22.7.05

Filósofos pós-modernos

Ensaio sobre o Liberalismo
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(Brasil)
A Sedução da Irracionalidade
Por Cristiano Carvalho

Recém publicada nos Estados Unidos, a obra "The Seduction of Unreason: The Intellectual Romance with Fascism from Nietzsche to Postmodernism", de Richard Wolin, comprova o que diversos pensadores, tais como John R. Searle, Paul Johnson, Raymond Aron, Isaiah Berlin, Karl Popper e outros, já apontavam há muito. Os filósofos pós-modernos têm uma indisfarçada e irresistível atração por ideologias totalitárias. O livro traça a árvore genealógica desde Nietzsche, o panteão do pós-modernismo, passando por Wittgeinstein, Heidegger, Gadamer, até os Derridas, Rortys, Deleuzes e Focaults contemporâneos, senão vejamos:

1) Nietzsche demonstrou em várias de suas obras uma forte tendência anti-semita e o seu "super-homem", ainda que possa ter sido mal interpretado, serviu de base filosófica para o Nazismo.
2) Wittgeinstein, não obstante ter sido um dos maiores filósofos do Século XX, o que jamais o colocaria no mesmo círculo da charlatanice pós-moderna, admirava enormemente o regime soviético.
3) Heidegger, junto com Nietzsche e Wittgeinstein o maior influenciador dos pós-modernos, era membro do Partido Nazista, tendo inclusive perseguido politicamente Edmund Husserl, seu antigo mestre e tutor, de origem judaica.
4) Focault era simpatizante da tirania teocrática iraniana.
5)Sartre era stalinista, assim como Merleau-Ponty.
6) Absolutamente TODOS os pós-modernos (Baudrillard, Derrida, Gilles Deleuze, Rorty, Vattimo, etc,etc) são de esquerda, não a social democracia de um Habermas (nazista na juventude), mas de uma esquerda relativista que é cética a valores como a democracia e a liberdade, pilares do iluminismo, e, mais importante, céticos quanto ao background do iluminismo: a razão.

Por que essa seduçao pela irracionalidade? É simples. A esquerda perdeu o debate filosófico e científico para o Liberalismo Democrático, sendo refutada pelo laboratório da realidade, desde a queda do Muro de Berlin, em 1989, ocasionando o que Francis Fukuyama chamou de "Fim da História" (expressão mal interpretada pelos que não o leram, já que significa na verdade o fim da "história", no sentido de determinismo historicista marxista, no qual o "fim" se daria com o comunismo, após a dialética luta de classes - e não o fim da história em si, como processo contínuo da ação humana).

O marxismo, de certa forma fruto do iluminismo racionalista, mostrou-se uma teoria errada em praticamente todos os seus pilares fundamentais. A Economia moderna, baseada no paradigma da racionalidade, é insofismável, colocando por terra quaisquer tentativas planificadoras e de engenharia social tão queridas pela Esquerda totalizante. Em suma, no terreno da racionalidade, o Liberalismo político e econômico venceu a guerra. Logo, qual a estratégia mais adequada para a esquerda, derrotada no campo intelectual e prático? Desacreditar o próprio background no qual perdeu a batalha intelectual: a racionalidade. Pronto, nasce o Pós-estruturalismo, o Desconstrucionismo, a Hermenêutica, o Pragmatismo, etc, etc.

Num mundo onde tudo é relativo, nada é certo e a verdade é uma impossibilidade (uma "mera metáfora móvel", segundo Nietzsche), valores fundamentais também passam a ser relativizados, e o ceticismo epistêmico converte-se em niilismo axiológico. Não obstante falácias óbvias como a auto-refutaçao, uso-menção e outras, num mundo onde a verdade e o conhecimento são impossibilidades, a única verdade (a que diz que não há verdades) passa a ser aquela exclusivamente enunciada pelos arautos pós-modernos. As consequências decorrentes disso não são apenas previsíveis, como inclusive históricas: o totalitarismo soviético, nazista, fascista, chinês, coreano e cubano e suas mais de 100 milhões de vítimas. Não podemos esquecer que idéias tem consequencias. Daí Searle apontar de forma tão certeira que o projeto (anti)filosófico pós-moderno nada mais é que uma mal disfarçada busca pelo poder. Outrossim, o maior inimigo dos valores fundamentais da liberdade e democracia não é mais o socialismo científico ou o comunismo. Esses, salvo por algumas figuras pitorescas do nosso universo sócio-político brasileiro, não são mais levados a sério por nenhum pensador de renome. Já as correntes de pensamento que juntas são albergadas pela alcunha comum do pós-modernismo, formam o establishment, o mainstream da intelectualidade contemporânea. Pensadores realistas são tão raros no ambiente acadêmico atual quanto eram os liberais-democratas (ou ao menos qualquer um que não fosse comunista) em meados do século passado. Nunca poderemos esquecer, nem por um minuto sequer, que todos os regimes totalitários do século XX, seja o soviético, o nazismo ou o fascismo, tiveram sua gênese em movimentos teóricos surgidos no século anterior.

Será que é tão dificil enxergar o óbvio?
Ao menos com a obra citada acima, de Richard Wolin, num tom mais sério do que o jocoso, porém fundamental "Imposturas Intelectuais", de Sokal e Bricmont, talvez fique um pouco mais fácil para quem insiste em continuar cego.
(Instituto Liberdade)

10 comentários:

Luis Thiago disse...

o seu texto esta coberto dos maiores equívocos, uma lida apurada nos pensadores q vc citou como totalitarios verá q o panorama é o oposto. e esse richard wolin apenas um historiador influenciado pela filosofia de laboratorio que é consumada por masturbações proposicionais.

Anónimo disse...

Belíssimo ensaio.Peca apenas ao não citar Ernest Gellner e, até mesmo, Max Weber. O primeiro, inclusive foi colega do grande Karl Popper na London School of Economics. Heróis, eses homens (mais Hume, Descartes, Kant, Russel...), na defesa da razão e na luta contra a elocubração dos existencialistas e relativistas. Mas entandamos: aos derrotados só lhes resta relativizar, não é mesmo? Leiam ´´Nation and Nationalism``(Gellner)para defrontar e afrontar os patéticos pós-modernistas.
Grande abraço!

Anónimo disse...

Seu texto realmente está muito bem escrito, desde já o parabenizo, entretanto contem muitos equívocos, realmente não basta se fundar em opiniões de estudiosos e a partir daí tirar conclusões a cerca de outros pensadores é necessário ler de forma profunda e apurada os mesmos para formar uma opinião sólida! Nietzsche não apoiava o anti-semitismo, inclusive chegou a romper com Wagner e sua própria irmã por não concordar com o anti-semitismo, em suas obras exertou para o ódio desenvolvido pelos anti-semitas...Sua obra foi manipulada depois de sua morte por sua irmã para apoiar a causa anti-semita coisa que decerto Nietzsche jamais concordaria, e até acho que usar seus escritos para apoiar tal causa teria estimulado seu senso de humor. Seu pensamento poderoso, avassalador e crítico com certeza foi necessário e ainda o é para quem realmente pretende filosofar...

Anónimo disse...

Nunca li tamanhos disparates antes! Dizer que todos os filósofos e pensadores pós-modenos eram esquerdistas duentes é uma falácia, Nietzsche jamais pertenceu ao partido nazista, criticou movimentos socialistas e também a odiosa causa anti-semita, que seus textos são criticos e até ofensivos para os critãos isso pode ser verdade, tendo em vista que ele foi um dos maiores e mais furiosos críticos dos decadentes valores judaico-cristão.

nananananana o primeiro amor disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
nananananana o primeiro amor disse...

Bem, dá pra ver que você não leu os autores que você citou. Pelo menos se leu, não entendeu. Seu ensaio é raso e burro. Desculpa a sinceridade. Muitos dos autores que você citou nem são de esquerda. Aliás você mesmo se contradiz já que você fala que foulcault e Heiddenger apoiavam regimes de ultradireita. Além do que a sua conclusão cai por terra por um motivo muito simples. Nenhum dos autores citados estava vivo em 1989. Podia escrever um livro com os equívocos desse texto. Enfim, seu texto é uma vergonha

Anónimo disse...

Pode até ter uns pequenos equivocos,mas a mensagem essencial do seu texto é muito sólida pois faço filosofia e esses pós modernistas agem exatamente dessa forma.Parabens

Anónimo disse...

Olá senhores e senhoreas da razão!
Diante das honoráveis defesas de vossas teses eu me sinto trapo! pois bem, o fato é que continuamos a travar lutas. me parece que essa novela não terá fim. Quanto mais se evolui mais complexo fica. Quanto mais enxergamos, maior se torna o domínio da antítese. E diga-se de passagem muito eficiente.

tyr disse...

Quanta besteira. O "mané" que escreveu isso nunca leu Nietzsche (não faz a menor idéia do que ele escreveu), Heidegger (também não faz a menor idéias do essencialismo heideggeriano) e tampouco de Merleau Ponty (que criticava o comunismo e a defesa de Sartre sobre o maoísmo...). Enfim, quem escreveu o texto acima não sabe de nada. Concluindo, chamar Nietzsche de pós-moderno é o cúmulo da ignorância...

Anónimo disse...

Eu não costumo fazer comentários, mas no seu caso eu vou ser feliz em fazer uma exceção, isso porque acredito que você deva ser apenas uma criança que não entende nada sobre liberalismo, ou é apenas um ignorante que acredita que o escarnio genérico de teorias que divergem das suas irá fomentar os seus complicados sonhos de vingança, de triunfo e de magnânima indulgencia final.
Primeiramente, muitos dos filósofos que você mencionou como Baudrillard, Derrida, Focault, Nietzsche são pós-estruturalista e não pós-modernistas e compartilham de ideologia liberais. Não entendo a sua sanha de ataca-los se você se considera um adepto das ideologias liberais? E se por acaso você for uma Olavete, até o não diplomado liberal-conservador Astrolavo de Carvalho usa esses filósofos como referência.
E quanto ao Hedegger o único que você poderia ter razão de chamar de nazista, não vou dizer que ele não estava ciente sobre os planos políticos da adesão do nazismo na Alemanha, pelo contrário ele tinha convicção do que fazia, isso porque a história não é escrita preto no branco, já é difícil compreender a história do ponto de vista em que estamos que dirá vivenciar naquele momento de dúvida e incerteza. No entanto, você não diz no seu falacioso texto talvez por desinformação ou somente por ignorância que Heidegger, convicto da descrença do nazismo e contrario as manifestações antissemitas ele teve como amante Hannah Arendt uma judia e liberal, e ao mesmo tempo renunciou ao cargo de reitor na Universidade de Freiburg e aos ideais nazistas, esta atitude deixa clara a sua posição aos ideais propostos por esse partido. E sem falar que depois da renúncia ele sofreu diversos ataques por parte dos oficias nazistas, teve o visto negado pelo consulado alemão impedindo-o de fugir e teve diversas obras proibidas de ser publicadas e várias outras boicotadas. Assim fica claro que Heidegger precisou padecer pelo impacto nazista para perceber que o “bem” que ele tanto almejava para sua tão amada Alemanha não viria por parte do nazismo.
E para finalizar, mesmo que todos os filósofos que você mencionou fossem nazistas não refutaria as teorias que eles apresentaram, apenas condenaria a posição politica que eles tomaram, um outro exemplo é que se Newton fosse nazista a teoria da gravidade seria algo ruim...


“As opiniões falsas parecem-se com as moedas falsas que são, primeiro, fabricadas por criminosos e, depois, gastas por pessoas honestas que perpetuam o crime sem saber o que fazem”. (JOSEPH MARIE DE MAISTRE)