26.2.15

O fim do Sacro Império Romano-Germânico



Dissolução do Sacro Império Romano-Germânico

Sacro Império Romano-Germânico, 962-1806
Império da Áustria, 1804-1867
Confederação do Reno, 1806-1813
Confederação Germânica, 1815-1866
Confederação da Alemanha do Norte, 1866-1871
Império Austro-Húngaro, 1867-1918
Império Alemão, 1871-1918 / Alemanha
Reino da Prússia, 1701-1918

O fim do Sacro Império Romano-Germânico (SIRG) na Península Itálica:
SIRG, 962-1806 / Império da Áustria, 1804-1867 / Império Austro-Húngaro, 1867-1918
Reino Lombardo-Véneto
Ducado de Massa e Carrara
Ducado de Modena e Regio
Grão-ducado da Toscana

Outros Estados da Península Itálica:
Estados Pontifícios
Ducado de Lucca
Ducado de Parma e Placência
Reino das Duas Sicílias
Pontecorvo (Estados Pontifícios)
Benevento (Estados Pontifícios)
São Marinho
Reino da Sardenha / Reino de Itália

Outras áreas de influência italiana:
República e Cantão de Ticino; Mónaco; Malta; Córsega; Pelagosa.

(NOTAS)



O fim do Sacro Império Romano-Germânico (1806)


Sacro Império Romano-Germânico, 962-1806

Rei dos Germanos, sacro imperador romano-germânico

Luís II, o Germânico, filho do imperador Luís I, o Piedoso, recebeu, pelo Tratado de Verdun de 843 (divisão do império franco), a Francia oriental (Francia Orientalis), reino oriental dos Francos (Reino Franco Oriental), que reinou de 843 a 876. Os reis da parte oriental do Império Carolíngio, a Francia oriental ou Germânia (reino oriental dos Francos), ficaram, com o declínio do império, muito dependentes de poderosos nobres locais e nem sempre conseguiram assegurar a sua sucessão.

O reino oriental dos Francos (inicialmente encabeçado por um rei dos Francos), habitado na sua maioria por germanos, tornou-se depois conhecido como reino da Germânia. O rei dos Germanos era eleito pelos mais poderosos nobres (pelos duques) dos seus domínios.

A linha contínua de imperadores, depois dos primeiros que sucederam Carlos Magno, só começou com Otão I, o Grande, quando voltou a ser coroado o imperador do Ocidente, em 962, podendo considerar-se que fundou o Sacro Império Romano-Germânico (962-1806).

No Sacro Império Romano-Germânico, o rei dos Germanos recebia o título de Rei dos Romanos, antes de ser sagrado imperador pelo Papa. Assim, o rei da Germânia era também “Rei dos Romanos”. O rei dos Germanos era eleito por um conjunto de nobres, sendo coroado rei dos Romanos e, posteriormente, sagrado imperador pelo Papa.

No entanto, vários imperadores do Sacro Império asseguraram a eleição do respectivo herdeiro, que receberam o título de Rei dos Romanos, para lhes transmitir o reino da Germânia e a coroa imperial (ficando a aguardar ser sagrado imperador).

O reino da Germânia era o das terras alemãs ou Alemanha. O título de rei era, cada vez mais, sobretudo para as terras alemãs. Os imperadores do Sacro Império Romano-Germânico eram reis na Alemanha.

Perante o impacto da Revolução Francesa (1789-1799), a monarquia de Habsburgo e o reino da Prússia decidiram intervir na França, o que provocou uma contra-ofensiva das tropas revolucionárias (Guerras da Revolução Francesa, 1792-1802) e as Guerras Napoleónicas (1803-1815). Atacado pelo exército de Napoleão Bonaparte, o Sacro Império sucumbiu definitivamente. Em 1806, o imperador Francisco II abdica da coroa, pondo fim ao Sacro Império Romano-Germânico (Francisco I da Áustria).


Império da Áustria, 1804-1867

Império da Áustria, em 1804-1867 e Império Austro-Húngaro, 1867-1918.

Francisco II, o último sacro imperador romano-germânico, de 1792 a 1806, era também imperador da Áustria desde 1804. O Império da Áustria foi fundado em 1804, em reacção à criação do Império Francês (Primeiro Império Francês, 1804-1814) por Napoleão I da França, já estando em guerra o Sacro Império Romano-Germânico e a I República Francesa. Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico (como Francisco II), foi, assim, o primeiro imperador da Áustria em 1804-1835 (da casa de Áustria, Habsburgo-Lorena, do Império da Áustria), e foi, ainda, presidente da Confederação Germânica (em 1815-1835).


Confederação do Reno, 1806-1813

Confederação do Reno: reinos da Baviera, Saxónia, Vurtemberga e Vestefália e, ainda, grão-ducados, principados e ducados.

A Confederação do Reno foi constituída por Napoleão I da França, após a derrota final do Sacro Império Romano-Germânico em 1806.

Um protectorado do Império Francês (unindo a França aos povos da Alemanha, essencialmente numa aliança militar), a Confederação reunia os estados alemães (saídos do Sacro Império, alguns alterados e outros novos que se formaram) com excepção da Áustria (integrada no Império da Áustria) e o reino da Prússia.

O Império Francês anexou, então, a margem ocidental do rio Reno.

Protector da Confederação do Reno:
Napoleão I da França (Napoleão, pela graça de Deus e da Constituição, imperador dos Franceses, rei de Itália e protector da Confederação do Reno).

Após a derrota de Napoleão I da França na Batalha das Nações, em Lípsia (Leipzig, na Saxónia, Alemanha) em Outubro de 1813, os aliados da Sexta Coligação contra o Império Francês, nomeadamente a Áustria, Prússia, Reino Unido, Rússia, Suécia e alguns estados alemães, dissolveram a Confederação do Reno, que já tinha entrado em colapso quando alguns dos seus membros se uniram aos aliados contra Napoleão I.

Até à criação da Confederação Germânica, surgiu uma organização da Coligação, o Departamento Administrativo Central (Zentralverwaltungsdepartement, inicialmente Conselho Central), para a administração temporária dos territórios conquistados a Napoleão Bonaparte.

Do Congresso de Viena (1814-1815) emergiu a criação da Confederação Germânica, que sucedeu a Confederação do Reno.

Após a queda de Napoleão Bonaparte (que governou o Consulado e o Primeiro Império Francês, em 1799-1814, e voltou do exílio com o “Governo dos Cem Dias”, em 1815), derrotado em 1815 por uma coligação anglo-prussiana (sob as ordens de Wellington e Blucher) na Batalha de Waterloo (Bélgica, 18 de Junho de 1815), a dinastia de Bourbon volta ao poder (depois da Primeira República, em 1792-1804, e do Primeiro Império), com o rei Luís XVIII, rei da França em 1814-1815 (primeira restauração do reino) e 1815-1824 (segunda restauração), irmão do último rei Luís XVI (deposto em 1792 e executado em 1793).

A queda definitiva de Napoleão pôs termo a 23 anos de guerra entre a França e outros países europeus. Em 1821 Napoleão Bonaparte morre no exílio, na ilha de Santa Helena (na costa de África, Atlântico Sul).


Confederação Germânica, 1815-1866

Confederação Germânica: parte do Império da Áustria, parte do Reino da Prússia, reinos da Baviera, Saxónia, Vurtemberga e Hanôver, Eleitorado de Hesse, grão-ducados, principados, ducados e cidades-estado.

A Confederação Germânica foi criada pelo Congresso de Viena (1814-15), sob hegemonia austríaca, que sucedeu ao milenar Sacro Império Romano-Germânico, já antes dissolvido, em 1806, pelas invasões napoleónicas (Guerras Napoleónicas de 1803 a 1815).

Após a derrota do imperador Napoleão I da França, o Congresso de Viena estabeleceu uma nova ordem na Europa, idealizando impedir o aparecimento de uma força hegemónica e contrabalançar o poder das cinco potências dominantes, Áustria, Prússia, Inglaterra (Reino Unido), França e Rússia.

A Confederação Germânica foi uma união política dos estados alemães, baseada na anterior unificação da Confederação do Reno, sendo a presidência honorífica atribuída ao imperador da Áustria.

Presidentes da Confederação Germânica:
Francisco I da Áustria, Fernando I da Áustria e Francisco José I da Áustria.

Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico (Francisco II em 1792-1806) e primeiro imperador da Áustria (em 1804-1835), presidente da Confederação Germânica (em 1815-1835)
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Fernando I da Áustria, imperador da Áustria, em 1835-1848, e presidente da Confederação Germânica (em 1835-1848); não teve descendência e foi sucedido pelo sobrinho Francisco José I



Francisco José I da Áustria, imperador austro-húngaro (imperador do Império da Áustria que em 1867 se torna numa monarquia dualista até 1918, o Império Austro-Húngaro, Reinos e Terras representados no Conselho Imperial e as Terras da húngara Coroa de Santo Estêvão, imperador da Áustria e rei da Hungria), em 1848-1916, e presidente da Confederação Germânica (em 1850, depois das revoluções de 1848, até à dissolução da confederação em 1866, após a vitória do reino da Prússia na Guerra Austro-Prussiana)


Confederação da Alemanha do Norte, 1866-1871

Confederação da Alemanha do Norte: reinos da Prússia e Saxónia, grão-ducados, ducados, principados e cidades livres hanseáticas.

A Confederação Germânica, dominada pela Áustria, desaparece após a vitória do reino da Prússia na Guerra Austro-Prussiana (1866), dando origem à Confederação da Alemanha do Norte, dominada pela Prússia, mas que excluía a Áustria e os estados alemães do sul (Baviera, Vurtemberga, Bade, Hesse e, ainda, Luxemburgo e Listenstaine).

A Confederação da Alemanha do Norte criada em 1866, surgiu como uma aliança militar liderada pela Prússia que, em 1867, constitui-se numa federação de estados alemães (um estado alemão).

Presidente da Confederação da Alemanha do Norte:
Guilherme I da Prússia, rei da Prússia em 1861-1888, único presidente da Confederação da Alemanha do Norte em 1866-1871, primeiro imperador do Império Alemão (II Reich) em 1871-1888.

A Confederação da Alemanha do Norte termina com a Unificação da Alemanha em 1871 (que adoptou a forma de império).

A Confederação da Alemanha do Norte acabou por ser um marco de transição do poder da Áustria (imperador Francisco José I da Áustria), sobre os estados alemães, para a Prússia (Guilherme I, rei da Prússia).


Império Austro-Húngaro, 1867-1918

Império da Áustria, em 1804-1867 e Império Austro-Húngaro, 1867-1918.

O regime político austro-húngaro (1867) foi uma monarquia dualista, governada pelo imperador da Áustria e rei da Hungria, dos Reinos e Terras representados no Conselho Imperial e das Terras da húngara Coroa de Santo Estêvão.

A derrota do Império Austro-Húngaro na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a fuga de Carlos I da Áustria determinaram o fim da monarquia na Áustria e a queda da família imperial dos Habsburgo-Lorena, a dinastia reinante.

Ao império seguiu-se a República da Áustria Alemã, em 1918-19, e a República da Áustria, em 1919 (Primeira República, 1919-38).

Imperadores da Áustria e do Império Austro-Húngaro, entre 1804 e 1918 (sendo o primeiro do Império da Áustria em 1804 Francisco I da Áustria, até morrer em 1835):

Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico (Francisco II) e primeiro imperador da Áustria, reinou de 1792 a 1835, foi, também, presidente da Confederação Germânica em 1815-1835
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Fernando I da Áustria, imperador da Áustria e presidente da Confederação Germânica em 1835-1848; sem descendência, foi sucedido pelo sobrinho Francisco José I



Francisco José I da Áustria, imperador austro-húngaro (imperador do Império da Áustria que em 1867 se torna numa monarquia dualista, o Império Austro-Húngaro), em 1848-1916, e presidente da Confederação Germânica (em 1850, depois das revoluções de 1848, até à dissolução da confederação em 1866); ao morrer sem descendência, foi sucedido pelo sobrinho-neto Carlos I



Carlos I da Áustria (Beato Carlos da Áustria), último imperador austro-húngaro, em 1916-1918


Carlos I da Áustria e Zita de Bourbon e Parma foram os últimos imperadores austro-húngaros, em 1916-1918 (pais do arquiduque Oto de Áustria). Em 1918 ocorre a dissolução do Império Austro-Húngaro, após a I Guerra Mundial.

Carlos I da Áustria (1887-1922; Beato Carlos da Áustria), último imperador austro-húngaro, em 1916-1918 (dissolução do Império Austro-Húngaro, após a I Guerra Mundial), casou em 1911 com Zita de Bourbon e Parma (filha de Roberto I de Parma e Maria Antónia de Bragança e neta materna de Miguel I de Portugal)
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arquiduque Oto de Áustria (1912-2011), herdeiro do trono austro-húngaro em 1916-1918 (Oto de Habsburgo, Otto von Habsburg, também Otão de Habsburgo-Lorena, Otto Habsburg-Lothringen), casado com Regina da Saxónia-Meiningen, filha de Jorge da Saxónia-Meiningen (chefe da Casa da Saxónia-Meiningen, como Jorge III; neto de Jorge II, duque da Saxónia-Meiningen), o casal teve 5 filhas e 2 filhos
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Carlos de Habsburgo-Lorena (pai de 2 filhas e de Fernando de Habsburgo-Lorena, Ferdinand Zvonimir Habsburg-Lothringen)


Império Alemão, 1871-1918

Império Alemão: reinos da Prússia, Baviera, Saxónia e Vurtemberga, grão-ducados, ducados, principados, cidades livres hanseáticas e território imperial.

Considerado o Segundo Império (II Reich), o novo império alemão depois do Sacro Império Romano-Germânico (sendo este, o I Reich). Mais tarde, Adolf Hitler estabeleceria, na Alemanha Nazi, o Grande Império Alemão, o Terceiro Reich, terceiro império (1933-1945), sucessor do Império Alemão.

A Alemanha, depois da sua unificação, adoptou em 1871 a forma de império, um estado federal de estados soberanos, com um kaiser, isto é, um imperador (simultaneamente rei da Prússia), um chanceler do império responsável perante o imperador e um parlamento (o Reichstag) eleito democraticamente (embora com poucos poderes).

O Império Alemão foi um estado governado pela casa de Hohenzollern, família real da Prússia. O primeiro imperador foi Guilherme I, sendo o primeiro chefe de estado da Alemanha unificada, e o primeiro chanceler foi Bismarck.

Guilherme I, rei da Prússia de 1861 até sua morte (1888), também único presidente da Confederação da Alemanha do Norte (1866-1871) e kaiser do Império Alemão (o primeiro imperador, em 1871-1888).

O chanceler Bismarck (1815-1898) foi o primeiro-ministro do reino da Prússia em 1862, cargo que acumulou com o de chanceler da Confederação da Alemanha do Norte e, depois, chanceler do Império Alemão (até 1890). Assim, foi o único chanceler, em 1867-1871, da Confederação da Alemanha do Norte e foi o primeiro chanceler, em 1871-1890, do Império Alemão.

A Prússia dirigiu a unificação alemã e o consequente estabelecimento do Império Alemão, sob a liderança de Guilherme I da Prússia e do chanceler Bismarck.

O chanceler Bismarck foi um dos mais importantes e influentes estadistas do século XIX, depois de uma série de guerras unificou a Alemanha, considerando-se um fundador da moderna Alemanha. Bismarck, primeiro-ministro da Prússia, entrou em guerra com a Áustria na Guerra Alemã de 1866, que opôs a Confederação Germânica, liderada pela Áustria (com os estados alemães seus aliados), e o reino da Prússia e alguns estados alemães aliados. Da guerra saiu derrotado o Império da Áustria, o que levou ao fim da Confederação Germânica e ao surgimento da Confederação da Alemanha do Norte, importante passo para a unificação, com o domínio prussiano sobre os estados alemães e o afastamento definitivo da Áustria no futuro desses mesmos estados. A unificação concluiu-se com a fundação em 1871 do Império Alemão (com todos os anteriores membros da Confederação Germânica, excepto Áustria, Liechtenstein e Luxemburgo), que se tornaria numa grande potência mundial.

Ainda na Guerra Alemã de 1866, ou Guerra Austro-Prussiana (parte das guerras da unificação alemã), também o reino de Itália se juntou à Prússia, para concluir a unificação do país, com a anexação italiana do reino Lombardo-Véneto, que já não possuía a região da Lombardia.

As grandes potências no final do século XIX são Reino Unido (1801-1922-1927, da Grã-Bretanha e Irlanda), Império Alemão (1871-1918-1945), República Francesa (1870-1940, a III República), Império Russo (1721-1917), Estados Unidos da América (1776), Império do Japão (1868-1947), Império Austro-Húngaro (1867-1918) e reino de Itália (1861-1946).

O Império Alemão e o Império Austro-Húngaro (e o Império Otomano e, ainda, outros), ou seja, as Potências Centrais, defrontam-se com o Reino Unido, a República Francesa (a Terceira), o Império Russo e o reino de Itália (e outros aliados, incluindo Portugal) na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e saem derrotados em 1918.

Soberanos do Império Alemão, entre 1871 e 1918:

Guilherme I da Alemanha, em 1861-1888, imperador alemão e rei da Prússia; irmão e sucessor de Frederico Guilherme IV; rei da Prússia em 1861 e primeiro monarca do Império Alemão a partir de 1871 (também único presidente da Confederação da Alemanha do Norte em 1866-1871)
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Frederico III da Alemanha, imperador em 1888 (casado com Vitória, princesa real do Reino Unido, filha mais velha da rainha Vitória do Reino Unido)
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Guilherme II da Alemanha, imperador em 1888-1918 (abdicou)


O kaiser Guilherme II da Alemanha (1859-1941) foi o último imperador da Alemanha (abdicou em 1918). Guilherme II foi pai de Guilherme da Prússia, príncipe herdeiro da Alemanha e avô de Luís Fernando, príncipe da Prússia.

Guilherme II da Alemanha, imperador em 1888-1918 (abdicou)
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Guilherme da Prússia, príncipe herdeiro da Alemanha (1882-1951)
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Luís Fernando, príncipe da Prússia (1907-1994)
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Luís Fernando da Prússia (1944-1977), irmão de Frederico Guilherme da Prússia e de Miguel da Prússia, afastados da sucessão dinástica
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Jorge Frederico da Prússia (nascido em 1976), chefe da Casa de Hohenzollern (dinastia do Império Alemão e do reino da Prússia, abolidos em 1918), trineto do imperador Guilherme II da Alemanha


No Império Alemão irrompe um movimento revolucionário e o fim da monarquia, nascendo a república, depois da abdicação de Guilherme II, a 9 de Novembro de 1918. Assim, a República de Weimar (1918-1933) surge depois da queda do império alemão a seguir à derrota na I Guerra Mundial e depois da revolução de Novembro de 1918.

A Unificação da Alemanha, que sucedeu a Confederação da Alemanha do Norte, cria um Estado Alemão em 1871, que adoptou a forma de império.

País Alemão (Deutsches Reich), Reich Alemão (também, por alguns, denominado «Império Alemão»), na história da Alemanha, é o nome do Estado-nação alemão, Unificação da Alemanha, de 1871 (que sucedeu a Confederação da Alemanha do Norte) a 1945:

  • Império Alemão, entre 1871 e 1918 (II Reich), uma organização federal numa monarquia constitucional (a monarquia do Império Alemão com o chanceler Bismarck, fundada em 1871, foi o primeiro estado nacional unificado dos alemães)

  • República de Weimar, em 1918-1933, uma democracia parlamentar, semi-presidencial, época que começou com a proclamação da República em 9 de Novembro de 1918 e terminou com a nomeação de Adolf Hitler como Chanceler em 30 de Janeiro de 1933; foi na cidade de Weimar que uma assembleia nacional aprovou uma nova constituição para uma república federal

  • Alemanha Nazi, em 1933-1945, ditadura totalitária do Partido Nazi (NSDAP, Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, fundado em 1920); Adolf Hitler, chanceler (1933) e depois Führer (1934-1945, Líder e Chanceler da Alemanha Nazi, chefe de Estado e do governo), estabeleceria o Grande Império Alemão (a partir de 1943, ou Império da Grande Alemanha), Terceiro Reich


De 1945 a 1949:
Autoridade de Gestão dos Aliados no estado alemão, entre 1945 e 1949, no final da II Guerra Mundial (1939-1945) e a derrota do Império Alemão até ao estabelecimento e reorganização de dois estados alemães (divisão alemã de 40 anos), pelos Aliados (governo militar americano, britânico, francês e soviético das zonas ocupadas pelos Aliados); período de transição da Alemanha ocupada pelos Aliados


De 1949 a 1990:
República Federal da Alemanha (Bona, capital da RFA)

República Democrática Alemã (Berlim Leste, capital da RDA)

A Queda do Muro de Berlim: 10 de Novembro de 1989 (na noite de 9 para 10 de Novembro); o muro representava a divisão entre os países da Europa de leste, dirigidos por governos comunistas e liderados pela União Soviética (URSS, 1917/1922-1991) e os países da Europa ocidental, de regime democrático, aliados dos Estados Unidos da América

A Reunificação Alemã: 3 de Outubro de 1990 (chanceler Helmut Kohl, foi chanceler da Alemanha Ocidental e da Alemanha reunificada em 1982-1998)


A partir de 1990:
República Federal da Alemanha (Berlim, capital)


Alemanha:
1871: Deutches Reich (estado alemão unificado), Unificação da Alemanha, sucedeu a Confederação da Alemanha do Norte, a federação de estados alemães constituída em 1867
1949: República Federal da Alemanha, Reunificação Alemã em 1990


Alemanha contemporânea: 1871 (1945-1949) e 1949.


Reino da Prússia, 1701-1918

Reino da Prússia, 1701-(1867) 1918:
estado, em parte, da Confederação Germânica em 1815-66;
estado da Confederação da Alemanha do Norte, 1867-1871;
estado do Império Alemão, 1871-1918.


A família real da Prússia, da casa de Hohenzollern (região de Tubinga, sul da Alemanha), governava, antes do reino da Prússia, o Eleitorado de Brandeburgo e o ducado da Prússia. O estado alemão do Eleitorado de Brandeburgo, com sede em Berlim, fazia parte (em 1157-1806) do Sacro Império Romano-Germânico. Os eleitores de Brandeburgo, da casa de Hohenzollern, juntaram em 1618 (por herança) aos seus domínios o ducado da Prússia (a Prússia Ducal, Prússia Oriental), com capital em Conisberga (actual Calininegrado), parte do reino da Polónia (reino em união com o grão-ducado da Lituânia). Assim, surgiu uma união de estados, Brandeburgo-Prússia, em 1618-1701, na posse da casa de Hohenzollern.

Frederico Guilherme, o Grande Eleitor, eleitor de Brandeburgo e duque da Prússia (em 1640-1688), foi candidato a rei da Polónia e grão-duque da Lituânia (à coroa das Duas Nações) e, posteriormente, assegurou a independência da Prússia relativamente ao reino da Polónia (formalmente, seria ainda um ducado da coroa polaca até 1701), ficando, assim, vassalo unicamente do imperador Leopoldo I de Áustria (reinou em 1658-1705), do Sacro Império. O filho de Frederico Guilherme, o Grande Eleitor, Frederico I da Prússia, transformou o ducado em reino da Prússia em 1701, embora continuasse vassalo, como eleitor de Brandeburgo, do Sacro Império Romano-Germânico (sendo o único rei vassalo do imperador Leopoldo I).

Na Guerra da Sucessão da Áustria (1740-1748), Frederico II, o Grande, rei da Prússia em 1740-1786, invadiu a Silésia, aproveitando o momento em que a Áustria estava especialmente vulnerável, apoderando-se desse território.

Reis da Prússia:

Frederico I da Prússia, rei em 1701-1713, antes, eleitor de Brandeburgo e duque da Prússia em 1688, filho e sucessor de Frederico Guilherme, o Grande Eleitor, eleitor de Brandeburgo e duque da Prússia (em 1640-1688)
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Frederico Guilherme I (o Rei Sargento) da Prússia, em 1713-1740
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Frederico II (o Grande) da Prússia, em 1740-1786 (sem descendência)



Frederico Guilherme II da Prússia, em 1786-1797, sobrinho e sucessor de Frederico II, o Grande
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Frederico Guilherme III da Prússia, em 1797-1840
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Frederico Guilherme IV da Prússia, em 1840-1861 (sem descendência)



Guilherme I, em 1861-1888, imperador alemão e rei da Prússia; irmão e sucessor de Frederico Guilherme IV; rei da Prússia em 1861 e primeiro monarca do Império Alemão a partir de 1871 (também único presidente da Confederação da Alemanha do Norte em 1866-1871)
~
Frederico III, em 1888
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Guilherme II, em 1888-1918 (abdicou)


Guilherme I da Prússia ou Guilherme I da Alemanha ou Guilherme I, imperador alemão (monarca do Império Alemão) foi pai do rei da Prússia e imperador Frederico III da Alemanha (Frederico III de Hohenzollern), que casou com Vitória, princesa real do Reino Unido, filha mais velha da rainha Vitória do Reino Unido, e avô de Guilherme II, imperador da Alemanha e rei da Prússia até abdicar, em 1918.






O fim do Sacro Império Romano-Germânico na Península Itálica


Sacro Império Romano-Germânico, 962-1806
Império da Áustria, 1804-1867
Império Austro-Húngaro, 1867-1918

Rei dos Romanos e sacro imperador romano-germânico

O título de Rei dos Romanos (Rex Romanorum, em latim) era um dos utilizados pelos imperadores do Sacro Império Romano-Germânico, para enfatizar a sua regra universal, depois da eleição realizada pelos príncipes que tinham a incumbência de escolher o imperador (o eleito recebia esse título) e antes da coroação pelo Papa (ao ser sagrado imperador pelo Papa, recebia o título de Imperator Romanorum). Alguns governantes do Sacro Império Romano-Germânico foram eleitos (escolhidos para serem imperadores) mas não sagrados pelo papa, detendo assim apenas o título de “Rei dos Romanos” e também possuíram esse mesmo título, alguns herdeiros dos imperadores.

Francisco I da Áustria
governou o Sacro Império Romano-Germânico em 1792-1806 e o Império da Áustria em 1804-1835, também presidiu a Confederação Germânica em 1815-1835


O último imperador do Sacro Império foi Francisco II da Áustria de 1792 a 1806, depois primeiro imperador da Áustria como Francisco I (1804-1835), que na sequência das Guerras Napoleónicas (1803-1815), após as vitórias de Napoleão I da França, teve de abdicar em 1806, dissolvendo-se o Sacro Império Romano-Germânico (com a renúncia ao título imperial).

Foram imperadores da Áustria e do Império Austro-Húngaro, entre 1804 e 1918:

Francisco I da Áustria,
último sacro imperador romano-germânico (Francisco II em 1792-1806) e primeiro imperador da Áustria (em 1804-1835; casa de Áustria, Habsburgo-Lorena, do Império da Áustria, estado que surgiu em 1804), presidente da Confederação Germânica (em 1815-1835), casado com a prima direita Maria Teresa de Nápoles (filha de Fernando I das Duas Sicílias)

Fernando I da Áustria,
imperador da Áustria, em 1835-1848, e presidente da Confederação Germânica (em 1835-1848)

Francisco José I da Áustria,
imperador austro-húngaro (imperador do Império da Áustria que em 1867 se torna numa monarquia dualista até 1918, o Império Austro-Húngaro, Reinos e Terras representados no Conselho Imperial e as Terras da húngara Coroa de Santo Estêvão, imperador da Áustria e rei da Hungria), em 1848-1916, e presidente da Confederação Germânica (em 1850, depois das revoluções de 1848, até à dissolução da confederação em 1866, após a vitória do reino da Prússia na Guerra Austro-Prussiana)

Carlos I da Áustria
(1887-1922; Beato Carlos da Áustria), último imperador austro-húngaro, em 1916-1918 (dissolução do Império Austro-Húngaro, após a I Guerra Mundial)


Reino Lombardo-Véneto

Reino Lombardo-Véneto, 1815-1866, governado pelos soberanos do Império da Áustria


No fim da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1713/15), o ducado de Milão foi cedido à Casa de Áustria (pela Espanha, reconhecendo a ocupação austríaca desde 1706), que o conservou até à conquista por Napoleão Bonaparte em 1796, ao serviço da I República Francesa, na invasão da Península Itálica, em guerra contra o Sacro Império Romano-Germânico. O ducado era administrado por um Governador do ducado de Milão na qualidade de representante do arquiduque da Áustria, tendo sido o primeiro governador nomeado após a morte sem herdeiros do duque Francisco II Sforza, tendo o imperador Carlos V do Sacro Império anexado o ducado e transmitido o mesmo para o filho, futuro Filipe II de Espanha (passando, depois, o ducado a depender do rei de Espanha, saindo do domínio do Sacro Império). O território do ducado cobria grande parte da região da Lombardia (embora estendendo-se a outras regiões) e tinha como capital Milão. Com a conquista pela República Francesa, o ducado de Milão, deixou de existir, formando novos territórios, com capital em Milão. Em 1814 o imperador Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico, retoma Milão.

Em 1797, a República de Veneza (697/726/810-1797), é invadida (já em declínio) por Napoleão Bonaparte, com o comando do Exército de Itália da Revolução Francesa (Campanha de Itália em 1796-1797, das Guerras da Revolução Francesa de 1792 a 1802, que opôs a I República Francesa ao Sacro Império Romano-Germânico e, também, ao reino da Sardenha e aos Estados Pontifícios) e, no tratado de paz entre a França e a monarquia austríaca, cedida ao imperador Francisco II do Sacro Império (Francisco I da Áustria), que dividiu os seus territórios por províncias do império. Em 1805, por um novo tratado de paz entre o Império da Áustria e o Império Francês (o Primeiro, 1804-1814), a região de Veneto seria incorporada à República Italiana (1802-1805), tendo como presidente Napoleão Bonaparte. A república transformou-se no Reino de Itália (1805-1814) de Napoleão I da França, administrada pelo vice-rei de Itália, Eugénio de Beauharnais (filho da imperatriz Josefina, a primeira mulher de Napoleão Bonaparte), filho adoptivo do imperador de França, príncipe de França, duque de Leuchtenberg (pai de Augusto de Beauharnais, duque de Leuchtenberg, príncipe consorte de Portugal casado com D. Maria II e de Amélia de Leuchtenberg, casada com Pedro I do Brasil, também Pedro IV de Portugal), até à derrota e primeira abdicação de Napoleão em 1814.

A região de Milão, a Lombardia, e a de Veneza, o Veneto, parte da antiga República de Veneza, tinham direito, por tradição, a gozarem de governos autónomos, assim esses territórios no norte da Península Itálica foram reorganizados, por acordo das potências vencedoras no Congresso de Viena (1814-1815), juntando-se à Lombardia a região de Veneto, criando um único reino em 1815, denominado Reino Lombardo-Véneto, estado unido ao Império da Áustria na pessoa do soberano (Francisco I da Áustria). O reino era governado por um vice-rei.

Francisco I, rei da Lombardia e Véneto, reinou de 1815 a 1835, sendo sucedido por Fernando I em 1835-1848 e, posteriormente, por Francisco José I a partir de 1848 até ao fim do reino, todos imperadores do Império da Áustria.

Na revolução de 1848, contra o domínio austríaco, foram proclamados governos provisórios em Milão e em Veneza, sendo Milão reocupada e dissolvido o governo em 1848, pelo Império da Áustria, e Veneza rendendo-se em 1849.

Em 1859 deu-se a anexação da Lombardia, no âmbito das guerras da unificação italiana (1848-1870), pelo reino da Sardenha, de Vítor Manuel II de Sabóia, depois reino de Itália, restando apenas ao reino Lombardo-Véneto a região de Veneto.

O reino de Itália, de Vítor Manuel II de Sabóia, junta-se à Prússia na Guerra Alemã de 1866, ou Guerra Austro-Prussiana (parte das guerras da unificação alemã), para concluir a unificação do país, com a anexação do Veneto (faltava ainda a região do Lácio, dos Estados Pontifícios).

Assim, em 1866, o Império da Áustria cedia o Veneto ao Império Francês (o Segundo), que por sua vez cedia a região ao reino de Itália depois de um plebiscito, acabando o protectorado austríaco, o reino Lombardo-Véneto.


Ducado de Massa e Carrara

Ducado de Massa e Carrara, ducado do Sacro Império Romano-Germânico, 1442-1829

Ocupação Napoleónica em 1796-1814; ducado do Sacro Império Romano-Germânico (até 1806); ducado do Império da Áustria em 1814

Em 1829 o ducado foi anexado pelo Ducado de Modena e Regio


Em 1442 surge o marquesado de Massa, do Sacro Império Romano-Germânico, em 1473 o marquês de Massa torna-se também Senhor de Carrara e só mais tarde o marquesado de Massa passa a ducado.

Alberico I Cybo e Malaspina foi marquês de Massa e Senhor de Carrara em 1554, depois príncipe de Massa e marquês de Carrara em 1568, até à morte, em 1623.

Durante a Ocupação Napoleónica, a duquesa Maria Beatriz foi obrigada a refugiar-se em Viena com o marido, junto à corte do imperador Francisco II do Sacro Império (depois, Francisco I da Áustria), que reinou de 1792 a 1835, sobrinho do seu marido, o arquiduque Fernando Carlos de Áustria, duque titular de Modena e Régio, duque de Brisgóvia, de onde governou o ducado de Massa e Carrara no exílio.

Em 1829 o Ducado de Massa e Principado de Carrara é anexado ao Ducado de Modena e Regio.

Os últimos duques de Massa e Carrara:

Alderano I Cybo e Malaspina, duque de Massa e príncipe de Carrara em 1715-1731, da casa de Cybo e Malaspina de Massa

Maria Teresa, duquesa de Massa e Carrara, em 1731-1790, filha dos duques Alderano I e Ricciarda Gonzaga, casou em segundas núpcias com Hércules III de Este, duque de Modena e Regio, tornando-se duquesa consorte de Modena e Regio

Maria Beatriz de Este, duquesa de Massa e Carrara em 1790-96 e em 1814-1829, filha de Hércules III de Este (1727-1803) e de Maria Teresa Cybo e Malaspina (1725-1790), casou com Fernando Carlos de Áustria, filho de Francisco I e Maria Teresa de Áustria, imperadores do Sacro Império, sucedeu a mãe em 1790 como última duquesa de Massa e Carrara


Fernando Carlos de Áustria, arquiduque da Áustria, duque titular de Modena e Regio (1803-1806; Ocupação Napoleónica desde 1796), duque de Brisgóvia (Breisgau), casado com Maria Beatriz de Este, pais de Francisco IV de Áustria-Este, duque de Modena e Regio (duque, depois da Ocupação Napoleónica, de 1814 a 1846, duque titular entre 1806 e 1814); com a morte de Maria Beatriz de Este em 1829, o ducado de Massa e Carrara foi incorporado ao ducado de Modena e Regio de Francisco IV de Áustria-Este (pai de Francisco V, último duque de Modena e Regio).


Ducado de Modena e Regio

Ducado de Modena e Regio, ducado do Sacro Império Romano-Germânico, 1452-1859

Ocupação Napoleónica em 1796-1814; ducado do Sacro Império Romano-Germânico (até 1806); ducado do Império da Áustria em 1815


Em 1452, Borso de Este recebeu do imperador Frederico III do Sacro Império o título de duque de Modena e Regio (e em 1471 do Papa Paulo II o título de duque de Ferrara).

Hércules III de Este (1727-1803), duque de Modena e Regio, de 1780 até à sua deposição em 1796, pela invasão francesa, casa com Maria Teresa (1725-1790), duquesa de Massa e Carrara (em 1731-1790). Em 1797 recebe o ducado de Brisgóvia (Breisgau, Alemanha), território da Casa de Áustria, da família do seu genro, Fernando Carlos de Áustria (filho de Francisco I e Maria Teresa de Áustria, imperadores do Sacro Império), em troca do ducado perdido de Modena e Regio.

A filha e herdeira de Hércules III de Este e de Maria Teresa Cybo e Malaspina, Maria Beatriz de Este (1750-1829), duquesa de Massa e Carrara, casada com Fernando Carlos de Áustria, sucedeu a mãe em 1790 como última duquesa de Massa e Carrara, em 1790-96 e em 1814-1829. Fernando Carlos de Áustria (1754-1806) foi arquiduque da Áustria (filho de Francisco I e Maria Teresa, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico) e, também, duque titular de Modena e Regio (1803-1806) e duque de Brisgóvia (Breisgau), depois da morte do sogro, Hércules III de Este.

Maria Beatriz de Este e Fernando Carlos de Áustria foram pais de Francisco IV de Áustria-Este (1779-1846), duque de Modena e Regio.

Francisco IV de Áustria-Este recupera o ducado de Modena e Regio depois da Ocupação Napoleónica de 1796 até 1814, sendo duque de 1814 a 1846. Antes, foi duque titular em 1806 (até 1814), depois da morte do avô materno, Hércules III de Este (1803) e do pai, Fernando Carlos de Áustria (1806). Com a morte da mãe, Maria Beatriz de Este, em 1829, recebe o ducado de Massa e Carrara, que foi incorporado ao ducado de Modena e Regio.

Francisco I e Maria Teresa, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico
~
José II, sacro imperador romano-germânico
&
Maria Amália de Áustria (com Fernando I, duque de Parma)
&
Leopoldo II, sacro imperador romano-germânico (sucedeu ao irmão José II)
&
Maria Carolina de Áustria (com Fernando IV de Nápoles)
&
Fernando Carlos de Áustria, arquiduque da Áustria, duque titular de Modena e Regio, duque de Brisgóvia (Breisgau), casado com Maria Beatriz de Este (filha e herdeira de Hércules III de Este, duque de Modena e Regio), pais de Francisco IV de Áustria-Este, duque de Modena e Regio
&
Maria Antonieta de Áustria (com Luís XVI de França)



Francisco I e Maria Teresa, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico
~
Fernando Carlos de Áustria, arquiduque da Áustria, duque titular de Modena e Regio, duque de Brisgóvia, casado com Maria Beatriz de Este, irmão de José II e Leopoldo II, imperadores do Sacro Império
~
Francisco IV de Áustria-Este, duque de Modena e Regio (1815-1846), duque de Massa e príncipe de Carrara (desde 1829)
~
Francisco V, duque de Modena e Regio (1846-1859/60), depois duque titular de Modena (1860-1875)


Francisco V de Áustria-Este, duque de Modena e Regio, escolheu como seu herdeiro um filho de Carlos Luís de Áustria (com o irmão Francisco José I, então imperador da Áustria, os únicos que tinham descendentes, por varonia, de Francisco I da Áustria, que era primo direito de Francisco IV de Áustria-Este) e, portanto, também sobrinho do imperador da Áustria.

Francisco Fernando de Áustria (1863-1914), arquiduque herdeiro do trono austro-húngaro, sobrinho do imperador Francisco José I (que reinou em 1848-1916)


Francisco V de Modena foi bisneto de Francisco I e Maria Teresa, imperadores do Sacro Império e foi sobrinho-neto de José II e Leopoldo II, igualmente imperadores do Sacro Império.

O arquiduque Francisco Fernando de Áustria foi sobrinho de Francisco José I, imperador austro-húngaro e foi bisneto de Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico (Francisco II) e primeiro imperador da Áustria, que era primo direito de Francisco IV de Áustria-Este e foi, ainda, trineto de José II e Leopoldo II, imperadores do Sacro Império. Francisco Fernando foi, também, tio de Carlos I, último imperador austro-húngaro.

Carlos I da Áustria (1887-1922; Beato Carlos da Áustria), último imperador austro-húngaro, em 1916-1918


Assim, Francisco V de Modena como duque titular de Modena, foi sucedido (1875) por Francisco Fernando de Áustria (1863-1914), arquiduque herdeiro do trono austro-húngaro (após a morte do primo em 1889 e do pai em 1896), sobrinho do imperador Francisco José I, que reinou em 1848-1916. Francisco Fernando de Áustria foi sucedido (1914) por Carlos I da Áustria (1887-1922; Beato Carlos da Áustria), último imperador austro-húngaro, em 1916-1918.

Francisco I e Maria Teresa, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico
~
Leopoldo II, sacro imperador romano-germânico, sucedeu ao irmão José II, também irmão de Fernando Carlos de Áustria, duque titular de Modena e Regio, duque de Brisgóvia
~
imperador Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico (Francisco II), irmão de Fernando III de Áustria, grão-duque da Toscana e primo direito de Francisco IV de Áustria-Este, duque de Modena
~
Maria Luísa de Áustria (com Napoleão Bonaparte, depois pais de Napoleão II de França)
&
Fernando I da Áustria, imperador da Áustria em 1835-1848 e presidente da Confederação Germânica
&
Leopoldina de Áustria (com o rei Pedro IV de Portugal e imperador do Brasil)
&
Maria Clementina Francisca de Áustria (com o tio Leopoldo de Nápoles)
&
Francisco Carlos de Áustria, foi pai de Francisco José I (sucessor do tio Fernando I), de Maximiliano de Áustria, depois imperador Maximiliano I do México (noivo de Maria Amélia de Bragança, princesa do Brasil, filha de Pedro I) e também do arquiduque Carlos Luís de Áustria, que foi pai de Francisco Fernando de Áustria, herdeiro do trono austro-húngaro após a morte do primo arquiduque Rodolfo (até ser assassinado em 1914) e que foi, ainda, avô de Carlos I da Áustria (sucessor do tio-avô Francisco José I)


Em 1859 o ducado, juntamente com o ducado de Parma e Placência e com o grão-ducado da Toscana, tornou-se parte das Províncias Unidas da Itália Central, posteriormente anexadas pelo reino da Sardenha.


Grão-ducado da Toscana

Grão-ducado da Toscana, grão-ducado do Sacro Império Romano-Germânico, 1569-1859

Ocupação Napoleónica em 1801-1815; grão-ducado do Sacro Império Romano-Germânico (até 1806); grão-ducado do Império da Áustria em 1815

Anexação ao Reino da Sardenha (depois, Reino de Itália) em 1860


Em 1801, Napoleão Bonaparte cria o reino de Etrúria (1801-1807), com capital em Florença, cujo território coincidia, parcialmente, com o ocupado estado italiano do Sacro Império grão-ducado da Toscana. O reino seria anexado ao Primeiro Império Francês (em 1807-1814) e teve dois reis, Luís I e Luís II. Luís I de Etrúria foi Luís de Bourbon e Parma, que perdeu o ducado de Parma, filho de Fernando I de Parma, e casou com Maria Luísa Josefina de Bourbon, duquesa de Lucca, filha de Carlos IV de Espanha. Carlos II de Parma, filho de Luís I e de Maria Luísa, foi ainda menor Luís II de Etrúria, reinado com a regência da mãe. Em 1814, o grão-ducado da Toscana (com capital em Florença) é restaurado pelo Congresso de Viena.

Fernando IV da Toscana foi o último grão-duque, descendente da dinastia de Habsburgo-Lorena.

Francisco I e Maria Teresa, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico
~
Leopoldo II, sacro imperador romano-germânico (sucedeu ao irmão José II)
~
imperador Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico (Francisco II)
&
Fernando III de Áustria, grão-duque da Toscana



Fernando III, grão-duque da Toscana (em 1790-1801 e 1814-1824)
~
Leopoldo II, grão-duque da Toscana (em 1824-1859)
~
Fernando IV, grão-duque da Toscana (em 1859-1860), depois grão-duque titular da Toscana (1860-1908, chefe da Casa da Toscana)


O grão-duque Leopoldo II foi expulso da Toscana por uma revolução em 1849 (proclamação da república e invasão austríaca da Toscana) e, novamente, em 1859, tendo abdicado em Julho deste ano em favor do filho Fernando IV que, no entanto, nunca foi reconhecido na Toscana (ausente, não reinou efectivamente). Na ausência de Leopoldo II (1859), um governo interino deteve o destino do estado até se concluir o processo de unificação italiana. Em 1860 (depois de integrar as Províncias Unidas da Itália Central), o grão-ducado da Toscana foi anexado ao reino da Sardenha, de Vítor Manuel II de Sabóia.

Fernando IV da Toscana, grão-duque da Toscana
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José Fernando de Áustria e Toscana (neto materno de Carlos III de Parma)
&
Pedro Fernando de Áustria e Toscana


Pedro Fernando de Áustria e Toscana
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Godofredo de Áustria e Toscana (neto de Fernando IV da Toscana)
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Leopoldo Francisco de Áustria e Toscana
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Segismundo de Áustria e Toscana (Sigismondo d'Asburgo Lorena), pretendente ao extinto trono do grão-ducado da Toscana e actual chefe da Casa de Áustria-Toscana (casa de Habsburgo-Lorena da Toscana)


Outros Estados da Península Itálica


Estados Pontifícios

Estados Pontifícios, 756-1870

Ocupação Napoleónica

Anexação ao Reino de Itália em 1870


Os Estados Pontifícios foram territórios que abrangiam a região central da Península Itálica submetidos à soberania temporal do Papa, com capital em Roma. Formaram-se, sobretudo, a partir do ducado romano dos bizantinos, a que acresceram doações de lombardos e francos no século VIII.

Dissolvidos por Napoleão Bonaparte, os Estados Pontifícios foram restaurados em 1815.

A ocupação por tropas italianas em Setembro de 1870 e a consequente anexação ao reino de Itália, no âmbito das guerras da unificação italiana (1848-1870), marca o fim dos Estados Pontifícios.

A Questão Romana, de disputas entre a Itália e a Santa Sé, apenas foi resolvida pelo Tratado de Latrão de 1929, assinado pelo ditador fascista Benito Mussolini e pelo Papa Pio XI, que criou o Estado da Cidade do Vaticano.

O Vaticano é um estado soberano de direito público internacional, sobre o qual a Santa Sé (o governo central da Igreja Católica, efectuado pelo Papa e pela Cúria Romana) tem soberania.

O Vaticano é a sede da Igreja Católica e uma cidade-Estado soberana cujo território consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma, capital de Itália. É o menor país do mundo, por área.

Pontecorvo e Benevento constituíam dois enclaves dos Estados Pontifícios no Reino das Duas Sicílias.


Ducado de Lucca

Ducado de Lucca, a ser anexado pelo Grão-ducado da Toscana, 1815-1847

A Toscana foi um grão-ducado do Sacro Império Romano-Germânico


O duque Fernando I de Parma (pai de Luís de Bourbon e Parma, rei de Etrúria, e avô de Carlos II de Parma) era formalmente vassalo do Papa e, como membro da dinastia de Bourbon (casa real do reino francês e do espanhol) e descendente de Filipe V de Espanha (seu avô), um aliado de Espanha.

O ducado de Lucca foi criado em 1815 por decisão do Congresso de Viena (1814-1815), para ser cedido a Carlos Luís de Bourbon e Parma (Carlos II de Parma, 1799-1883), menor, e à mãe Maria Luísa Josefina de Bourbon (Maria Luísa, duquesa de Lucca), resultando da antiga República de Lucca (século XII-1805), ocupada por Napoleão Bonaparte a partir de 1799 (ainda depois, por um breve período, passou para a monarquia austríaca) e outros territórios, reorganizados por Napoleão e, depois deste ter sido derrotado, pelo Congresso de Viena.

Maria Luísa, duquesa de Lucca, foi filha de Carlos IV de Espanha e de Maria Luísa de Parma (irmã de Fernando I de Parma) e era desde 1803 viúva de Luís de Bourbon e Parma, rei de Etrúria, como Luís I (herdeiro do ducado de Parma de Fernando I), tendo sido pais de Luís II de Etrúria (1803-1807), depois Carlos Luís I, duque de Lucca (em 1824-1847, sucedendo à mãe) e, finalmente, em 1847-1849 Carlos II de Parma, quando sucede a Maria Luísa de Áustria e o ducado de Lucca passa para o Grão-ducado da Toscana.

Assim, pretendeu-se com o novo ducado dar continuidade à dinastia de Bourbon e Parma (ramo dos Bourbon de Espanha) da casa ducal de Parma, que estava sem territórios para governar, pois já não detinha o ducado de Parma, nem o reino de Etrúria. A solução não agradou a Maria Luísa Josefina de Bourbon, que pretendia para a dinastia de Bourbon e Parma a restauração do ducado de Parma, que foi atribuído pelo Congresso de Viena a Maria Luísa de Áustria (1791-1847), filha de Francisco I da Áustria (imperador, em 1792-1835, do Sacro Império e, posteriormente, da Áustria e presidente da Confederação Germânica), casada com Napoleão I da França (1769-1821).

Maria Luísa de Áustria (imperatriz Maria Luísa) foi imperatriz consorte do Primeiro Império Francês e rainha consorte da Itália, arquiduquesa de Áustria, duquesa de Parma. Casou com o imperador Napoleão I da França em 1810 (depois deste se divorciar da imperatriz Josefina, de quem não teve descendência) e foram pais de Napoleão II (1811-1832). Maria Luísa de Áustria, separada, de facto, de Napoleão I da França desde 1814, após a sua primeira abdicação (seguindo-se a primeira restauração do reino, com Luís XVIII), recebe o ducado de Parma em 1814 (depois de Fernando I de Parma e da anexação pela França), no âmbito do Congresso de Viena, sendo duquesa de Parma até morrer em 1847 (conforme os acordos internacionais, o ducado foi depois entregue a Carlos II de Parma, neto de Fernando I).

Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico (Francisco II em 1792-1806) e primeiro imperador da Áustria (em 1804-1835), presidente da Confederação Germânica (em 1815-1835) e a prima direita Maria Teresa de Nápoles (filha de Fernando I das Duas Sicílias)
~
Maria Luísa de Áustria (1791-1847), casada com Napoleão Bonaparte (1769-1821), pais de Napoleão II da França (1811-1832)


O ducado de Lucca teve apenas dois 2 duques, Maria Luísa e Carlos Luís I de Lucca (depois, Carlos II de Parma). Em 1847 o território do ducado foi anexado pelo grão-ducado da Toscana e pelo ducado de Modena e Regio.

Duques de Lucca:
1815-1824, Maria Luísa, duquesa de Lucca (Maria Luísa Josefina de Bourbon, infanta de Espanha, rainha consorte de Etrúria em 1801 e, depois, regente do reino até 1807, duquesa soberana de Lucca), filha de Carlos IV de Espanha (e de Maria Luísa de Parma, que era irmã de Fernando I de Parma), casada com o primo direito Luís de Bourbon e Parma, rei de Etrúria (Luís I de Etrúria, de 1801 até à morte, em 1803), filho de Fernando I de Parma (duque de Parma até à morte, em 1802)

1824-1847, Carlos Luís I, duque de Lucca, Carlos Luís de Bourbon e Parma (1799-1883), mais tarde, Carlos II de Parma (foi sucessivamente Luís II de Etrúria, Carlos Luís I de Lucca e Carlos II de Parma), filho de Maria Luísa, duquesa de Lucca e de Luís I de Etrúria


Em 1847, Maria Luísa de Áustria (imperatriz consorte de Napoleão I da França em 1810-15), filha de Francisco I da Áustria, duquesa de Parma em 1814-1847, morre em Parma e é sucedida por Carlos II de Parma e o ducado de Lucca volta a integrar o grão-ducado da Toscana.





Bourbon e Parma (Genealogia)

(Clicar na imagem para ampliar)



Ducado de Parma e Placência

Ducado de Parma e Placência, ducado dos Estados Pontifícios, 1545-1860

Anexação ao Reino da Sardenha (depois, Reino de Itália) em 1860


Em 1545, o Papa Paulo III, antes Cardeal Alexandre Farnésio (Alessandro Farnese), criou o ducado de Parma e Placência para destiná-lo ao filho Pedro Luís Farnésio, primeiro duque de Castro (em 1537-45) e, depois, primeiro duque de Parma (em 1545-47).

Duques de Parma:
Pedro Luís, duque de Parma (1545-1547)
Octávio, duque de Parma (1549-1586)
Alexandre, duque de Parma (1586-1592),
casado com Maria de Portugal (neta de Manuel I de Portugal)
Rainúncio I, duque de Parma (1592-1622),
pretendente ao trono português
Eduardo I, duque de Parma (1622-1646)
Rainúncio II, duque de Parma (1646-1694),
pai de Eduardo Farnésio, príncipe herdeiro de Parma, Francisco Farnésio, duque de Parma e António Farnésio, duque de Parma
Francisco, duque de Parma (1694-1727),
casado com Doroteia Sofia de Neuburgo, sem descendência
António, duque de Parma (1727-1731),
sem descendência


Com a morte de António, duque de Parma, em 1731, extingue-se a Casa de Farnésio e sucede-lhe o infante D. Carlos (futuro Carlos III) de Espanha, filho primogénito de Isabel Farnésio, rainha consorte de Espanha, que foi enteada e sobrinha do duque de Parma, Francisco Farnésio, sendo herdeira do ducado (dos tios Francisco e António, sem descendência), com a regência de Doroteia Sofia de Neuburgo, duquesa viúva de Parma (avó materna de Carlos III).

O pai de Carlos I de Parma (depois Carlos III), Filipe V de Espanha, tinha mais filhos varões, que seriam os primeiros na linha de sucessão ao trono espanhol, do primeiro casamento com Maria Luísa de Sabóia, nomeadamente (entre outros) Luís I e Fernando VI de Espanha (sendo os dois reis sucedidos depois por Carlos III).

Doroteia Sofia de Neuburgo foi consorte de Eduardo Farnésio, príncipe herdeiro de Parma, de quem teve Isabel Farnésio, e também de Francisco Farnésio, duque de Parma (meio-irmão e sucessor de Eduardo). Filha de Filipe Guilherme, duque e conde palatino do Palatinado-Neuburgo e Eleitor do Palatinado, Doroteia Sofia foi irmã da imperatriz consorte Leonor Madalena, do Sacro Império, e das rainhas consortes de Portugal e Espanha, Maria Sofia e Maria Ana.

Carlos III de Espanha (1716-1788), foi duque de Parma com o título de Carlos I de 1731 a 1735, rei de Nápoles como Carlos VII de 1735 a 1759 e, finalmente, rei de Espanha como Carlos III de 1759 a 1788, sendo o terceiro filho de Filipe V de Espanha a herdar, sucessivamente, o trono espanhol. Carlos III e Maria Amália da Saxónia foram pais (entre outros) de Maria Luísa de Bourbon (casada com Leopoldo II, imperador do Sacro Império), Carlos IV de Espanha, Fernando IV de Nápoles (depois Fernando I das Duas Sicílias) e de Gabriel de Bourbon (casado com Mariana Vitória Josefa de Bragança).


Rainúncio II, duque de Parma (em 1646-1694)
~
Eduardo Farnésio, príncipe herdeiro de Parma (falecido em 1693), casado com Doroteia Sofia de Neuburgo, foram pais de Isabel Farnésio; Doroteia Sofia foi filha de Filipe Guilherme, duque e conde palatino do Palatinado-Neuburgo e Eleitor do Palatinado e, ainda, irmã da imperatriz consorte Leonor Madalena, do Sacro Império, e das rainhas consortes de Portugal e Espanha, Maria Sofia e Maria Ana
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Francisco, duque de Parma (em1694-1727), meio-irmão e sucessor de Eduardo, foi casado com Doroteia Sofia de Neuburgo (sua cunhada, viúva de Eduardo), sem descendência, padrasto de Isabel Farnésio, princesa de Parma (enteada e sobrinha do príncipe Francisco Farnésio, herdeira do ducado de Parma) que casa com o rei Filipe V de Espanha (segunda consorte)
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António, duque de Parma (em 1727-1731), sem descendência (tio-avô de Carlos III de Espanha, que o sucedeu no ducado)



Filipe V de Espanha e Isabel Farnésio, rainha consorte de Espanha (segunda consorte do rei), que foi enteada e sobrinha do duque de Parma, Francisco Farnésio, sendo herdeira do ducado (dos tios Francisco e António, sem descendência)
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Carlos III de Espanha (meio-irmão e sucessor de Luís I e Fernando VI de Espanha) foi, antes, Carlos I de Parma, o primeiro da dinastia Bourbon no ducado (com regência de Doroteia Sofia de Neuburgo, duquesa viúva de Parma, sua avó materna) e, também, rei de Nápoles e da Sicília (pai dos reis Carlos IV de Espanha e Fernando I das Duas Sicílias)
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Filipe I, duque de Parma (depois de domínio austríaco do Ducado)



Carlos I de Parma (duque em 1731-1735), foi sucedido no ducado pelo imperador Carlos VI de Áustria, do Sacro Império Romano-Germânico e este por Maria Teresa de Áustria, imperatriz do Sacro Império, rainha da Hungria, Croácia e Boémia e arquiduquesa da Áustria. Maria Teresa cede o ducado a Filipe I de Parma.

Em 1796 o ducado é ocupado por um exército francês comandado por Napoleão Bonaparte e, pouco antes de morrer, Fernando I de Parma concordou em ceder o ducado à França, recebendo o filho Luís de Bourbon e Parma o grão-ducado da Toscana, que se tornaria o reino de Etrúria. Em 1802, com a morte de Fernando I de Parma, a França anexa o ducado de Parma.

Na sequência da derrota de Napoleão I da França e do fim do Primeiro Império Francês (1804-1814), o Congresso de Viena atribui o ducado de Parma a Maria Luísa de Áustria (1791-1847), filha de Francisco I da Áustria (imperador, em 1792-1835, do Sacro Império e, posteriormente, da Áustria e presidente da Confederação Germânica), casada com Napoleão I da França (1769-1821).

Quando morre em 1847 a duquesa de Parma, Maria Luísa de Áustria, entrega-se, conforme os acordos internacionais, o ducado a Carlos II de Parma, neto de Fernando I de Parma.

Filipe V, rei de Espanha (fundador da dinastia de Bourbon em Espanha; também rei de Nápoles e da Sicília), filho de Luís, o “Grande Delfim” da França e neto de Luís XIV da França; casado com Isabel Farnésio, princesa de Parma (enteada e sobrinha do príncipe Francisco Farnésio, duque de Parma; herdeira do ducado de Parma)
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Filipe I, duque de Parma (irmão de Carlos I de Parma, o primeiro da dinastia Bourbon no ducado, mais tarde rei de Espanha, como Carlos III)
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Fernando I de Parma
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Luís de Bourbon e Parma, rei de Etrúria, como Luís I (com a prima direita Maria Luísa Josefina de Bourbon, duquesa de Lucca, filha de Carlos IV de Espanha e Maria Luísa de Parma)
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Carlos II de Parma (antes, Luís II de Etrúria)
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Carlos III de Parma (com Luísa de Bourbon-Artois, neta de Carlos X de França)
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Roberto I de Parma


O duque Roberto I de Parma (1848-1907) foi o último soberano de 1854 a 1859, com a mãe Luísa de Bourbon-Artois, duquesa regente de Parma, do ducado de Parma. Em 1859 o ducado tornou-se parte das Províncias Unidas da Itália Central e, em 1860, deu-se a anexação pelo reino da Sardenha (de Vítor Manuel II de Sabóia). Roberto I casou com Maria Pia de Bourbon e Duas Sicílias, filha de Fernando II das Duas Sicílias (irmã de Francisco II, último rei das Duas Sicílias em 1861) e em segundas núpcias com Maria Antónia de Bragança, filha de Miguel I de Portugal.

Roberto I de Parma (com Maria Antónia de Bragança, filha de Miguel I de Portugal)
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Francisco Xavier de Bourbon e Parma, pretendente a duque de Parma (Francisco Xavier I), pretendente “carlista” ao trono de Espanha, chefe da Casa Ducal de Parma, meio-irmão de Henrique, José e Elias de Bourbon e Parma (filhos do primeiro casamento de Roberto I) e tio de Roberto (II) de Bourbon e Parma, que era filho de Elias de Bourbon e Parma (tendo-lhes sucedido como pretendente ao extinto ducado)
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Carlos Hugo de Bourbon e Parma, pretendente a duque de Parma (Carlos IV)
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Carlos Xavier de Bourbon e Parma, pretendente a duque de Parma (Carlos V)


Alguns dos filhos do último duque de Parma e de Maria Antónia de Bragança:

Roberto I de Parma e Maria Antónia de Bragança (filha de Miguel I de Portugal)
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Sisto de Bourbon e Parma (1886-1934)
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Francisco Xavier de Bourbon e Parma, pretendente a duque de Parma (Francisco Xavier I), pretendente “carlista” ao trono de Espanha, chefe da Casa Ducal de Parma (pai de Carlos Hugo de Bourbon e Parma)
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imperatriz Zita de Bourbon e Parma, imperatriz consorte de Carlos I da Áustria, último imperador austro-húngaro, em 1916-1918, com a dissolução do Império Austro-Húngaro, após a I Guerra Mundial (Carlos I da Áustria exilou-se e morreu, em 1922, na portuguesa ilha da Madeira e foi beatificado pela Igreja Católica como Beato Carlos da Áustria, que também procedeu à abertura do processo de beatificação de Zita de Bourbon e Parma)
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príncipe Félix do Luxemburgo, casado com a prima direita (ambos netos maternos de Miguel I de Portugal) Carlota do Luxemburgo, grã-duquesa do Luxemburgo (filha do grão-duque Guilherme IV do Luxemburgo e de Maria Ana de Bragança)
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Renato de Bourbon e Parma, casado com a princesa Margarida da Dinamarca (filha do príncipe Valdemar da Dinamarca e neta do rei Cristiano IX da Dinamarca) e foram pais (entre outros) de Ana de Bourbon e Parma, rainha consorte da Roménia
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Luís de Bourbon e Parma, casado com a princesa Maria Francisca de Sabóia (filha de Vítor Manuel III de Itália e irmã do rei Humberto II de Itália)
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Caetano de Bourbon e Parma, casado com Margarida de Thurn e Taxis


Francisco Xavier, Félix, Renato e Luís de Bourbon e Parma, filhos de Roberto I de Parma e Maria Antónia de Bragança tiveram abundante descendência, que perdura até hoje.


Reino das Duas Sicílias

Reino das Duas Sicílias, 1816-1861


Fernando IV de Nápoles (rei de Nápoles e da Sicília desde 1759, e das Duas Sicílias desde 1816), também Fernando III da Sicília e Fernando I das Duas Sicílias. Os seus filhos (como Maria Teresa, princesa de Nápoles) são príncipes de Nápoles e da Sicília.

Fernando I fundou a Casa Real das Duas Sicílias (Nápoles).

Fernando I, rei das Duas Sicílias e Maria Carolina de Áustria
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Maria Teresa de Nápoles (com Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico e primeiro imperador da Áustria)
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Francisco I das Duas Sicílias (com Maria Clementina de Áustria, filha de Leopoldo II, sacro imperador romano-germânico, e com Maria Isabel de Bourbon)
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Maria Amélia de Nápoles (com Luís Filipe I de França, depois pais de Francisco Fernando de Orleães, príncipe de Joinville, que casou com Francisca Carolina, princesa do Brasil)
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Maria Antónia de Nápoles (com Fernando VII de Espanha, filho do seu tio Carlos IV de Espanha)
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Leopoldo de Nápoles (com a arquiduquesa Maria Clementina de Áustria, filha da sua irmã Maria Teresa de Nápoles)



Luís XIV (de Bourbon) de França
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Luís, o “Grande Delfim” de França
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Filipe V, rei de Espanha (fundador da dinastia Bourbon em Espanha), também rei de Nápoles e da Sicília (com Isabel Farnésio)
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Carlos III de Espanha (sucedido pelo filho Carlos IV)
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Fernando IV de Nápoles, depois Fernando I das Duas Sicílias (com Maria Carolina de Áustria)
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Francisco I das Duas Sicílias (com a prima direita Maria Isabel de Bourbon, filha de Carlos IV de Espanha)
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Fernando II das Duas Sicílias (com Maria Teresa Isabel de Áustria)
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Afonso de Bourbon e Duas Sicílias, conde de Caserta (meio-irmão de Francisco II das Duas Sicílias)
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Carlos de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Calábria e infante de Espanha (com Maria das Mercês de Bourbon, princesa das Astúrias)
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Afonso de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Calábria e infante de Espanha
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Carlos Maria de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Calábria e infante de Espanha



Fernando II das Duas Sicílias (pai de Francisco II, último monarca das Duas Sicílias)
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Afonso de Bourbon e Duas Sicílias, conde de Caserta, chefe da Casa Real das Duas Sicílias (Nápoles)
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Fernando Pio de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Calábria
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Carlos de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Calábria e infante de Espanha
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Ranieri de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Castro
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Filipe de Bourbon e Duas Sicílias
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Gabriel de Bourbon e Duas Sicílias



Fernando II das Duas Sicílias (pai de Francisco II, último monarca das Duas Sicílias)
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Afonso de Bourbon e Duas Sicílias, conde de Caserta
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Ranieri de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Castro (com Maria Carolina Zamoyska, da nobreza polaca)
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Fernando de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Castro
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Carlos de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Castro


Carlos Maria de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Calábria e infante de Espanha e Carlos de Bourbon e Duas Sicílias, duque de Castro disputam a chefia da Casa Real das Duas Sicílias.

Pontecorvo e Benevento eram dois enclaves dos Estados Pontifícios no Reino das Duas Sicílias.


Pontecorvo (Estados Pontifícios)

Pontecorvo
Enclave dos Estados Pontifícios no Reino das Duas Sicílias


Benevento (Estados Pontifícios)

Benevento
Enclave dos Estados Pontifícios no Reino das Duas Sicílias


São Marinho

República de São Marinho (San Marino).

Em 301, independência do Império Romano. Em 1291 os Estados Pontifícios reconhecem a independência de São Marinho.

No nordeste da Península Itálica, São Marinho foi um enclave nos Estados Pontifícios. Actualmente, é um enclave em Itália.


Reino da Sardenha

Reino da Sardenha

Proclamação do reino de Itália em 1861

Reino de Itália, 1861-1946


Reis da Sardenha, da Casa de Sabóia:

Vítor Amadeu II, duque de Sabóia (em 1675), rei da Sicília (1713-1720), depois rei da Sardenha (1720-1730), casado com Ana Maria de Orleães (irmã do duque Filipe II de Orleães e neta de Luís XIII da França); abdica em 1730 em favor do filho Carlos Manuel III
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Maria Adelaide de Sabóia, a mãe de Luís XV da França
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Maria Luísa de Sabóia, rainha de Espanha, primeira esposa de Filipe V
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Carlos Manuel III de Sabóia, rei da Sardenha e duque de Sabóia (em 1730-1773)




Carlos Alberto, rei da Sardenha entre 1831 e 1849 (morreu na cidade do Porto em 1849, onde se exilara, depois de derrotado pelo exército austríaco e ter abdicado no filho)
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Vítor Manuel II, rei da Sardenha em 1849-1861 e rei de Itália em 1861-1878


Em Março de 1861, com a unificação italiana (ainda sem Roma e Veneza), o reino da Sardenha integrou-se no reino de Itália, que lhe sucedeu. O rei da Sardenha, Vítor Manuel II de Sabóia, proclamou o reino de Itália, assumindo o título de rei de Itália.

Reis de Itália (1861-1946):

Vítor Manuel II, rei de Itália (da Casa de Sabóia, foi rei da Sardenha em 1849-1861 e rei de Itália em 1861-1878), casado com a prima Maria Adelaide da Áustria (bisneta de Carlos III de Espanha e neta de Leopoldo II, sacro imperador romano-germânico e arquiduque da Áustria)
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Humberto I, rei de Itália (em 1878-1900; assassinado), irmão de Amadeu I, rei de Espanha e de Maria Pia de Sabóia (1847-1911) que casou com Luís I, rei de Portugal (em 1861-1889)
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Vítor Manuel III de Itália (1869-1947), foi rei de Itália em 1900-1946 (abdicou do trono a favor do filho), imperador da Etiópia em 1936-1941 e rei da Albânia em 1939-1943; teve no seu reinado como primeiro-ministro o ditador fascista Benito Mussolini, de 1922 a 1943 (depois de deposto, em 1943 Mussolini foi Duce da República Social Italiana, que fundou no norte do país ocupado pelos alemães, até 1945)
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Humberto II (1904-1983), último rei de Itália, de Maio a Junho de 1946 (viria a exilar-se em Cascais quando abdicou depois de um referendo favorável à república)


Humberto II de Itália foi pai de Vítor Manuel de Sabóia, príncipe de Nápoles.

Humberto II de Itália (1904-1983), último rei de Itália (em 1946), casado com Maria José da Bélgica
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Vítor Manuel de Sabóia, príncipe de Nápoles (nascido em 1937)
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Manuel Felisberto de Sabóia (nascido em 1972)


Descendência do primeiro duque de Aosta, filho de Vítor Manuel II, rei de Itália da Casa de Sabóia:

Amadeu I, rei de Espanha em 1871-1873 e duque de Aosta, irmão de Humberto I, rei de Itália em 1878-1900 (e de Maria Pia de Sabóia)
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Manuel Felisberto, duque de Aosta (1869-1931), foi príncipe das Astúrias em 1871-1873, casado com Helena de Orleães (filha do príncipe Filipe, conde de Paris e irmã de Amélia de Orleães, última rainha de Portugal)
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Aimon de Sabóia-Aosta (1900-1948), rei da Croácia de 1941 a 1943, como Tomislav II da Croácia, e duque de Aosta; herdou o título de duque de Aosta após a morte do irmão, Amadeu de Sabóia, (3.º) duque de Aosta (1898-1942)
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Amadeu de Sabóia (nascido em 1943)






Outras áreas de influência italiana


República e Cantão de Ticino
Um cantão suíço (desde 1803), onde se fala oficialmente italiano (como no cantão dos Grisões).


Mónaco
O Principado do Mónaco, independente da República de Génova em 1297, é um estado exíguo, com soberania externa dependente da França.


Malta
República de Malta (1964).


Córsega
Uma região administrativa da França, parte do território francês desde 1768 (com uma breve interrupção).


Pelagosa
O arquipélago de Pelagosa, pequeno arquipélago croata do Mar Adriático.






NOTAS:



O sinal (~) representa: «filhos entre outros».


Os casamentos e filhos apresentados não são exclusivos.


Sinal gráfico (&) usado para substituir a conjunção e (representa a conjunção latina et).


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