. De aventura em desventura, do riso às lágrimas, acompanhamos D. Quixote e Sancho Pança, colocando-nos a cada momento a eterna pergunta: E não somos todos nós apenas D. Quixotes lutando contra moinhos de vento?"


D. Quixote, cavaleiro e Sancho Pança, seu fiel escudeiro.

“Os dois heróis de Cervantes são simplesmente as personagens literárias mais amplas de todo o Cânone Ocidental, excepção feita àquela tripla mão-cheia (no máximo) dos seus pares shakespearianos. A fusão que eles operam do ridículo, da sabedoria e da indiferença quanto à ideologia só consegue ser igualada pelos mais memoráveis homens e mulheres de Shakespeare. Cervantes naturalizou-nos, tal como Shakespeare o fez, de tal maneira que já não conseguimos descortinar o que é que torna Dom Quixote tão permanentemente original, uma obra tão penetrantemente estranha. Se o jogo do mundo ainda pode ser situado na maior literatura, então é aqui que ele tem de estar.”

30.11.05

Leituras

Leituras

"A Convicção"
Autor: Fernando Gil
Editora: Campo das Letras. Data: 2003. Páginas: 240.

Opomos habitualmente a crença à racionalidade e a convicção ao saber objectivo. Este obedece a critérios de rigor enquanto que a crença ignora a exigência de prova.

14.10.05

Golden share (inglês)

Protecting vital interests at privatization

The problem: privatization and security

When considering the privatization of an industry, governments often want to protect what they feel are vital national interests. More often than not these interests are principally political: a government might want to veto the possibility that a key utility or defence function could be bought by a foreign investor, for example. How then to privatize a company, and attract new investment into it, while ensuring that important national interests are protected?

The idea: the golden share

When the Thatcher Administration in United Kingdom launched its privatization programme, it sometimes retained a special share, often referred to as a golden share, to protect the 'public interest'.

The shares, however, are not made of gold! The nominal value is usually £1. Two types have been employed: ones without time limit, usually created to ward off unwelcome takeover bids on the grounds of national security; and those held by the government for a specific period, created to allow privatized companies time to adjust to operating in the private sector.

Golden shares do not give government any power to control privatized enterprises as they see fit. Their function is not to allow politicians to retain control over a newly-privatized business, but to prevent a specified number of dangers being realized.

For example, when Amersham International was privatized in 1982, it was the only company in the world supplying certain radioactive medical and industrial products, and some people were worried about a possible immediate takeover, creating a new private monopoly. Therefore the UK government wrote a time-protection factor into Amersham's articles of association, directing that it could not be taken over for at least five years.

Amersham shows how the golden share works. It is created by inserting a provision into the memorandum and articles of association of a company that is being privatized. It requires the holder of the share - the government - to give its permission for certain things specified in the articles to occur, such as:

Amendment of certain provisions in the articles of association (such as the existence of the share itself);

Any person being able to acquire more than a certain percentage (eg 15% or 25% of the shares);

Foreign interests being able to acquire more than a certain percentage of the shares.

Thus, for example, the golden share can be used to:

Prevent takeovers which a government judges against the public interest;

Restrict the issue of new voting shares;

Place constraints on the disposal of assets;

Impose limits on winding up or dissolution;

Ensure that the company is run by a non-foreign management;

Guarantee the place of government appointed directors on the board.

In practice, golden shares have been used to a very limited extent. Thus the non-time-limited special share in Britoil was in fact redeemed in 1990 after BP bid for the company. And the government did not exercise any of the powers it retained under its golden share in the case of Ford's takeover of Jaguar.

The idea of a golden share spread from the UK to many countries in Western Europe, and also to developing and transition economies, such as Ghana and Russia, and to Bulgaria, where the Adam Smith Institute has advised on the use of golden shares in the privatization of municipal rather than state-run companies.

Assessment: useful, but dangerous

Golden shares are not designed to be a form of disguised or vestigial state control over management. They are a means of protecting key national interests, and are limited to certain specified provisions in the company's articles of association, and confer no right to interfere on other issues.

Golden shares have their risks and their costs: the full benefits of privatization will not be realized, for example, if management is completely protected from every sort of takeover. And the device could be abused by less scrupulous governments in order to maintain political control over an enterprise while nominally privatising it (and collecting the financial proceeds from the sale).

Mindful of the dangers, the UK government tried to ensure that golden shares had a limited lifetime. It actually used the veto power of golden shares only twice. And in practice, UK governments have often chosen to surrender golden shares once privatized enterprises have become firmly established.

Golden shares can have some other disadvantages, however. For example, it may seem like a good idea to use the golden share principle to prevent any individual acquiring more than a set percentage of the shares. But if, as a result, no shareholders are able to acquire a significant stake in the business, they may be less motivated to keep a good monitoring eye on management than would a smaller number of larger shareholders.

Investors might also be wary of the potential abuse of government power through the golden share. Thus the idea was dropped from the sale of Jamaica's National Commercial Bank (see the chapter Own Your Own Bank), while the OECD complained that Romania's use of the golden share lowered the value of privatization assets considerably. The European Commission took France to the European Court of Justice over its use of a golden share to prevent foreign companies taking over Elf Aquitaine, arguing that it breached single-market laws on the free movement of capital.

For further information:

Curwen, Peter (1994) Privatization in the UK: The Facts and Figures: London: Ernst & Young (London).

Boyfield, Keith (1997) Privatization: A Prize worth Pursuing? European Policy Forum (London).

For a full catalogue of privatization techniques, see Pirie, Madsen (1997) Blueprint for a Revolution: Adam Smith Institute (London).


Adam Smith Institute

10.9.05

Produtos portugueses

Movimento 560:

É necessário apoiar a produção nacional! É fundamental

Os portugueses vivem hoje num clima de crise, desde o desemprego, à nossa fraca economiaé certo que quem mais sofre somos nós, mas o que certamente muitas vezes não nos passa pela cabeça é que podemos ter uma certa culpa nesta grave situação. Frequentemente, quando vamos às compras, tentamos ir à procura do produto mais barato, mas o que agora é barato, pode vir a curto prazo, a tornar-se muito caro para todos nós. Desde a mais pequena especiaria ao peixe que comemos, o nosso mercado está inundado por produtos fabricados no estrangeiro. Tendo normalmente esses países uma economia mais forte que a nossa, conseguem vender os seus produtos a um preço mais baixo e, desta forma, somos levados, a comprá-los. Mas, quando o fazemos, estamos a contribuir para um maior crescimento das exportações desses fabricantes estrangeiros e, sem dúvida, por vezes, a tirar postos de trabalho no nosso país.

Quando não compramos produtos nacionais e compramos artigos estrangeiros, os nossos fabricantes são obrigados a subir o preço dos seus produtos para compensar as quebras de produção. Ora se os produtos concorrentes já eram mais baratos na origem, isto faz com que os nossos fiquem ainda mais caros. E sendo mais caros, ninguém os compra. Toda esta situação leva posteriormente ao encerramento de muitas empresas e consequentemente ao crescimento do desemprego.

Produtos portugueses? E Como é que eu sei quais eles são?
É simples, bastante simples. Antes demais, existem dois aspectos a distinguir: existem marcas portuguesas e produtos portugueses.


Marcas portuguesas, como o nome indica, são marcas de carácter nacional, com origem e produção no nosso país (exemplos: Sumol, Compal, Mimosa, Critical Software).
Produtos portugueses, são produtos fabricados em Portugal por marcas nacionais, multinacionais ou mesmo internacionais, mas são produtos feitos com mão de obra nacional, que contribuem superiormente para o nossa economia e para o emprego no nosso país.
E na hora de escolher, como é que devo agir? Que atitude?
Bem, na hora de escolher, é bastante fácil tomar uma atitude correcta: procure no produto, o código de barras e verifique se ele começa por 560, seguidamente confirme na embalagem a origem do produto. Quase todos os produtos portugueses começam por 560 no código de barras.

Posteriormente poderá ter em conta se a marca é nacional ou não e, claro, a qualidade e preço do produto.

Atenção: existem algumas empresas portuguesas (produtos portugueses) que possuem códigos de barras proprietários, o que significa que são produtos portugueses que não têm o código 560.

No entanto os códigos proprietários "costumam" ter um formato diferente (não têm 13 dígitos), existe também o caso dos produtos de peso e quantidade variável, por isso informe-se sempre antes de comprar.

Para uma total garantia de que seja um produto nacional verifique sempre na embalagem ou na informação do produto, o local de fabrico ou de origem.
Divulgue, mude os seus hábitos, ajude, tome uma atitude!
Fale com os seus amigos acerca deste assunto, divulgue o Movimento 560 no seu local/site através dos painéis de divulgação, ponha um cartaz na sua loja/empresa, mande uma msg, mande esta mensagem por correio electrónico, por fax, mas acima de tudo, mude de atitude. Todos nós agradecemos. Um pequeno gesto, uma grande atitude... Compre produtos portugueses!

O movimento 560 cria um proteccionismo às entidades/empresas portuguesas?!
Não. Devemos todos estar conscientes que o proteccionismo a entidades pode tornar-se simplesmente absurdo se realizado em excesso. Por outro lado, a concorrência é um aspecto saudável em qualquer mercado, o Movimento 560 não defende nem pede que se apoiem fanaticamente as empresas ou marcas portuguesas, apelamos simplesmente que defendamos o que é nosso e o que é bom para nossa comunidade e para o nosso país. Ao mesmo tempo, esperamos que exista um pouco de seriedade por parte dos empresários portugueses de forma a não se aproveitarem das pessoas que tentam tomar uma "atitude consumista nacional" e, desta forma, não tentem tirar proveitos próprios exagerados já que à partida a atitude dos seus clientes lhes traria somente benefícios. Esperamos honestidade e lealdade para com os consumidores e nada de oportunismo e egoísmo.

Produtos: Lácteos
Produtos lácteos e derivados, portugueses:
Todos os produtos lácteos e os que deles derivam muito directamente (exemplo: manteiga, natas, iogurtes etc...), só são produtos portugueses ou produzidos em Portugal, se possuírem uma elipse na sua embalagem, com as letras ou palavras P, PT ou Portugal.
Produtos: Peso Variável
Produtos de peso variável:
Todos os produtos de peso variável, distinguem-se obrigatoriamente em dois pontos, o peso e o preço por quilo. Ou seja os produtos de peso variável (exemplo: carnes, queijos) possuem na mesma 13 dígitos no entanto os dois primeiros são variáveis não começando portanto por 560 mas sim por 27, 26, 28 ou 29 resumindo:
PRODUTOR - O produto vem codificado de origem, pelo seu produtor, o prefixo que identifica um código de produto de peso variável é o 27 ou o 29 e o código é atribuído produto a produto pela entidade, GS1 Portugal CODIPOR.
RETALHISTA - O produto é codificado no seu ponto de venda, pelo retalhista, o prefixo que identifica o código de produto de peso variável é o 26 ou 28 e é facultado pelo próprio retalhista.
É fundamental verificar sempre, na embalagem a origem do produto, no entanto estes produtos, por vezes, também possuem a certificação de elipse.
Produtos: Quantidade Variável
Produtos de quantidade variável:
Os produtos de quantidade variável, possuem dois factores, que têm que ser considerados: a quantidade e o preço por unidade. São estes dados, que permitem determinar o valor de cada uma das unidades de consumo de quantidade variável.
Quando um produto vem codificado da sua origem, ou seja, pelo produtor, o prefixo que identifica um código de produto de quantidade variável é o 25 e o código é atribuído ao produto pela entidade, GS1 Portugal CODIPOR.
É fundamental verificar no produto em questão, a origem ou local de fabrico do mesmo.

Notas:

O que é o código de barras?
Em 1977 foi criada a EAN (European Article Numbering/Numeração de Artigos Europeus), com o objectivo de estabelecer as directrizes referentes à implementação do sistema de código de barras no mercado europeu. Em 1981, a EAN-13 tornou-se a associação internacional de numeração de artigos, sendo a sua sede em Bruxelas. Na distribuição "inicial" do código de barras, distinguiam-se, 3 dígitos para a identificação nacional, 4 dígitos para a identificação da empresa, 5 dígitos para o produto e 1 dígito para o dígito de controlo. Actualmente o sistema padrão usado, é o EAN-UCC, também conhecido como GS1.

Todo os produtos que têm o código de barras 560 são portugueses?
Teoricamente sim, no entanto existem situações em que simplesmente as empresas portuguesas (tal como as estrangeiras), se servem como "meio de conseguirem benefícios". Isto é, uma empresa portuguesa, pode adquirir um código de barras nacional e usá-lo para catalogar os produtos no nosso mercado podendo esses produtos terem sido feitos fora do nosso país, no entanto estas situações são posteriormente fáceis de detectar. Partindo desde pressuposto, existem dois passos a tomar sempre que vamos comprar um produto, verificar se o produto tem o código 560 e seguidamente verificar o local de fabrico ou de origem. A situação acima referida é perfeitamente legal, portanto resumindo todos os produtos começados por 560 ou são feitos em Portugal ou distribuídos por uma empresa portuguesa.

GS1 Portugal – o que é?
Fundada em 1985, a CODIPOR - Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos - é uma associação privada, sem fins lucrativos, formada por industriais, distribuidores e prestadores de serviços, sendo a representante portuguesa da GS1, organização responsável pelo Sistema EAN·UCC para a identificação, codificação e localização de produtos e serviços a nível mundial.

Neste sentido, a GS1 Portugal-CODIPOR é multi-sectorial e tem por objecto a gestão, a nível nacional do Sistema EAN·UCC, bem como o acompanhamento, investigação, estudo, formação, implementação e desenvolvimento de outros sistemas que conduzam à normalização e simplificação de procedimentos no âmbito da Indústria, Comércio e Serviços.

Sistema EAN-UCC – o que é?
O Sistema EAN·UCC é um conjunto de Normas de Identificação e Comunicação Electrónica abertas e globais, reconhecidas internacionalmente, que tornam possível a gestão eficiente das cadeias de valor multi-sectoriais para uma única e inequívoca identificação de produtos, unidades de expedição, activos, localizações e serviços, facilitando todos os processos negociais, incluindo o comércio electrónico e a rastreabilidade, com o fim último de, através da racionalização dos meios, aumentar a qualidade, reduzir custos, melhorar a eficiência da cadeia de valor e proporcionar mais valias a todos os que o utilizam.

O Sistema EAN·UCC é utilizado como linguagem comum para troca de informações e melhoria da comunicação dado que:

*Identifica uma "unidade" de forma inequívoca: 1 código <=>1 produto/serviço;
*Fornece uma identificação internacionalmente válida;
*A sua configuração permite gerar informação em tempo real;
*Facilita o comércio electrónico, preconizando o comércio sem papeis.

O Código de Identificação EAN·UCC é:

*Único: uma identificação codificada exclusiva de cada produto e de um só;
*Multi-sectorial e internacional: utilizável em todos os sectores e em todo o mundo;
*Seguro: inclui um dígito de controle que garante a segurança da informação contida no código.

IDENTIFICAÇÃO
UNIDADES DE CONSUMO
Uma Unidade de Consumo é entendida como a unidade concebida para ser adquirida, sob aquela mesma forma, pelo cliente ou consumidor final.

EAN-13
Para identificar a Unidade de Consumo o Sistema EAN·UCC adoptou o EAN-13, uma estrutura de codificação que admite um total de 13 dígitos.

PRODUTOS DE PESO VARIÁVEL
A legislação portuguesa obriga a que, no comércio retalhista, os produtos de peso variável expostos para venda estejam claramente marcados unitariamente com o preço por quilo, peso e valor a ser pago pelo consumidor final.

A Codificação dos Produtos de Peso Variável embora seja identificada com 13 dígitos, não segue a mesma estrutura utilizada no EAN-13 dos produtos caracterizados como unidade de consumo.

Nos Produtos de Peso Variável existem duas variáveis que, obrigatoriamente, têm que ser consideradas: o peso e o preço por quilo. Estes dados permitem determinar o valor de cada uma das unidades de consumo de peso variável.

PRODUTOR -> Quando o produto vem codificado de origem, ou seja, pelo produtor, o Prefixo que identifica um código de produto de peso variável é o 27 ou o 29 e o código é atribuído produto a produto pela GS1 Portugal-CODIPOR.

RETALHISTA -> Quando o produto é codificado no ponto de venda, ou seja, pelo retalhista, o Prefixo que identifica o código de produto de peso variável é o 26 ou 28 e é atribuído pelo próprio retalhista.

PRODUTOS DE QUANTIDADE VARIÁVEL

A Codificação dos Produtos de Quantidade Variável embora seja identificada com 13 dígitos, não segue a mesma estrutura utilizada no EAN-13 dos produtos caracterizados como unidade de consumo.

Nos Produtos de Quantidade Variável existem duas variáveis que, obrigatoriamente, têm que ser consideradas: a quantidade e o preço por unidade. Estes dados permitem determinar o valor de cada uma das unidades de consumo de quantidade variável.

Quando o produto vem codificado de origem, ou seja, pelo produtor, o Prefixo que identifica um código de produto de quantidade variável é o 25 e o código é atribuído produto a produto pela GS1 Portugal-CODIPOR.

OUTRAS

a) In-Store
O Sistema EAN·UCC fornece outras séries de números (prefixos) para aplicações internas (armazéns, centrais de compras, etc.). Estes códigos com 13 dígitos têm um prefixo exclusivo, seguido por um número interno escolhido pela empresa. A validade desses códigos só é garantida no interior da empresa emissora.
Os prefixos exclusivos para a codificação interna (in-store) são de 20 a 24 e possibilitam a codificação de produtos, não codificados de origem, desde que a circulação dos mesmos seja limitada àquela área comercial.

b) Indústria de Editores e Livreiros
O Sistema EAN·UCC disponibiliza com base numa codificação com 13 dígitos o prefixo 978 para o ISBN - International Standard Book Numbering que é utilizado em todo o mundo pelos editores e livreiros, gerido em Portugal pela APEL - Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e, o prefixo 977 para o ISSN - International Standard Serial Number, utilizado para a identificação de publicações periódicas, gerido pela Biblioteca Nacional.
ISO:
International Organization for Standardization

ISO is a network of the national standards institutes of 153 countries, on the basis of one member per country, with a Central Secretariat in Geneva, Switzerland, that coordinates the system.

ISO is a non-governmental organization: its members are not, as is the case in the United Nations system, delegations of national governments. Nevertheless, ISO occupies a special position between the public and private sectors. This is because, on the one hand, many of its member institutes are part of the governmental structure of their countries, or are mandated by their government. On the other hand, other members have their roots uniquely in the private sector, having been set up by national partnerships of industry associations.
Therefore, ISO is able to act as a bridging organization in which a consensus can be reached on solutions that meet both the requirements of business and the broader needs of society, such as the needs of stakeholder groups like consumers and users.

It was decided at the outset to use a word derived from the Greek isos, meaning "equal". Therefore, whatever the country, whatever the language, the short form of the organization's name is always ISO.

CEN:
European Committee for Standardization

CEN, the European Committee for Standardization, was founded in 1961 by the national standards bodies in the European Economic Community and EFTA countries.
Now CEN is contributing to the objectives of the European Union and European Economic Area with voluntary technical standards which promote free trade, the safety of workers and consumers, interoperability of networks, environmental protection, exploitation of research and development programmes, and public procurement.

Links:
http://560.adamastor.org/index.html
www.portugaltradebrands.com
http://www.gs1pt.org/pt/menu.htm

9.9.05

Países Tiranos

Lista actual de 36 países sem democracia, entre outros, em que o mais recente é a Rússia.

Lista Negra:
(entrada na ONU)

Afghanistan -- (19 Nov. 1946)
Algeria -- (8 Oct. 1962)
Azerbaijan -- (2 Mar. 1992)
Belarus -- (24 Oct. 1945)

Cambodia -- (14 Dec. 1955)
Cameroon -- (20 Sep. 1960)
Chad -- (20 Sep. 1960)
China -- (24 Oct. 1945)
Côte d'Ivoire -- (20 Sep. 1960)
Cuba -- (24 Oct. 1945)

Democratic People's Republic of Korea -- (17 Sep. 1991) (North Korea)
Democratic Republic of the Congo -- (20 Sep. 1960) (Kinshasa)
Egypt -- (24 Oct. 1945)
Guinea -- (12 Dec. 1958)
Haiti -- (24 Oct. 1945)

Iran (Islamic Republic of) -- (24 Oct. 1945)
Iraq -- (21 Dec. 1945)
Kazakhstan -- (2 Mar. 1992)
Kyrgyzstan -- (2 Mar. 1992)
Lao People's Democratic Republic -- (14 Dec. 1955) (Laos)
Libyan Arab Jamahiriya -- (14 Dec. 1955) (Libya)

Myanmar -- (19 Apr. 1948) (Burma)
Pakistan -- (30 Sep. 1947)
Russian Federation -- (24 Oct. 1945) (Russia)
Rwanda -- (18 Sep. 1962)
Saudi Arabia -- (24 Oct. 1945)
Somalia -- (20 Sep. 1960)
Sudan -- (12 Nov. 1956)
Syrian Arab Republic -- (24 Oct. 1945) (Syria)

Tajikistan -- (2 Mar. 1992)
Togo -- (20 Sep. 1960)
Tunisia -- (12 Nov. 1956)
Turkmenistan -- (2 Mar. 1992)
Uzbekistan -- (2 Mar. 1992)
Viet Nam -- (20 Sep. 1977) (Vietnam)
Zimbabwe -- (25 Aug. 1980)

8.9.05

Democracia na actualidade

Ensaio sobre o Liberalismo
___

(Brasil)
DEMOCRACIA
O MELHOR DOS REGIMES, UMA EXCEPÇÃO NA HISTÓRIA UNIVERSAL
Por Sérgio Amaral e Silva

A democracia pode ser definida como um regime em que o povo escolhe livremente seus governantes, os quais, por sua vez, respeitam os direitos individuais e humanos. Em especial para as gerações de brasileiros mais jovens, que pouco se lembram do país antes de 1985, ela (felizmente) parece um fenômeno tão natural que a constatação de como é recente chega a surpreender.

Em 26 séculos de História do Ocidente, localizamos dois breves momentos de democracia: na Antiga Grécia, por dois séculos; e nos últimos dois séculos no Ocidente moderno. Só quatro em 26! Já nos 500 anos do Brasil, só podemos identificá-la em cerca de 60 anos, intercalados por períodos de arbítrio durante nossa República.

Parece pouco? E é mesmo: estima-se que, da população mundial atual, só 20% vivem em países democráticos. Ou seja, a democracia, em que as regras fixas e universais devem prevalecer sobre a exceção, constitui, no tempo e no espaço, mais a exceção do que a regra...

Mais do que nunca (ou como sempre?), o tema está na ordem do dia. Portanto, é oportuno o lançamento de Democracia, volume em que o historiador norte-americano Robert Darnton e o cientista político francês Olivier Duhamel reuniram ensaios curtos sobre o tema de 48 autores dos dois países, que participaram de uma série de programas exibidos em 1998 pela televisão na França.

Os textos estão agrupados em cinco blocos. Nos três primeiros (história, idéias e instituições), enfatiza-se a evolução da noção de democracia da Antiga Grécia e do Iluminismo do século XVIII aos nossos dias. São discutidos ainda os principais elementos de que se compõem os regimes democráticos: os direitos fundamentais, as eleições e os partidos políticos, as leis e a justiça.

Os dois últimos segmentos da obra, dedicados aos problemas sociais e desafios, trazem os temas mais polêmicos e interessantes. Como cada tópico é desenvolvido em separado por um autor dos Estados Unidos e outro da França, é estabelecida uma espécie de diálogo que ressalta as particularidades de cada sociedade. Assim, o racismo é analisado pelo americano Randall Kennedy do ponto de vista da oposição entre negros e brancos. Já para o europeu Michael Löwy, o foco mais importante está na xenofobia.

Sobre a corrupção, Diego Gambetta (que apresenta um ranking dos países em que ela é mais presente) e Alain Etchegoyen concordam com Alexis de Tocqueville (1805-1859), o célebre autor do clássico A Democracia na América, que afirmava que o melhor remédio para os males da democracia é...
mais democracia.

Ao discutirem o papel dos meios de comunicação, Elihu Katz e Roland Cayrol propõem uma pergunta/enigma curiosa para o leitor: se os meios de comunicação podem subverter a democracia a que deveriam servir, inclusive por privilegiar o espetáculo em detrimento das "questões reais".

A respeito dos regimes antidemocráticos do Oriente Médio, vistos como um desafio mundial, principalmente depois do 11 de setembro, Shaul Bakhash considera que o retorno ao discurso religioso na região veio como resposta ao "esgotamento de governos opressores e corruptos". A renovação do islamismo seria assim "a expressão das injustiças, da miséria urbana e da exclusão".

Outro autor, Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, discorda da existência de uma dicotomia cultural global capaz de explicar o caráter ainda não-universal dos direitos humanos. Segundo essa teoria, que ele classifica de "a-histórica", enquanto o Ocidente valoriza a tolerância e a liberdade individual, o Oriente só respeita a ordem e a disciplina.

Dadas as diferenças entre as nações, é fundamental a atuação de instituições internacionais como a ONU, para "organizar o mundo". Para isso, esses organismos devem aperfeiçoar-se, ganhando em eficiência e legitimidade, concluem Stanley Hoffmann e Marisol Touraine.

Feita essa ampla reflexão sobre a democracia, cabe a cada um o empenho para aprofundar cada vez mais suas conquistas. No Brasil, por exemplo, ela exigiu muito sacrifício, sendo preciso neutralizar as mazelas que ainda a ameaçam, para oferecê-la, aprimorada, a nossos filhos. Quanto aos povos que ainda não a alcançaram, merecem nossa solidariedade. Afinal, como costumava dizer Winston Churchill (1874 -1965), "a democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas".

Sergio Amaral Silva é jornalista, economista e escritor.
(revista Storm)

24.8.05

FOGOS

Fogos em Portugal: vandalismo e sabotagem

O nosso património florestal (e não só) está definitivamente ameaçado -- vai desaparecendo todos os anos. A recuperação desse património é uma corrida contra o tempo, com a anualidade dos fogos no país, especialmente tendo em conta os fogos de há dois anos. São duas décadas incomparáveis em Portugal. Continua o sofrimento das populações afectadas pelos fogos. Até agora não tem sido possível ao Estado controlar esta situação. Se há determinados assuntos em que os nossos políticos têm contribuído activamente para a imagem negativa da classe, este é um deles. Governantes e deputados não têm querido tratar esta questão com a importância que reveste. Perante o vandalismo, a sabotagem e principalmente, perante a perda de vidas humanas (tantas e inocentes), preferem minimizar o problema, pois sentem-se impotentes para o resolver, numa hipocrisia intolerável. Até quando?!

A questão dos fogos é evidentemente complexa. Mas não há dúvidas que, se ela subsiste nos termos actuais, há interesses velados que a alimentam. No entanto, não é assim tão difícil identificar esses interesses. Difícil tem sido o Estado actuar.

Aqui fica um artigo, entre tantos já publicados, esclarecedor.


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A indústria dos incêndios

A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.

Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:

1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica? Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências? Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair? Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis? Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo?

2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...

3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.

4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.

5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.

Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime...

Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?

Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país.

Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime.

Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:

1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.

2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).

3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores

4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.

5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.

6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.

Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.

José Gomes Ferreira
(Sub-director de Informação da SIC)

Publicação: 04-08-2005 21:05

10.8.05

Leituras

Leituras

"Algarve - Todo o Mar"
Poesia. Editora: Dom Quixote. Data: 2005. Páginas: 408.

Os poetas cantam o Algarve.
Porque “o Algarve é todo um lindo minarete /
Sobre o mais belo dos Mediterrâneos” (Cândido Guerreiro).

Pelo “mistério do mar e o milagre do sol” (Miguel Torga).

Porque “ das dunas desertas tem a perfeição, /
dos pombos o rumor, /
da luz a difícil transparência /
e o rigor” (Eugénio de Andrade).

Pela “Alegria de ir ver o êxtase do mar” (Sofia de Mello Breyner Andresen).

Porque “fulgente e trémula, se espraia /
No areal dourado, a comoção das ondas”
e “há mouras encantadas, que ressurgem /
da fantasia mítica do povo” (Teixeira de Pascoaes).

Porque “as Hespérides são moças algarvias /
Todas jasmim, da testa aos calcanhares” (Natália Correia).

Porque se “vêem as estrelas enormes reluzindo através das amendoeiras” (Raul Brandão).

A presente recolha de Adosinda Providência Torgal e Madalena Torgal Ferreira reúne poemas e textos em prosa de alguns dos mais significativos autores portugueses dos séculos XIX e XX inspirados por um Algarve idílico, anterior à descaracterização a que foi, em grande parte, sujeito nas últimas décadas. Para ler e reler. Com nostalgia.

24.7.05

Jean-François Revel

Ensaio sobre o Liberalismo
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Como Terminam as Democracias
Uma crítica actual aos órfãos da Praça Vermelha
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Seria salutar nestes tempos de cinismo socialista, lembrar os defensores do estatismo colectivista que foram eles os responsáveis pelas desgraças que se abateram sobre a Humanidade no século XX. Os socialistas e não os liberais foram os responsáveis por todas essas desgraças. Seria bom lembrar, desde logo, que os totalitarismos do século XX tiveram uma única fonte: o colectivismo socialista. Dessa raiz provieram as grandes ideologias que alimentaram o totalitarismo. O nacional-socialismo alemão não era nada mais do que uma forma nacionalista de socialismo coletivista. O mesmo podemos afirmar do fascismo de Mussolini. Os restantes intentos socialistas estão aí, com a variada gama de micro-modelos marxistas-leninistas, responsáveis pelas maiores massacres do século XX, como muito bem ficou ilustrado no livro de Stéphane Courtois, Nicolas Werth e outros, intitulado “O livro negro do comunismo”, já editado entre nós.
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Jean-François Revel (n. 1924), da Academia Francesa, é um dos mais lúcidos críticos liberais do estatismo na tradição política do seu país e na actual conjuntura internacional. O seu grande mérito consiste em lembrar a opinião pública dos riscos do colectivismo socialista, bem como do cinismo dos seus arautos. Revel é autor de clássicos do pensamento político como “Nem Marx, nem Jesus” (1970), “A tentação totalitária” (1976), “A nova censura” (1977), “Como acabam as democracias” (1983, obra vencedora dos prémios Aujurd'hui e Konrad-Adenauer), “A rejeição do Estado” (1984), “O terrorismo contra a democracia” (1987), “O conhecimento inútil” (1988, prémios Chateaubriand e Jean-Jacques Rousseau), “O reencontro democrático” (1992, prémios Ville d'Ajaccio e Mémorial), “O absolutismo ineficiente”, ou “contra o Presidencialismo à moda francesa” (1992) ou Final do século das sombras (1999), bem como uma obra-prima de crítica à ideologia socialista: A grande parada: ensaio acerca da sobrevivência da utopia socialista (Paris: Plon, 2000, 344 ps.), e o último “A obsessão anti-americana” (Paris, Plon, 2002). O seu penúltimo livro causou polémica nos meios intelectuais do Velho Mundo e é, com certeza, a par do seu livro sobre o anti-americanismo, em decorrência da denúncia que o autor faz da capacidade que os defensores do socialismo têm para encobrir a realidade com o véu da ignorância, em que pese o facto de o mundo comunista ter desabado no leste europeu há mais de uma década. A França, aliás, é caracterizada por Revel com palavras que poderiam muito bem ser aplicadas a Portugal: "Devo dizer que, entre os países que sempre escaparam do comunismo mas onde a ideologia totalitária permanece forte, tanto no debate das ideias quanto pelo seu peso na prática política, a França ocupa um dos primeiros lugares, senão o primeiro. Ela constitui na Europa uma espécie de laboratório de ponta na produção das espertezas serôdias destinadas a rejeitar ou a tornar inócuas as lições da experiência, ou a adoptá-las com um atraso e uma má vontade tais que terminam por volatilizar os benefícios da aceitação da verdade" (p. 31/32). O autor retoma, assim, a crítica feita por Tocqueville, em O Antigo Regime e a Revolução, à capacidade mistificadora dos filósofos franceses, que no final do século XVIII substituíram alegremente o conhecimento da complexa realidade social por fórmulas gerais e simplórias, fáceis de serem vendidas ao povo nos panfletos e nas tribunas. A consequência dessa insensatez é por todos conhecida: a guilhotina e o terror jacobino, de que foram vítimas os próprios ideólogos do caos. Em 14 contundentes capítulos Jean-François Revel desossa, com precisão cirúrgica, o cadáver do dinossauro retórico com que os intelectuais socialistas têm tentado, ao longo do último decénio, dar vida ectoplasmática ao apodrecido paquiderme do socialismo real. O cerne da ressurreição ideológica da utopia socialista pode ser resumido, segundo a exposição de Revel, nas seguintes considerações:
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1) Já que o socialismo totalitário de carne e osso está morto e sepultado pelas suas antigas vítimas no leste europeu, os intelectuais ocidentais defensores desses ideais, em lugar de reconhecerem a falência do arquétipo dos seus sonhos, passaram a dar-lhe vida utópica, afirmando que se o comunismo tinha desaparecido da Europa, morreram com ele também as esperanças da humanidade de ver concretizada a justiça social.
2) Para esses intelectuais, já que a retórica liberal se estruturou, ao longo do século XX, em contraposição ao comunismo, desaparecido este não faz mais sentido mantê-la.
3) Responsável fundamental pela pobreza dos países do leste europeu e do terceiro mundo é, segundo os socialistas pensantes, o capitalismo e a sua superestrutura ideológica, o liberalismo.
4) O binómio capitalismo/liberalismo também é, para eles, o responsável pelo fim dos anos dourados do welfare state na Europa Ocidental e nos Estados Unidos.
5) A “inteligentsia” socialista é, no mundo globalizado por obra e graça do demónio capitalista, a portadora da única mensagem de esperança para a Humanidade no novo milénio; a sua pregação consiste em afirmar que o comunismo é a etapa suprema da democracia.
6) Posto que os Estados Unidos são o grande motor do capitalismo mundial, parte essencial da pregação dos novos messias consiste em denegrir a imagem dessa sociedade alimentando o espírito anti-americano.
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Embora seja bastante simplório o arrazoado dos intelectuais socialistas, a desinformação por eles propalada, no sentir de Revel, tem conseguido ocupar espaços na imprensa e estender um cordão de isolamento contra aqueles que ousarem divergir do seu ponto de vista. O próprio Revel confessa ter sido vítima, em França e nos Estados Unidos, da “censura” ideológica dos órfãos da Praça Vermelha e daqueles que, não sendo socialistas militantes, sentem-se contudo presos pelo imperativo categórico do politicamente correcto.
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Esse facto constitui, no sentir do autor, uma prova da lentidão do progresso da liberdade de espírito no mundo contemporâneo. "Uma grande parte de intelectuais, frisa Revel, persistem em perguntar-se, antes de mais nada, não o que devem pensar, mas o que se vai pensar deles" (p. 54). Esta situação constitui, a meu ver, uma verdadeira inversão da ética de convicção weberiana que deveria animar o intelectual, defensor antes de mais nada da verdade custe o que custar, sem esperar pelos aplausos da plateia. Ou melhor, estamos diante de uma inversão dos papéis com o político, que deve agir calculando os resultados da acção.
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Isso não quer dizer que a política tenha permanecido estática. A política mudou, e está a mover-se na direcção correcta. Na década de 90, as tarifas diminuíram, e permaneceram mais baixas do que eram anteriormente. Entretanto, tem havido um enfâse excessivo nos consumidores nacionais em detrimento do ímpeto contínuo necessário para realizar a integração bem sucedida dos mercados mundiais. Parte disso foi consequência natural das taxas de câmbio que permaneceram com tendência para a sobrevalorização em vez de a subvalorização.
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Jean-François Revel parte para desmascarar a falsidade do discurso ideológico da esquerda, explicitando, em primeiro lugar, os seus interesses e, em segundo lugar, mostrando quem foi que resolveu em França a questão social. No que diz relação ao primeiro ponto, Revel escreve: "A defesa de estatutos protegidos e, digamo-lo claramente, o reforço dos privilégios, converteram-se nas principais causas do que a esquerda ousa ainda chamar de movimentos sociais, que na verdade não são mais do que anti-sociais" (p. 54). Quanto ao segundo ponto, Revel não duvida em afirmar que foram os liberais os que em França enfrentaram e equacionaram a questão social, no século passado. A respeito, afirma: "Dezenas de anos antes da aparição dos primeiros partidos comunistas, foram os liberais do século dezenove os que colocaram, antes de qualquer um, o que se chamava então a questão social e responderam-lhe, elaborando muitas leis fundadoras do direito social moderno. Foi o liberal François Guizot, ministro do rei Luís-Filipe que, em 1841, fez votar a primeira lei destinada a limitar o trabalho das crianças nas fábricas. Foi Frédéric Bastiat, esse economista genial que hoje seria alcunhado de ultraliberal desenfreado, que em 1849, sendo deputado na Assembleia legislativa, interveio precursoramente na nossa história para formular e exigir que fosse reconhecido o princípio do direito de greve. Foi o liberal Émile Ollivier que, em 1864, convenceu o imperador Napoleão III de abolir o delito de coligação, (associação), (sindicalismo), (ou seja, a proibição que impedia os operários de se agruparem em defesa dos seus interesses), abrindo assim o caminho para o futuro sindicalismo. É o liberal Pierre Waldeck-Rousseau que, em 1884, no início da Terceira República, fez votar a lei que reconhecia aos sindicatos a personalidade civil. Permita-se-me sublinhar a seguinte lembrança: os socialistas da época, de acordo com a sua lógica revolucionária (bem anterior à aparição do mais pequeno partido comunista) manifestaram uma violenta hostilidade contra a lei Waldeck-Rousseau" (p. 48).
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O remédio para as trapalhadas socialistas é simples, mas deve ser corajoso e rápido. No sentir do autor, a única atitude válida é a integridade moral dos intelectuais sensatos para denunciar, sem temor, essa tentativa de estelionato utópico, à maneira como Benjamin Constant de Rebecque pôs a nu, no início do século XIX, os doidos e proto-socialistas arrazoados de Rousseau em política e em economia, ou seguindo as pegadas de Tocqueville na defesa incondicional e constante da liberdade ameaçada pelo igualitarismo estatizante. (...)
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(Jorge Pereira da Silva)

23.7.05

Karl Popper

Ensaio sobre o Liberalismo
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Karl Popper Karl Raimund Popper (28 de Julho de 1902 - 17 de Setembro de 1994), foi um filósofo da ciência, nascido na Áustria e naturalizado inglês. É considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência. Foi também um filósofo social e político de estatura considerável, um grande defensor da democracia liberal e um oponente implacável do autoritarismo.
Ele é talvez melhor conhecido pela sua defesa da falseabilidade como um critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência, e pela sua defesa da sociedade aberta.

Falseabilidade é um conceito importante na filosofia da ciência (epistemologia). Para uma asserção ser refutável ou falseável, em princípio será possível fazer uma observação ou fazer uma experiência física que tente mostrar que essa asserção é falsa.
Por exemplo, a asserção "todos os corvos são pretos" poderia ser falsificada pela observação de um corvo vermelho. A escola de pensamento que coloca o ênfase na importância da Falseabilidade como um princípio filosófico é conhecida como o Falseabilismo.


A falseabilidade foi desenvolvida inicialmente por Karl Popper nos anos 30 do século XX. Popper reparou que dois tipos de enunciados são de particular valor para os cientistas. O primeiro são enunciados de observações, tais como "este cisne é branco". Na teoria da lógica chamamos a estes enunciados enunciados existenciais singulares, uma vez que afirmam a existência de uma coisa em particular. Eles podem ser analisados na forma: existe um x que é cisne e é branco.
O segundo tipo de enunciado de interesse para os cientistas categoriza todas as instâncias de alguma coisa, por exemplo "todos os cisnes são brancos". Na lógica chamamos a estes enunciados universais. Eles são normalmente analisados na forma para todos os x, se x é um cisne então x é branco.
"Leis" científicas (mais correctamente chamadas teorias) são normalmente tidas como sendo desta forma. Talvez a questão mais dificil na metodologia da ciência é, como é que podemos chegar às teorias partindo das observações ? Como podemos inferir de forma válida um enunciado universal a partir de enunciados existenciais (por muitos que sejam) ?
A metodologia inductivista sopunha que se pode passar de uma série de enunciados singulares para um enunciado universal. Ou seja, que se pode passar de um "este é um cisne branco", "ali está outro cisne branco", e por aí adiante, para um enunciado universal como "todos os cisnes são brancos". Este método é claramente inválido em lógica, uma vez que será sempre possível que exista um cisne não-branco que por algum motivo não tenha sido observado.
Este era o Problema da indução, identificado por David Hume no século XVIII e cuja resolução é proposta por Popper.
Popper defendeu que a ciência não poderia ser baseada numa tal inferência. Ele propôs a falseabilidade como a solução do problema da indução. Popper viu que apesar de um enunciado existencial singular como "este cisne é branco" não pode ser usado para afirmar um enunciado universal, ele pode ser usado para mostrar que um determinado enunciado universal é falso: a observação existencial singular de um cisne negro serve para mostrar que o enunciado universal "todos os cisnes são brancos" é falso. Em lógica chamamos a isto de modus tollens.

Nascido em Viena em 1902 numa família de classe média de origem judia secularizada, foi educado na Universidade de Viena. Concluiu o doutoramento em filosofia em 1928 e ensinou numa escola secundária entre 1930 e 1936. Em 1937, a ascensão do Nazismo levaram-no a emigrar para a Nova Zelândia, onde ele foi professor de filosofia em Canterbury University College, Christchurch. Em 1946, foi viver para Inglaterra, tornando-se assistente (reader) de lógica e de método científico na London School of Economics, onde foi nomeado professor em 1949. Foi nomeado cavaleiro da Rainha Isabel II em 1965, e eleito para a sociedade real (Royal Society) em 1976. Reformou-se da vida académica em 1969, apesar de ter permanecido activo intelectualmente até à sua morte em 1994. Recebeu a insígnia de Companheiro de Honra (Companion of Honour) em 1982.
Popper recebeu vários prémios e honras no seu campo, incluindo o prémio Lippincott da associação americana de ciência política, o prémio Sonning, e o estatuto de membro na sociedade real, na academia britânica, London School of Economics, Kings College de Londres e o Darwin College de Cambridge.
Karl Popper Popper cunhou o termo "Racionalismo Crítico" para descrever a sua filosofia. Esta designação é significante e é um indício da sua rejeição do empirismo clássico e do observacionalismo-inductivista da ciência, que disso resulta. Apesar disso, alguns académicos, incluindo Ernest Gellner, defendem que Popper, não obstante não se ter visto como um positivista, se encontra claramente mais próximo desta via do que da tradição metafísica ou dedutiva.
Popper argumentou que a teoria científica será sempre conjectural e provisória. Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela simples constatação de que os resultados de uma previsão efectuada com base naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá gozar apenas do estatuto de uma teoria não (ou ainda não) contrariada pelos factos.
O que a experiência e as observações do mundo real podem e devem tentar fazer é encontrar provas da falsidade daquela teoria. Este processo de confronto da teoria com as observações poderá provar a falsidade (falsify) da teoria em análise. Nesse caso há que eliminar essa teoria que se provou falsa e procurar uma outra teoria para explicar o fenómeno em análise (
Falseabilidade).
Este aspecto é fulcral para a definição da ciência. Científico é apenas aquilo que se sujeita a este confronto com os factos. Ou seja: só é científica aquela teoria que possa ser falsificável.
Uma afirmação que não possa ser confrontada com a sua veracidade pelo confronto com a realidade não é científica. Será talvez uma especulação metafísica.
Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos nos aproximar dela por tentativas. O estado actual da ciência é sempre provisório. Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos factos e pelas observações, devemos nos perguntar, será que é mesmo assim ? Ou será que posso demonstrar que ela é falsa ?
Einstein é o melhor exemplo de um cientista que rompeu com as teorias da física estabelecidas.
Popper debruçou-se intensamente com a
teoria Marxista e com a filosofia que lhe é subjacente, de Hegel, retirando-lhes qualquer estatuto científico. O mesmo em relação à psicanálise, cujas teorias subjacentes não são falsificaveis.
O seu trabalho científico foi influenciado pelo seu estudo da teoria da relatividade de
Albert Einstein.
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Comparando o método científico de Karl Popper com a visão baconiana da ciência (de Francis Bacon), Ernest Gellner (Ernest André Gellner, ou simplesmente Ernest Gellner, 1925-1995, foi um filósofo e um antropólogo social checo naturalizado britânico) afirma em "Relativism and the social sciences": a definição do método científico de Popper difere da versão baconiana de empirismo pelo seu ênfase na eliminação em vez do ênfase na verificação. No entanto eles têm em comum um determinado ponto: quer nós verifiquêmos ou falsifiquêmos, de qualquer forma fazêmo-lo com a ajuda de duas ferramentas e apenas duas: a lógica e a confrontação com os factos. As teorias são julgadas por dois juízes: consistência lógica e conformidade com os factos. A diferença entre os dois modelos situa-se apenas em saber se os factos condenam os pecadores ou canonizam os santos. Para o jovem Popper havia alguns pecadores apropriadamente certificados, mas nunca santos definitivamente canonizados.
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Thomas Kuhn (18 de Julho 1922 - 17 de Junho 1996) foi um filósofo natural dos Estados Unidos da América cujo trabalho incidiu sobre história e filosofia da ciência, tronando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico. Kuhn procura elaborar as suas teorias epistemológicas atentando mais fortemente para a história das ciências e nota que as explicações tradicionais para o avanço científico, como o indutivismo e o falseabilismo, não resistem à evidência histórica. O ponto mais importante da sua teoria foi a ênfase dada ao carácter revolucionário do próprio progresso científico. Esse progresso ocorreria mediante saltos e não numa linha contínua. Alguns dos conceitos fundamentais para sua proposta são: "paradigma", "ciência normal", "anomalia",e "revolução".

Ken Wilber defende (em seu livro "A União da Alma e dos Sentidos") que a idéia de paradigmas proposta por Kuhn tem sido abusada (a ponto do próprio Kuhn abandoná-la), apropriada por grupos e indivíduos que tentam fazê-la parecer uma declaração de que a ciência é arbitrária.
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(encyclopedie.snyke.com)

22.7.05

Filósofos pós-modernos

Ensaio sobre o Liberalismo
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(Brasil)
A Sedução da Irracionalidade
Por Cristiano Carvalho

Recém publicada nos Estados Unidos, a obra "The Seduction of Unreason: The Intellectual Romance with Fascism from Nietzsche to Postmodernism", de Richard Wolin, comprova o que diversos pensadores, tais como John R. Searle, Paul Johnson, Raymond Aron, Isaiah Berlin, Karl Popper e outros, já apontavam há muito. Os filósofos pós-modernos têm uma indisfarçada e irresistível atração por ideologias totalitárias. O livro traça a árvore genealógica desde Nietzsche, o panteão do pós-modernismo, passando por Wittgeinstein, Heidegger, Gadamer, até os Derridas, Rortys, Deleuzes e Focaults contemporâneos, senão vejamos:

1) Nietzsche demonstrou em várias de suas obras uma forte tendência anti-semita e o seu "super-homem", ainda que possa ter sido mal interpretado, serviu de base filosófica para o Nazismo.
2) Wittgeinstein, não obstante ter sido um dos maiores filósofos do Século XX, o que jamais o colocaria no mesmo círculo da charlatanice pós-moderna, admirava enormemente o regime soviético.
3) Heidegger, junto com Nietzsche e Wittgeinstein o maior influenciador dos pós-modernos, era membro do Partido Nazista, tendo inclusive perseguido politicamente Edmund Husserl, seu antigo mestre e tutor, de origem judaica.
4) Focault era simpatizante da tirania teocrática iraniana.
5)Sartre era stalinista, assim como Merleau-Ponty.
6) Absolutamente TODOS os pós-modernos (Baudrillard, Derrida, Gilles Deleuze, Rorty, Vattimo, etc,etc) são de esquerda, não a social democracia de um Habermas (nazista na juventude), mas de uma esquerda relativista que é cética a valores como a democracia e a liberdade, pilares do iluminismo, e, mais importante, céticos quanto ao background do iluminismo: a razão.

Por que essa seduçao pela irracionalidade? É simples. A esquerda perdeu o debate filosófico e científico para o Liberalismo Democrático, sendo refutada pelo laboratório da realidade, desde a queda do Muro de Berlin, em 1989, ocasionando o que Francis Fukuyama chamou de "Fim da História" (expressão mal interpretada pelos que não o leram, já que significa na verdade o fim da "história", no sentido de determinismo historicista marxista, no qual o "fim" se daria com o comunismo, após a dialética luta de classes - e não o fim da história em si, como processo contínuo da ação humana).

O marxismo, de certa forma fruto do iluminismo racionalista, mostrou-se uma teoria errada em praticamente todos os seus pilares fundamentais. A Economia moderna, baseada no paradigma da racionalidade, é insofismável, colocando por terra quaisquer tentativas planificadoras e de engenharia social tão queridas pela Esquerda totalizante. Em suma, no terreno da racionalidade, o Liberalismo político e econômico venceu a guerra. Logo, qual a estratégia mais adequada para a esquerda, derrotada no campo intelectual e prático? Desacreditar o próprio background no qual perdeu a batalha intelectual: a racionalidade. Pronto, nasce o Pós-estruturalismo, o Desconstrucionismo, a Hermenêutica, o Pragmatismo, etc, etc.

Num mundo onde tudo é relativo, nada é certo e a verdade é uma impossibilidade (uma "mera metáfora móvel", segundo Nietzsche), valores fundamentais também passam a ser relativizados, e o ceticismo epistêmico converte-se em niilismo axiológico. Não obstante falácias óbvias como a auto-refutaçao, uso-menção e outras, num mundo onde a verdade e o conhecimento são impossibilidades, a única verdade (a que diz que não há verdades) passa a ser aquela exclusivamente enunciada pelos arautos pós-modernos. As consequências decorrentes disso não são apenas previsíveis, como inclusive históricas: o totalitarismo soviético, nazista, fascista, chinês, coreano e cubano e suas mais de 100 milhões de vítimas. Não podemos esquecer que idéias tem consequencias. Daí Searle apontar de forma tão certeira que o projeto (anti)filosófico pós-moderno nada mais é que uma mal disfarçada busca pelo poder. Outrossim, o maior inimigo dos valores fundamentais da liberdade e democracia não é mais o socialismo científico ou o comunismo. Esses, salvo por algumas figuras pitorescas do nosso universo sócio-político brasileiro, não são mais levados a sério por nenhum pensador de renome. Já as correntes de pensamento que juntas são albergadas pela alcunha comum do pós-modernismo, formam o establishment, o mainstream da intelectualidade contemporânea. Pensadores realistas são tão raros no ambiente acadêmico atual quanto eram os liberais-democratas (ou ao menos qualquer um que não fosse comunista) em meados do século passado. Nunca poderemos esquecer, nem por um minuto sequer, que todos os regimes totalitários do século XX, seja o soviético, o nazismo ou o fascismo, tiveram sua gênese em movimentos teóricos surgidos no século anterior.

Será que é tão dificil enxergar o óbvio?
Ao menos com a obra citada acima, de Richard Wolin, num tom mais sério do que o jocoso, porém fundamental "Imposturas Intelectuais", de Sokal e Bricmont, talvez fique um pouco mais fácil para quem insiste em continuar cego.
(Instituto Liberdade)

21.7.05

Ministros das Finanças 1974-2005

MINISTROS DAS FINANÇAS
da II República Portuguesa

Vasco Vieira de Almeida (da Coordenação Económica) 15-5-1974


José da Silva Lopes 17-7-1974
José da Silva Lopes 30-9-1974
José Joaquim Fragoso 26-3-1975

Francisco Salgado Zenha 19-9-1975

Henrique Medina Carreira 23-7-1976

Vitor Manuel Ribeiro Constâncio (das Finanças e do Plano) 30-1-1978

José da Silva Lopes (das Finanças e do Plano) 29-8-1978

Manuel Jacinto Nunes (das Finanças e do Plano) 22-11-1978

António Luciano Pacheco de Sousa Franco 1-8-1979

Aníbal António Cavaco Silva (das Finanças e do Plano) 3-1-1980
João António Morais Leitão (das Finanças e do Plano) 9-1-1981
João Maurício Fernandes Salgueiro (das Finanças e do Plano) 4-9-1981

Ernâni Rodrigues Lopes (das Finanças e do Plano) 9-6-1983

Miguel José Ribeiro Cadilhe 6-11-1985
Miguel José Ribeiro Cadilhe 17-8-1987
Luís Miguel Beleza 4-1-1990
Jorge Braga de Macedo 31-10-1991
Eduardo Almeida Catroga 7-12-1993

António Luciano Pacheco de Sousa Franco 28-10-1995
Joaquim Augusto Nunes de Pina Moura 25-10-1999
Guilherme d'Oliveira Martins 03-07-2001

Maria Manuela Ferreira Leite 06-04-2002
António Bagão Félix 17-07-2004

Luís Campos e Cunha 12-03-2005
Fernando Teixeira dos Santos 21-07-2005

20.7.05

Governos da II República Portuguesa

O I Governo Constitucional da II República Portuguesa.

O I Governo Constitucional tomou posse a 23 de Julho de 1976, sendo constituído pelo Partido Socialista com base nos resultados das eleições de 25 de Abril de 1976. Terminou o seu mandato a 23 de Janeiro de 1978.

Mandato Presidencial do General Ramalho Eanes. Primeiro Presidente da República eleito por sufrágio directo e universal pelos cidadãos portugueses maiores de 18 anos.

Primeiro-Ministro
Ministro dos Negócios Estrangeiros
Mário Soares

Ministro das Finanças
Henrique Medina Carreira

(...)


O II Governo Constitucional tomou posse a 23 de Janeiro de 1978, sendo constituído por uma coligação entre o Partido Socialista e o Centro Democrático Social. Terminou o seu mandato a 29 de Agosto de 1978.

Primeiro-Ministro
Mário Soares

Ministro Adjunto do Primeiro Ministro
António de Almeida Santos

Ministro da Defesa Nacional
Mário Firmino Miguel

Ministro das Finanças e Plano
Vitor Constâncio

Ministro da Justiça
José Santos Pais

Ministro da Administração Interna
Jaime Gama

Ministro dos Negócios Estrangeiros
Vítor Sá Machado

Ministro da Reforma Administrativa
Rui Pena

Ministro da Agricultura e Pescas
Luís Saias

Ministro da Indústria e Tecnologia
Carlos Melancia

Ministro do Comércio e Turismo
Basílio Horta

Ministro do Trabalho
António Maldonado Gonelha

Ministro da Educação e Cultura
Mário Sottomayor Cardia

Ministro dos Assuntos Sociais
António Arnault

Ministro dos Transportes e Comunicações
Manuel Ferreira Lima

Ministro da Habitação e Obras Públicas
António Sousa Gomes


O III Governo Constitucional tomou posse a 29 de Agosto de 1978, sendo constituído por iniciativa do Presidente da República. Terminou o seu mandato a 22 de Novembro de 1978.

Primeiro-Ministro
Alfredo Nobre da Costa

Ministro Adjunto do Primeiro Ministro
Carlos Costa Freitas

Ministro da Defesa Nacional
Mário Firmino Miguel

Ministro das Finanças e Plano
José da Silva Lopes

(...)


O IV Governo Constitucional tomou posse a 22 de Novembro de 1978, tendo constituído por iniciativa do Presidente da República. Terminou o seu mandato a 7 de Julho de 1979.

Primeiro-Ministro
Carlos Mota Pinto

Ministro de Adjunto do Primeiro Ministro
Álvaro Monjardino

Ministro de Defesa Nacional
José Alberto Loureiro dos Santos


Ministro das Finanças e Plano
Vice Primeiro-Ministro de Assuntos Económicos e Integração Europeia
Manuel Jacinto Nunes

(...)


O V Governo Constitucional tomou posse a 7 de Julho de 1979, sendo constituído por iniciativa do Presidente da República. Terminou o seu mandato a 3 de Janeiro de 1980.

Primeiro-Ministro
Maria de Lurdes Pintasilgo

Ministro Adjunto para a Administração Interna
Manuel da Costa Brás

Ministro da Coordenação Social e dos Assuntos Sociais
Ministro dos Assuntos Sociais
Alfredo Bruto da Costa

Ministro da Coordenação Cultural, Cultura e Ciência
Ministro da Cultura e Ciência
Adérito Sedas Nunes

Ministro da Defesa Nacional
José Alberto Loureiro dos Santos

Ministro dos Negócios Estrangeiros
João de Freitas Cruz

Ministro da Justiça
Pedro Sousa Macedo

Ministro das Finanças
António Sousa Franco

(...)


O VI Governo Constitucional tomou posse a 3 de Janeiro de 1980, sendo constituído pela coligação eleitoral formada pelo Partido Social-Democrata, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico, com base nos resultados das eleições de 2 de Dezembro de 1979. Terminou o seu mandato a 9 de Janeiro de 1981, na sequência do falecimento do Primeiro-Ministro, em 4 de Dezembro de 1980.


Primeiro-Ministro
Francisco Sá Carneiro

Vice Primeiro-Ministro
Ministro dos Negócios Estrangeiros
Diogo Freitas do Amaral
Primeiro-Ministro interino (Dezembro de 1980-Janeiro de 1981)

Ministro Adjunto do Primeiro Ministro
Francisco Pinto Balsemão

Ministro da Administração Interna
Eurico de Melo

Ministro da Justiça
Mário Raposo

Ministro das Finanças e Plano
Aníbal Cavaco Silva

Ministro da Educação e Ciência
Vítor Pereira Crespo

Ministro do Trabalho
Eusébio Marques de Carvalho

Ministro dos Assuntos Sociais
João Morais Leitão

Ministro da Agricultura e Pescas
António Cardoso e Cunha

Ministro do Comércio e Turismo
Basílio Horta

Ministro da Indústria e Energia
Álvaro Barreto

Ministro da Habitação e Obras Públicas
João Porto

Ministro dos Transportes e Comunicações
José Carlos Viana Baptista


O VII Governo Constitucional tomou posse a 9 de Janeiro de 1981, sendo constituído pela coligação formada pelo Partido Social-Democrata, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico. Terminou o seu mandato a 4 de Setembro de 1981.

Primeiro-Ministro
Francisco Pinto Balsemão

Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro
Basílio Horta

Ministro da Administração Interna
Fernando do Amaral

Ministro da Defesa Nacional
Luís de Azevedo Coutinho

Ministro dos Negócios Estrangeiros
André Gonçalves Pereira

Ministro da Justiça
José Menéres Pimentel

Ministro das Finanças e Plano
João Morais Leitão

(...)


O VIII Governo Constitucional tomou posse a 4 de Setembro de 1981, sendo constituído pela coligação formada pelo Partido Social-Democrata, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico. Terminou o seu mandato a 9 de Junho de 1983.

Primeiro-Ministro
Francisco Pinto Balsemão

Ministro da Defesa Nacional
Vice Primeiro-Ministro
Diogo Freitas do Amaral

Ministro de Estado e da Qualidade de Vida
Gonçalo Ribeiro Telles

Ministro de Estado, das Finanças e do Plano
João Salgueiro

(...)


O IX Governo Constitucional tomou posse a 9 de Junho de 1983, sendo constituído por uma coligação pós-eleitoral entre o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata, com base nos resultados das eleições de 25 de Abril de 1983. Terminou o seu mandato a 6 de Novembro de 1985.

Primeiro-Ministro
Mário Soares

Vice Primeiro-Ministro
Ministro da Defesa Nacional
Rui Machete

Ministro de Estado
António de Almeida Santos

Ministro da Administração Interna
Eduardo Pereira

Ministro dos Negócios Estrangeiros
Jaime Gama

Ministro da Justiça
Mário Raposo

Ministro das Finanças e Plano
Ernâni Lopes

(...)


O X Governo Constitucional tomou posse a 6 de Novembro de 1985, sendo constituído pelo Partido Social-Democrata, com base nos resultados das eleições de 6 de Outubro de 1985. Terminou o seu mandato a 17 de Agosto de 1987.

Primeiro-Ministro
Aníbal Cavaco Silva

Ministro de Estado
Ministro da Administração Interna
Eurico de Melo

Ministro Adjunto e para os Assuntos Parlamentares
Fernando Nogueira

Ministro das Finanças
Miguel José Ribeiro Cadilhe

(...)


O XI Governo Constitucional tomou posse a 17 de Agosto de 1987, sendo constituído pelo Partido Social-Democrata, com base nos resultados das eleições de 18 de Julho de 1987. Terminou o seu mandato a 31 de Outubro de 1991.

Primeiro-Ministro
Aníbal Cavaco Silva

Ministro da Presidência
Ministro da Defesa Nacional
Fernando Nogueira

Ministro dos Assuntos Parlamentares
Manuel Dias Loureiro

Ministro das Finanças
Miguel Beleza

(...)


O XII Governo Constitucional tomou posse a 31 de Outubro de 1991, sendo constituído pelo Partido Social-Democrata, com base nos resultados das eleições de 6 de Outubro de 1991. Terminou o seu mandato a 28 de Outubro de 1995.

Primeiro-Ministro
Aníbal Cavaco Silva

Ministro Adjunto
Luís Marques Mendes

Ministro da Defesa Nacional
António Figueiredo Lopes

Ministro da Administração Interna
Manuel Dias Loureiro

Ministro das Finanças
Eduardo Catroga

(...)


O XIII Governo Constitucional tomou posse a 28 de Outubro de 1995, sendo constituído pelo Partido Socialista com base nos resultados das eleições de 1 de Outubro de 1995. Terminou o seu mandato em 25 de Outubro de 1999.

Primeiro-Ministro
António Guterres

Ministro Adjunto do Primeiro Ministro
José Sócrates

Ministro dos Assuntos Parlamentares
António Costa

Ministro da Defesa Nacional
Ministro dos Negócios Estrangeiros
Jaime Gama

Ministro das Finanças
António Sousa Franco

Ministro da Administração Interna
Ministro Adjunto
Jorge Coelho

(...)


O XIV Governo Constitucional tomou posse a 25 de Outubro de 1999, sendo constituído pelo Partido Socialista com base nos resultados das eleições de 10 de Outubro de 1999. Terminou o seu mandato a 6 de Abril de 2002.

Primeiro-Ministro
António Guterres

Ministro de Estado
Ministro dos Negócios Estrangeiros
Jaime Gama

Ministro da Presidência
Ministro das Finanças
Guilherme d'Oliveira Martins

(...)


O XV Governo Constitucional tomou posse a 6 de Abril de 2002, sendo constituído pelo Partido Social-Democrata e pelo Partido Popular, na sequência das eleições de 17 de Março de 2002. Terminou o seu mandato a 17 de Julho de 2004.

Primeiro-Ministro
José Manuel Durão Barroso

Ministra de Estado
Ministra das Finanças
Manuela Ferreira Leite

Ministro de Estado
Ministro da Defesa Nacional
Paulo Portas

(...)


O programa do XVI Governo Constitucional assenta na continuidade das políticas desenvolvidas pelo XV Governo Constitucional.
A maioria parlamentar é a mesma e permanece intacta.
Uma legislatura, dois governos.
2004-07-17.

Primeiro-Ministro
Pedro Santana Lopes

Ministro de Estado
Ministro das Actividades Económicas e do Trabalho
Álvaro Barreto

Ministro de Estado
Ministro da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar
Paulo Portas

Ministro de Estado
Ministro da Presidência
Nuno Morais Sarmento

Ministro das Finanças e da Administração Pública
António Bagão Félix

(...)


O XVII Governo Constitucional.
2005-03-12.

Primeiro-Ministro
José Sócrates

Ministro de Estado
Ministro da Administração Interna
António Costa

Ministro de Estado
Ministro dos Negócios Estrangeiros
Diogo Freitas do Amaral

Ministro de Estado
Ministro das Finanças
Luís Campos e Cunha

Ministro da Presidência
Pedro Silva Pereira

Composição em 2005-07-21:

Ministro de Estado
Ministro das Finanças
Teixeira dos Santos