15.4.15

Os Francos e a dinastia Carolíngia – o Império Carolíngio



Os Francos e a Dinastia Carolíngia


A Dinastia Carolíngia governou os Francos entre o século VIII e o século X e surgiu dos descendentes de Carlos Martel e de Carlos Magno (neto do anterior). O primeiro rei dos Francos da dinastia foi Pepino, o Breve (751), a quem se seguiram vários reis e, a partir de Carlos Magno, também alguns imperadores do Ocidente, tendo o reino dos Francos sofrido diversas divisões. O último rei da dinastia pertenceu ao reino ocidental dos Francos, Luís V, rei entre 986 e 987. A influência que a dinastia exerceu sobre os territórios Francos foi no sentido de se dar continuidade à unidade entre todos os Francos, mormente no contacto com outros povos no continente europeu. No entanto, as diferenças físicas e humanas dos variados territórios foram-se impondo e a dinastia deixou de ter o papel preponderante que alcançou no auge do Império Carolíngio. Este império, construído por Carlos Magno (800), pretendeu ser na Europa um novo baluarte civilizacional, afirmando-se continuador da velha civilização romana (em retrocesso desde a queda do Império Romano do Ocidente em 476), numa aliança com a Igreja Católica, que tutelava a cultura cristã e representando também a cultura “bárbara”, que surgiu com as migrações dos povos germânicos, ocorridas a partir do século IV até ao século VIII no mundo romano ocidental (misturando-se essa cultura com a civilização romana).

A dinastia Carolíngia entra em declínio sobretudo depois da morte do filho e sucessor de Carlos Magno, o imperador Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente (em 814-840). Luís I enfrentou várias guerras e contendas de sucessão com os filhos e, após a sua morte em 840, inicia-se uma nova disputa da sua herança pelos filhos, imperador Lotário I, Carlos II, o Calvo e Luís II, o Germânico, que só terminaria com o Tratado de Verdun de 843. O Tratado impôs a divisão do Império Carolíngio pelos três netos de Carlos Magno, em três reinos independentes, tendo posteriormente perdurado só dois, o reino ocidental e o oriental, que deram origem ao reino da França e ao Sacro Império Romano-Germânico.

Ao imperador Lotário I (795-855), o filho mais velho de Luís I que preservou o título imperial (840-855 como Imperador dos Romanos, governou com o pai desde 817), destinou-se a Francia (ou regnum Francorum) central (Francia Media), reino central dos Francos (Reino Franco Central), estado efémero, primeiro dividido e, posteriormente, absorvido pelos vizinhos reinos ocidental e oriental.

Carlos II, o Calvo (reinou em 840-877), recebeu da divisão do império franco a Francia ocidental (Francia Occidentalis), reino ocidental dos Francos (Reino Franco Ocidental), que daria origem ao reino francês e incluía as antigas regiões da Nêustria, da Aquitânia, a parte ocidental da Austrásia e o norte da Borgonha.

Luís II, o Germânico recebeu, pelo Tratado de Verdun, a Francia oriental (Francia Orientalis), reino oriental dos Francos (Reino Franco Oriental), que reinou entre 843 e 876. A Francia oriental incluía a Suábia, Francónia, Baviera e Saxónia, reino oriental dos Francos onde, mais tarde, surgiria o título de rei da Germânia, núcleo do futuro Sacro Império Romano-Germânico.

Após os primeiros imperadores do Ocidente que sucederam Carlos Magno, a linha contínua de imperadores só começou com Otão I, o Grande, quando voltou a ser, em 962, coroado o imperador do Ocidente, podendo considerar-se que Otão I fundou o Sacro Império Romano-Germânico (962-1806). Os imperadores do Sacro Império eram reis na Alemanha. No Sacro Império, o rei dos Germanos era eleito por um conjunto de nobres, sendo coroado “rei dos Romanos” e, posteriormente, sagrado imperador pelo Papa.


Dinastia Carolíngia do Reino franco: Pepino, o Breve, foi o rei dos Francos de 751 a 768, pai de Carlomano I e Carlos Magno e filho de Carlos Martel.


[Note-se que o (~) representa: filhos entre outros]



Pepino, o Breve, rei dos Francos em 751-768
~
Carlos Magno, rei dos Francos desde 768 e imperador do Ocidente em 800-814
&
Carlomano I, rei dos Francos (reina em 768-771)



imperador Carlos Magno (falecido em 814)
~
Pepino I de Itália, rei de Itália em 781-810 (reino dos Lombardos sob domínio franco por Carlos Magno), pai de Bernardo de Itália
&
Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente em 814-840



Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente (falecido em 840)
~
Lotário I, rei da Francia (ou regnum Francorum) central e imperador do Ocidente (795-855, imperador desde 840); governou o reino central dos Francos, que depois da sua morte dividiu-se em três reinos, a Lotaríngia, o reino da Borgonha e de Arles (Provença) e, também, o reino de Itália (norte e centro da Itália); Lotário I foi filho de Hermengarda de Hesbania e irmão de Pepino I e Luís II e, ainda, meio-irmão de Gisela e Carlos II
&
Pepino I da Aquitânia (rei da Aquitânia em 817-838)
&
Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental em 843-876 (reino, depois, dividido pelos filhos)
&
Gisela, filha de Luís I, o Piedoso (irmã do imperador Carlos II, o Calvo e, também, meia-irmã do imperador Lotário I e Luís II, o Germânico), casada com Everardo do Friul, conde do Friul (condado no nordeste italiano, foi um conde franco, que morreu em 866), foram pais de Berengário I de Itália, rei de Itália em 888-924 e imperador do Ocidente em 915-924 (Gisela e Carlos II foram filhos de Judite da Baviera)
&
Carlos II, o Calvo, rei da Francia ocidental em 840-877, imperador do Ocidente em 875-877



Lotário I, rei da Francia central e imperador do Ocidente (795-855, imperador desde 840); governou o reino central dos Francos, em 843-855, que depois da sua morte dividiu-se em três reinos, a Lotaríngia, o reino da Borgonha e de Arles (Arles, Provença) e, também, o reino de Itália (norte e centro da Itália)
~
Luís II de Itália, rei de Itália desde 844 e imperador do Ocidente em 855-875 (sucedido pelo tio, o imperador Carlos II, o Calvo)
&
Lotário II, rei da Lotaríngia em 855-869, com a sua morte, o reino foi repartido pelos tios, Carlos II, o Calvo e Luís II, o Germânico
&
Carlos, rei da Provença em 855-863 (Carlos e Lotário II dominaram os territórios da Borgonha e da Provença), depois de morrer o reino foi dividido pelos irmãos, o imperador Luís II de Itália e Lotário II, rei da Lotaríngia



Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental em 843-876 (reino, depois, dividido pelos filhos)
~
Carlomano da Baviera (rei da Baviera em 876-880 e rei de Itália em 877-879), pai de Arnolfo da Caríntia (rei da Francia Oriental e de Itália e, também, imperador do Ocidente)
&
Luís, o Jovem, rei da Francia oriental (em parte) em 876-882 (depois de 880, incluindo a Lotaríngia)
&
Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente (Carlomano, Luís e Carlos, irmãos que se sucederam sucessivamente); foi imperador de 881 a 888



Carlos II, o Calvo, rei da Francia ocidental em 840-877, imperador em 875-877
(iniciou uma série de soberanos do reino ocidental dos Francos, Francia ocidental, da Dinastia Carolíngia, reis designados da Francia ocidental ou dos Francos)
~
Luís II, o Gago (reina em 877-879)
~
Luís III (reina em 879-882)
&
Carlomano II (reina em 879-884), rei da Francia Ocidental, quando o pai, Luís II, morreu em 879; tornou-se rei, juntamente com o irmão Luís III
&
Carlos III, o Simples (reina em 893-922)



Carlos III, o Simples (reina em 893-922; neto de Carlos II, o Calvo)
~
Luís IV (reina em 936-954)
~
Lotário (reina em 954-986)
~
Luís V (reina em 986-987)



Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental em 843-876
(iniciou uma série de soberanos da Dinastia Carolíngia do reino oriental dos Francos, Francia oriental, posteriormente, reino da Germânia)
~
Carlomano da Baviera, rei em 876-880 da Baviera e rei de Itália em 877-879 (irmão de Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente)
~
Arnolfo da Caríntia, rei da Francia Oriental em 887-899, rei de Itália em 894-895 e 896-899 e, também, imperador do Ocidente em 896-899 (margrave da Caríntia, foi filho ilegítimo de Carlomano)
~
Luís IV, o Menino (em latim, Ludovicus IV Puer), rei da Francia Oriental em 899/900-911



Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente, foi casado com Hermengarda de Hesbania e com Judite da Baviera.

Hermengarda de Hesbania, primeira esposa de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente, foi filha de Enguerrand, conde de Hesbania (actual Bélgica), que foi um nobre franco do final do século VIII. Hermengarda de Hesbania foi mãe do imperador Lotário I, Pepino I da Aquitânia e Luís II, o Germânico.

Judite da Baviera, segunda esposa de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente, foi filha do conde Guelfo I, que foi um nobre da Suábia e antepassado de vários governantes europeus do século IX ao século XI, e, também, irmã de Ema da Baviera, que foi esposa de Luís II, o Germânico (pais de Carlomano da Baviera, Luís, o Jovem e Carlos, o Gordo). Judite da Baviera foi mãe de Gisela (casada com Everardo do Friul) e de Carlos II, o Calvo.


«Luís III» – distintos:

·        Luís (III), o Jovem, rei da Francia oriental (em parte) em 876-882 (depois de 880, incluindo a Lotaríngia), também Luís III enquanto sucessor do pai, Luís II, o Germânico (rei da Francia oriental), foi, ainda, irmão de Carlomano da Baviera (tendo-lhe sucedido, em 880, como rei da Baviera) e do imperador Carlos, o Gordo (o seu sucessor)

·        Luís III, rei da Francia ocidental em 879-882, filho do rei Luís II, o Gago e irmão do rei Carlomano II (também meio-irmão do rei Carlos III, o Simples)

·        Luís (III), o Cego, rei da Provença em 887-928, rei de Itália em 900-905 e imperador do Ocidente em 901-905, filho de Boso da Provença (a quem sucedeu no trono da Provença) e neto materno do imperador Luís II de Itália (rei de Itália e imperador do Ocidente)




A dinastia Carolíngia no reino ocidental e oriental dos Francos – cronologia comparada

A Península Ibérica – Astúrias (Pelágio, rei das Astúrias em 718-737), Leão e Portugal
A dinastia Carolíngia nos reinos Francos


Península Ibérica
século VIII

Reino das Astúrias (e Emirado de Córdova, em 756-929, dependente do Califado de Bagdade)

Europa Ocidental e Central
século VIII

Reino franco
Reis das Astúrias:

Afonso I, o Católico (reina em 739-757), auto-proclama-se primeiro Rei das Astúrias

Reino franco (Dinastia Carolíngia):

Pepino, o Breve, foi o rei dos Francos de 751 a 768, pai de Carlomano I e de Carlos Magno e, ainda, filho de Carlos Martel
Fruela I (757-768)
Carlomano I, rei dos Francos (reina em 768-771)


Imperadores do Ocidente (800-924):


Império Carolíngio (Dinastia Carolíngia), 800-840:

Carlos Magno, Carlos I (768-800 como rei dos Francos e 800-814 como Imperador do Ocidente)
Aurélio (768-774)


Silo (774-783)

Mauregato, o Usurpador (783-788)

Bermudo I, o Diácono (788-791)

Afonso II, o Casto (791-842)
Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente em 814-840, filho de Carlos Magno e pai do imperador Lotário I, de Luís II, o Germânico e de Carlos II, o Calvo

Reino ocidental dos Francos:

Imperadores do Ocidente:
Reino oriental dos Francos:
Carlos II, o Calvo, rei da Francia (ou regnum Francorum) ocidental em 840-877, imperador em 875-877


(reis posteriores designados, por exemplo, “da Francia ocidental”, ou “dos Francos”)
Lotário I (falecido em 855), imperador do Ocidente desde 840 (com o pai, Luís I, desde 817) e rei da Francia central em 843-855 (após o Tratado de Verdun de 843 e a divisão do Império Carolíngio pelos três netos de Carlos Magno), reino central dos Francos (Francia Media, Reino Franco Central, que incluía os Países Baixos, um território ao longo dos rios Reno e Ródano, Alsácia, Lorena, Borgonha e Itália), que depois da sua morte se dividiu em três reinos, a Lotaríngia, o reino da Borgonha e de Arles (Arles, Provença) e, também, o reino de Itália (norte e centro da Itália)
Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental em 843-876 (reino, depois, dividido pelos filhos), pai de Carlomano da Baviera, de Luís, o Jovem e de Carlos, o Gordo (irmãos que se sucederam sucessivamente)
Ramiro I (842-850)



Ordonho I (850-866)
Luís II de Itália, imperador em 855-875, rei de Itália desde 844, filho de Lotário I, imperador do Ocidente e rei da Francia central

Reis de Leão:

Afonso III de Leão, o Grande ou Afonso Magno de Leão (866-910), rei das Astúrias

Afonso III consolida o Reino da Galiza (Galécia) e considera o Reino das Astúrias como herdeiro do Reino visigodo; após a sua morte, a capital do Reino translada-se para Leão e o reino é dividido pelos seus três filhos, Leão para Garcia, Galiza para Ordonho e as Astúrias para Fruela (este sucederia aos irmãos)

Condes de Portucale:



Fundação do Condado de Portucale em 868


Vimara Peres, Conde de Portucale (em 868-873)


Lucídio Vimaranes, Conde de Portucale (873- ?)



Carlos II, o Calvo, rei da Francia ocidental em 840-877, imperador em 875-877 (meio-irmão do imperador Lotário I)
Luís, o Jovem, rei da Francia oriental (em parte) em 876-882 (depois de 880, incluindo a Lotaríngia)

(Carlomano da Baviera e Luís, o Jovem, filhos de Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental, governaram, em parte, o reino oriental dos Francos)

Carlomano da Baviera (829-880), rei da Baviera em 876-880 e rei de Itália em 877-879 (primo de Luís II de Itália)

Garcia I de Leão (910-914)

Luís II, o Gago (reina em 877-879; neto de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente)

Luís III (reina em 879-882)

Carlomano II, rei da Francia Ocidental (em 879-884), pertencente à dinastia carolíngia, foi filho do rei Luís II, o Gago. Quando o pai morreu, em 879, Carlomano tornou-se rei, juntamente com o irmão, Luís III



Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente (foi imperador de 881 a 888)

Carlos, o Gordo foi rei da Alamânia em 876-882, rei de Itália em 879-887, imperador do Ocidente em 881-888, rei da Francia oriental em 882-887 e rei da Francia ocidental em 884-887

Carlos, o Gordo foi o filho mais novo de Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental (que também foi pai de Carlomano da Baviera e de Luís, o Jovem) e neto de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente

Último monarca da dinastia Carolíngia a reinar sobre um império unificado (após a sua morte, o império divide-se em cinco reinos, Francia oriental, Francia ocidental, reino de Itália, reino da Alta Borgonha e reino da Aquitânia)

A partir de então, permaneceu uma divisão inequívoca entre a Francia ocidental e a Germânia

Odo, conde de Paris (reina em 888-898), filho de Roberto, o Forte, conde de Anjou, foi o primeiro rei não carolíngio desde Pepino, o Breve (Odo, Roberto I e Raul foram soberanos não carolíngios). Roberto, o Forte, conde de Anjou (fundador da família dos «Robertiens»), antepassado da dinastia Capetiana (bisavô de Hugo Capeto), foi pai dos reis da Francia ocidental, Odo e Roberto I


Carlos III, o Simples (reina em 893-922), filho de Luís II, o Gago
Guido III de Espoleto, rei de Itália em 889-894 e imperador do Ocidente em 891-894, bisneto (descendente em linha feminina) de Pepino I de Itália, rei de Itália (um filho de Carlos Magno), contestou o trono italiano com Berengário I de Itália

Lamberto II de Espoleto, imperador do Ocidente em 892/894-898 e rei de Itália em 894-898, filho e sucessor de Guido III de Espoleto, contestou o trono italiano com Berengário I de Itália e Arnolfo da Caríntia


Arnolfo da Caríntia (850-899), rei da dinastia Carolíngia da Francia oriental em 887-899, rei de Itália em 894-895 e 896-899 e, também, imperador do Ocidente de 896 a 899. Arnolfo, margrave da Caríntia (desde 876), foi filho ilegítimo de Carlomano da Baviera (829-880)

Luís, o Cego, rei da Provença em 887-928, rei de Itália em 900-905 e imperador do Ocidente em 901-905, filho de Boso da Provença (a quem sucedeu no trono da Provença) e neto materno do imperador Luís II de Itália
Luís IV, o Menino (893-911; 18 anos de vida), último monarca carolíngio do reino oriental dos Francos em 899/900-911, filho do imperador Arnolfo da Caríntia

Conrado I da Germânia (falecido em 918), duque da Francónia desde 906, de uma dinastia de condes e duques francos do século VIII e rei em 911-918 do reino oriental dos Francos, eleito pelos governantes dos ducados, ciosos do seu poder, para suceder ao rei Luís IV (pode-se considerar Conrado I o último rei da Francia oriental, até 918, reino oriental dos Francos que surgiu com Luís II, o Germânico, desde 843, com os reis francos da dinastia Carolíngia, embora Conrado I já não fizesse parte dessa dinastia)

Ordonho II de Leão (914-924), também rei da Galiza (910-924)
condessa Onega Lucides casada com o conde Diogo Fernandes (conde desde antes de 924)
Roberto I (reina em 922-923), irmão de Odo (filhos de Roberto, o Forte, conde de Anjou)


Raul (reina em 923-936), filho de Ricardo, o Justiceiro, primeiro duque da Borgonha e, também, genro de Roberto I
Berengário I de Itália, rei de Itália em 888-924 e imperador do Ocidente em 915-924, foi margrave do Friul (Berengário do Friul) e, após a deposição de Carlos, o Gordo, por Arnolfo da Caríntia em 887, intitulou-se rei de Itália (depois, coroado em Pavia), com o apoio de alguns nobres; no entanto, o trono italiano foi disputado, em vários períodos, por Guido de Espoleto, Lamberto de Espoleto, Arnolfo da Caríntia, Ratold (filho de Arnolfo da Caríntia), Luís, o Cego e Rodolfo II de Borgonha; descendente da nobreza franca, foi neto materno de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente

Coroado imperador em Roma, foi o último imperador do Ocidente, seguindo-se a vacatura do título de imperador até Otão I, fundador do Sacro Império Romano-Germânico
Henrique I da Germânia, o primeiro da dinastia Otoniana de reis dos Germanos (e, depois, dos imperadores), foi duque da Saxónia desde 912 e rei dos Germanos em 919-936 (reino da Germânia, 919-962), fundador do império alemão medieval

Henrique I, no início do seu reinado, lutou pela sucessão de Conrado I da Germânia, contra Arnolfo da Baviera, duque da Baviera em 907-937, que pretendeu o trono germânico desde 919 até ser derrotado por Henrique I, em 921 (renuncia à sua reivindicação)
Fruela II de Leão (924-925), também rei das Astúrias (910-925); rei da Galiza (924-925)


























[Inglaterra anglo-saxã – Reino de Inglaterra:

Aethelstan, rei de Inglaterra, de 927 a 939, no período da Inglaterra anglo-saxã (que durou até 1066)]


Sancho Ordonhes (925), reinado contestado; foi deposto pelo primo Afonso Froilaz; também rei da Galiza (925-929)


Afonso Froilaz (925-926), reinado contestado; foi deposto pelo primo Afonso IV de Leão; também rei da Galiza (925-926), em oposição a Sancho Ordonhes

Afonso IV de Leão, o Monge (925-931), morre em 933

Ramiro II de Leão (931-951); rei da Terra Portucalense (925-931)
condessa Mumadona Dias casada com o conde Hermenegildo Mendo Gonçalves (? -950)

conde Gonçalo Mendes, dux (950-999)
Luís IV (reina em 936-954), filho de Carlos III, o Simples e neto de Luís II, o Gago
Otão I, o Grande, rei desde 936 da Germânia (reino que subsistiu até 962, quando foi incorporado no Sacro Império Romano-Germânico) e sacro imperador romano-germânico em 962-973, considerado o fundador do Sacro Império (prossecutor do Império Carolíngio e do seu primeiro imperador, Carlos Magno)
Ordonho III de Leão, o Grande (951-956)

































(condes de Portucale, posteriormente, Portugal)

Lotário (reina em 954-986)
































(imperadores do Sacro Império Romano-Germânico)

Sancho I de Leão, o Crasso ou o Gordo (1.ª vez: 956-958)


Ordonho IV de Leão, o Mau (958-960)

Sancho I de Leão (2.ª vez: 960-966); rei da Galiza (960-966)

Ramiro III de Leão (967-984)

Bermudo II de Leão, o Gotoso (985-999); rei da Galiza (982-999); foi pai de Afonso V de Leão, o Nobre

(Reis de Leão)
Luís V, o Indolente (reina em 986-987), último rei da dinastia Carolíngia, foi sucedido por Hugo Capeto, duque dos francos, conde de Paris, eleito rei dos Francos (reina em 987-996), que foi neto de Roberto I e fundador da Dinastia Capetiana (os reis francos capetianos podem considerar-se, também, entre o rol de reis da França)

(reis da França, descendentes dos reis francos)




Hugo Capeto (neto do rei Roberto I), eleito rei dos Francos em 987 (fundador da Dinastia Capetiana), sucedendo a Luís V (reina em 986-987), que foi o último rei carolíngio, põe fim ao domínio da Dinastia Carolíngia sobre os Francos, iniciada por Pepino, o Breve, rei dos Francos em 751.




[Reino de Inglaterra]

Inglaterra anglo-saxã – Reino de Inglaterra (927-1066):

·        Aethelstan, rei de Inglaterra, da Casa de Wessex, de 927 a 939 (rei dos Ingleses), no período da Inglaterra anglo-saxã (que durou até 1066). Foi, antes, rei de Wessex e rei dos Anglo-saxões (rei dos Anglo-saxões em 924-927). Aethelstan foi o primeiro rei a alcançar regência directa do que se pode considerar actualmente a Inglaterra (Reino de Inglaterra, 927/1066-1649 e 1660-1707)

Reino de Inglaterra:

·        Guilherme I de Inglaterra, duque da Normandia desde 1035 e rei de Inglaterra em 1066-1087, foi vassalo de Henrique I (reina em 1031-1060) e de Filipe I (reina em 1060-1108), reis dos Francos (da Dinastia Capetiana, que se podem considerar, também, entre o rol de reis franceses), invadiu e conquistou a Inglaterra, dando início à dinastia dos reis normandos de Inglaterra (com o fim da dinastia de reis anglo-saxões)

Guilherme I de Inglaterra, o Conquistador, foi duque da Normandia (Guilherme II da Normandia, descendente dos víquingues da Escandinávia) desde 1035 e também o primeiro rei (1066-1087) de Inglaterra normando (fundador da Dinastia Normanda), com a conquista normanda de Inglaterra em 1066, até morrer, em 1087 (primo de Eduardo, o Confessor, rei dos Ingleses). Foi sucedido no ducado da Normandia pelo filho Roberto II da Normandia (depois, sucedido pelo irmão Henrique I de Inglaterra) e, no reino de Inglaterra, pelos filhos Guilherme II (reina em 1087-1100) e Henrique I (reina em 1100-1135; seguiram-se os reis Estêvão e Henrique II). Sobrinho-neto de Ema da Normandia, primo do rei Eduardo, o Confessor, da Casa de Wessex (que era filho de Etelredo II e Ema da Normandia), utilizou essa relação familiar como argumento para invadir a Inglaterra. Em 1066, Guilherme II, duque da Normandia, um vassalo do rei francês Filipe I e primo do rei Eduardo, o Confessor, invadiu e conquistou a Inglaterra. Foi coroado rei após a derrota e morte de Haroldo II de Inglaterra na Batalha de Hastings. Em 1066, Londres passa a ser a capital do Reino de Inglaterra. A Dinastia Normanda pode-se considerar a primeira dinastia real inglesa.

·        Henrique II, rei de Inglaterra (em 1154-1189), foi filho de Godofredo V, o Plantageneta, conde de Anjou e de Matilde, imperatriz viúva do Sacro Império Romano-Germânico e princesa herdeira de Inglaterra. A mãe, Matilde, filha do rei de Inglaterra e duque da Normandia Henrique I, foi imperatriz consorte quando casou pela primeira vez com Henrique V, sacro imperador romano-germânico (sem descendência), condessa de Anjou quando casou com Godofredo V e candidata ao trono de Inglaterra. Henrique II casou com Leonor da Aquitânia, que foi duquesa da Aquitânia (filha e sucessora de Guilherme X, duque da Aquitânia), rainha consorte de Luís VII rei dos Francos (reina em 1137-1180) e, depois de anulado este casamento, rainha consorte de Henrique II de Inglaterra (quando o marido ascendeu ao trono). Foi o primeiro rei de Inglaterra da Dinastia Plantageneta (ou Angevina, de Anjou), dinastia que reinou em Inglaterra de 1154 a 1399/1485. Uma das filhas de Henrique II de Inglaterra, Leonor Plantageneta, casou com Afonso VIII de Castela e a sua filha, Urraca, casou com o rei Afonso II de Portugal (reina em 1211-1223)




Imperadores francos

Imperadores do Ocidente (800-924), imperadores “romanos” que procederam de Carlos Magno e do Império Carolíngio e, mais tarde, foram sucedidos pelos imperadores do Sacro Império Romano-Germânico.


Imperadores francos do Ocidente (800-924):

·        Carlos Magno, Carlos I, rei dos Francos desde 768 e Imperador do Ocidente em 800-814

·        Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente em 814-840, filho de Carlos Magno e pai do imperador Lotário I, de Luís II, o Germânico e de Carlos II, o Calvo

·        Lotário I (falecido em 855), imperador do Ocidente desde 840 (com o pai, Luís I, desde 817) e rei da Francia central em 843-855 (após o Tratado de Verdun de 843 e a divisão do Império Carolíngio pelos três netos de Carlos Magno), reino central dos Francos (Francia Media, Reino Franco Central, que incluía os Países Baixos, um território ao longo dos rios Reno e Ródano, Alsácia, Lorena, Borgonha e Itália), que depois da sua morte se dividiu em três reinos, a Lotaríngia, o reino da Borgonha e de Arles (Arles, Provença) e, também, o reino de Itália (norte e centro da Itália)

·        Luís II de Itália, imperador em 855-875, rei de Itália desde 844, filho de Lotário I, rei da Francia central e imperador do Ocidente

·        Carlos II, o Calvo, rei da Francia ocidental em 840-877, imperador em 875-877 (meio-irmão do imperador Lotário I)

·        Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente (foi imperador de 881 a 888). Foi rei da Alamânia em 876-882, rei de Itália em 879-887, imperador do Ocidente em 881-888, rei da Francia oriental em 882-887 e rei da Francia ocidental em 884-887. Carlos, o Gordo imperador carolíngio em 881, foi o filho mais novo de Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental (que também foi pai de Carlomano da Baviera e de Luís, o Jovem) e neto de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente. Último monarca da dinastia Carolíngia a reinar sobre um império unificado (após a sua morte, o império divide-se em cinco reinos, Francia oriental, Francia ocidental, reino de Itália, reino da Alta Borgonha e reino da Aquitânia). A deposição, por incapacidade, de Carlos, o Gordo, por Arnolfo da Caríntia em 887 marca o fim definitivo da unidade dos francos sob a dinastia Carolíngia

·        Guido III de Espoleto, rei de Itália em 889-894 e imperador do Ocidente em 891-894, bisneto (descendente em linha feminina) de Pepino I de Itália, rei de Itália (um filho de Carlos Magno), contestou o trono italiano com Berengário I de Itália

·        Lamberto II de Espoleto, imperador do Ocidente em 892/894-898 e rei de Itália em 894-898, filho e sucessor de Guido III de Espoleto, contestou o trono italiano com Berengário I de Itália e Arnolfo da Caríntia

·        Arnolfo da Caríntia (850-899), rei da dinastia Carolíngia da Francia oriental em 887-899, rei de Itália em 894-895 e 896-899 e, também, imperador do Ocidente de 896 a 899. Arnolfo, margrave da Caríntia (em 876), foi filho ilegítimo de Carlomano da Baviera (829-880)

·        Luís, o Cego, rei da Provença (em 887-928), rei de Itália (900-905) e imperador do Ocidente (em 901-905, Luís III), filho de Boso da Provença (a quem sucedeu no trono da Provença) e neto materno do imperador Luís II de Itália (rei de Itália e imperador do Ocidente). Luís, o Cego, filho de Boso da Provença, rei da Provença e de Hermengarda, que foi a única filha do imperador do Ocidente, Luís II de Itália; em 905 foi derrotado definitivamente (e cegado) por Berengário I de Itália (mais tarde, imperador), tendo então resignado à coroa italiana e à imperial, regressando a Provença

·        Berengário I de Itália, rei de Itália em 888-924 e imperador do Ocidente em 915-924, foi margrave do Friul (Berengário do Friul) e, após a deposição de Carlos, o Gordo, por Arnolfo da Caríntia em 887, intitulou-se rei de Itália (depois, coroado em Pavia), com o apoio de alguns nobres; no entanto, o trono italiano foi disputado, em vários períodos, por Guido de Espoleto, Lamberto de Espoleto, Arnolfo da Caríntia, Ratold (filho de Arnolfo da Caríntia), Luís, o Cego e Rodolfo II de Borgonha; descendente da nobreza franca, foi neto materno de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente. Coroado imperador em Roma, foi o último imperador do Ocidente, seguindo-se a vacatura do título de imperador até Otão I, fundador do Sacro Império Romano-Germânico




Genealogia de Otão I, o Grande:


Liudolfo, duque da Saxónia
~
Otão I, duque da Saxónia
(irmão de Lutgarda da Saxónia casada com Luís, o Jovem, rei em parte da Francia oriental, em 876-882, que foi filho de Luís II, o Germânico)
~
Henrique I da Germânia, duque da Saxónia e rei dos Germanos
~
Otão I, o Grande (912-973), rei dos Germanos e sacro imperador romano-germânico
~
Otão II, sacro imperador romano-germânico
(irmão de Liudolfo, duque da Suábia, que morre em 957 e, também, de Lutgarda da Germânia, casada com Conrado, duque da Lotaríngia)



Sacro Império Romano-Germânico (em latim, Sacrum Romanum Imperium e em alemão, Heiliges Römisches Reich, HRR), 962-1806 (Primeiro Reich)

imperadores do Sacro Império (reinado):
·        Otão I, o Grande (962-973)
·        Otão II (973-983)
·        Otão III (996-1002)
·        Henrique II (1014-1024)
·        Conrado II (1027-1039)
·        Henrique III (1046-1056)
·        Henrique IV (1084-1106)
·        Henrique V (1111-1125)
·        Lotário III (1133-1137)
·        Frederico I (1155-1190)
·        Henrique VI (1191-1197)
·        Otão IV (1209-1218)
·        Frederico II (1220-1250)
Interregno (1250-1273/1312)
           
·        Henrique VII (1312-1313)
·        Luís IV (1328-1347)
·        Carlos IV (1355-1378)
·        Segismundo (1433-1437)
·        Frederico III (1452-1493)
·        Maximiliano I (1508-1519)
·        Carlos V (1530-1556)
·        Fernando I (1558-1564)
·        Maximiliano II (1564-1576)
·        Rodolfo II (1576-1612)
·        Matias (1612-1619)
·        Fernando II (1619-1637)
·        Fernando III (1637-1657)
·        Leopoldo I (1658-1705)
·        José I (1705-1711)
·        Carlos VI (1711-1740)
·        Carlos VII (1742-1745)
·        Francisco I (1745-1765)
·        José II (1765-1790)
·        Leopoldo II (1790-1792)
·        Francisco II (1792-1806), posteriormente Francisco I da Áustria


O Sacro Império Romano-Germânico originou posteriormente o Império da Áustria e o Império Alemão.






O Reino dos Francos é a mesma raiz histórica que partilham França e Alemanha.


Soberanos da França (843-1792)

Reino dos Francos (481-843)

Império Carolíngio (Dinastia Carolíngia), 800-843:

·        Carlos Magno, Carlos I (768-800 como rei dos Francos e 800-814 como Imperador do Ocidente), fundador do Império Carolíngio (filho de Pepino, o Breve, rei dos Francos), foi o primeiro de uma série de imperadores francos do Ocidente (800-924)

·        Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente em 814-840, filho de Carlos Magno e pai do imperador Lotário I, de Luís II, o Germânico e de Carlos II, o Calvo

Há quem considere que o Império Carolíngio perdurou até Carlos, o Gordo, rei dos Francos, imperador do Ocidente em 881-888 e último monarca da dinastia Carolíngia a reinar sobre um império unificado, outros, ainda, até Berengário I de Itália, rei de Itália desde 888 e último imperador do Ocidente em 915-924. Não obstante, considera-se que a dinastia Carolíngia persistiu até Luís V, rei do Reino Franco Ocidental em 986-987, último rei franco da referida dinastia (foi sucedido por Hugo Capeto).

A Francia (ou regnum Francorum) ocidental (reino ocidental dos Francos, Reino Franco Ocidental) surge após o Tratado de Verdun de 843 e a divisão do Império Carolíngio pelos três netos de Carlos Magno (o imperador Lotário I, Luís II, o Germânico e Carlos II, o Calvo).

Reino ocidental dos Francos (843-987):

·        Carlos II, o Calvo, rei da Francia ocidental em 840-877 e imperador do Ocidente em 875-877 (reis posteriores designados, por exemplo, “da Francia ocidental”, ou “dos Francos”), foi meio-irmão de Lotário I, imperador do Ocidente e rei do Reino Franco Central e de Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental e, ainda, tio de Luís II de Itália, rei de Itália e imperador do Ocidente

·        Luís II, o Gago, reina em 877-879, foi neto de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente

·        Luís III, reina em 879-882

·        Carlomano II, rei da Francia Ocidental em 879-884, foi filho do rei Luís II, o Gago. Quando o pai morreu, em 879, Carlomano tornou-se rei, juntamente com o irmão, Luís III

·        Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente, foi rei da Alamânia em 876-882, rei de Itália em 879-887, imperador em 881-888, rei da Francia oriental em 882-887 e rei da Francia ocidental em 884-887, último monarca da dinastia Carolíngia a reinar sobre um império unificado, foi o filho mais novo de Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental (que também foi pai de Carlomano da Baviera e de Luís, o Jovem) e neto de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente e, ainda, primo direito de Luís II, o Gago, rei da Francia ocidental; seguiram-lhe, como imperadores, Guido III de Espoleto (em 891-894) e Lamberto II de Espoleto (em 892/894-898), reis de Itália e duques de Espoleto

·        Odo, conde de Paris, reina em 888-898, filho de Roberto, o Forte, conde de Anjou, foi o primeiro rei não carolíngio desde Pepino, o Breve (Odo, Roberto I e Raul foram soberanos não carolíngios). Roberto, o Forte, conde de Anjou (fundador da família dos «Robertiens»), antepassado da dinastia Capetiana (bisavô de Hugo Capeto), foi pai dos reis da Francia ocidental, Odo e Roberto I

·        Carlos III, o Simples, reina em 893-922, foi filho de Luís II, o Gago e irmão de Luís III e Carlomano II (o pai, Luís II, era primo direito de Carlomano da Baviera, que foi pai de Arnolfo da Caríntia, imperador e rei da Francia oriental e de Itália e também primo direito de Luís II de Itália, imperador e rei de Itália, que foi avô materno de Luís, o Cego, imperador e rei da Provença e de Itália e, por fim, primo direito de Berengário I de Itália, rei de Itália e último imperador do Ocidente)

·        Roberto I, reina em 922-923, foi irmão de Odo (filhos de Roberto, o Forte, conde de Anjou)

·        Raul, reina em 923-936, foi filho de Ricardo, o Justiceiro, primeiro duque da Borgonha e, também, genro de Roberto I

·        Luís IV, reina em 936-954, foi filho de Carlos III, o Simples e neto de Luís II, o Gago

·        Lotário, reina em 954-986 (filho de Luís IV e pai de Luís V)

·        Luís V, reina em 986-987, o último rei franco da dinastia Carolíngia, foi sucedido por Hugo Capeto, duque dos francos, conde de Paris, eleito rei dos Francos (reina em 987-996), que foi neto de Roberto I e o fundador da Dinastia Capetiana (os reis francos capetianos podem considerar-se, também, entre o rol de reis da França)




Soberanos da «Germânia»

Império Carolíngio (Dinastia Carolíngia), 800-840:

·        Carlos Magno, Carlos I (768-800 como rei dos Francos e 800-814 como Imperador do Ocidente)

·        Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente em 814-840, filho de Carlos Magno e pai do imperador Lotário I, de Luís II, o Germânico e de Carlos II, o Calvo

A Francia oriental (reino oriental dos Francos, Reino Franco Oriental) surge após o Tratado de Verdun de 843 e a divisão do Império Carolíngio pelos três netos de Carlos Magno (o imperador Lotário I, Luís II, o Germânico e Carlos II, o Calvo).

Reino oriental dos Francos (843-918/962):

·        Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental em 843-876 (reino, depois, dividido pelos filhos, Carlomano da Baviera, Luís, o Jovem e Carlos, o Gordo), foi filho de Luís I, o Piedoso, imperador do Ocidente e rei dos Francos e também foi irmão do imperador Lotário I (imperador do Ocidente desde 840 e rei em 843-855 do reino central dos Francos) e tio de Luís II de Itália, imperador em 855-875 (rei de Itália desde 844)

·        Luís, o Jovem, rei da Francia oriental (em parte) em 876-882 (depois de 880, incluindo a Lotaríngia), sobrinho de Carlos II, o Calvo, rei da Francia Ocidental em 840-877 e imperador do Ocidente em 875-877

·        Carlomano da Baviera (829-880), rei da Baviera em 876-880 e rei de Itália em 877-879 (primo de Luís II de Itália)

(Carlomano da Baviera e Luís, o Jovem, filhos de Luís II, governaram, em parte, o reino oriental dos Francos)

·        Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente, foi rei da Alamânia em 876-882, rei de Itália em 879-887, imperador em 881-888, rei da Francia oriental em 882-887 e rei da Francia ocidental em 884-887, último monarca da dinastia Carolíngia a reinar sobre um império unificado, foi irmão e sucessor de Carlomano da Baviera e de Luís, o Jovem; seguiram-lhe, como imperadores, Guido III de Espoleto (em 891-894) e Lamberto II de Espoleto (em 892/894-898), reis de Itália e duques de Espoleto

·        Arnolfo da Caríntia, rei da Francia oriental em 887-899, rei de Itália em 894-895 e 896-899 e, também, imperador do Ocidente de 896 a 899. Arnolfo, margrave da Caríntia (em 876), foi filho ilegítimo de Carlomano da Baviera (829-880); seguiram-lhe, como imperadores, Luís, o Cego (em 901-905), rei da Provença e de Itália (neto materno do imperador Luís II de Itália) e, ainda, Berengário I de Itália (em 915-924), rei de Itália e último imperador do Ocidente (neto materno de Luís I, o Piedoso)

·        Luís IV, o Menino (893-911; 18 anos de vida), último monarca carolíngio do reino oriental dos Francos em 899/900-911, filho do imperador Arnolfo da Caríntia

·        Conrado I da Germânia, duque da Francónia desde 906, de uma dinastia de condes e duques francos do século VIII e rei em 911-918 do reino oriental dos Francos, eleito pelos governantes dos ducados, ciosos do seu poder, para suceder ao rei Luís IV (pode-se considerar Conrado I o último rei da Francia oriental)

Reino da Germânia (919-962):

·        Henrique I da Germânia, o primeiro da dinastia Otoniana de reis dos Germanos (e, depois, dos imperadores), foi duque da Saxónia desde 912 e rei dos Germanos em 919-936, fundador do império alemão medieval

Henrique I, no início do seu reinado, lutou pela sucessão de Conrado I da Germânia, contra Arnolfo da Baviera, duque da Baviera em 907-937, que pretendeu o trono germânico desde 919 até ser derrotado por Henrique I, em 921 (renuncia à sua reivindicação)

·        Otão I, o Grande, rei desde 936 da Germânia (reino que subsistiu até 962, quando foi incorporado no Sacro Império Romano-Germânico) e sacro imperador romano-germânico em 962-973, considerado o fundador do Sacro Império (prossecutor do Império Carolíngio e do seu primeiro imperador, Carlos Magno)

Sacro Império Romano-Germânico (962-1806):

Reis da Germânia e imperadores do Sacro Império Romano-Germânico

·        Otão I, o Grande, sacro imperador romano-germânico em 962-973






Reis francos de Itália


A descendência de Carlos Magno no trono italiano:


Carlos Magno, Imperador do Ocidente (romano); em 768-800 como rei dos Francos e 800-814 como imperador, fundador do império Carolíngio, que se pretende herdeiro da tradição imperial romana e conserva as tradições dos Povos Germânicos (“bárbaros”)
~
Pepino I de Itália, Pepino Carlomano, rei de Itália em 781-810 (reino dos Lombardos sob domínio franco por Carlos Magno), irmão de Luís I, o Piedoso, rei dos francos em 814-840 e Imperador do Ocidente
~
Bernardo de Itália, rei de Itália em 810-818
&
Adelaide da Lombardia, casada com Lamberto I de Nantes (prima direita de Gisela, que foi mãe de Berengário I de Itália)



Adelaide da Lombardia, casada com Lamberto I de Nantes (neta de Carlos Magno)
~
Guido I de Espoleto, duque de Espoleto (um nobre franco, morreu em 860)
~
Lamberto I de Espoleto (substituído por Suppone II de Espoleto por 5 anos, depois sucedido pelo filho, Guido II de Espoleto)
&
Guido III de Espoleto, imperador do Ocidente (em 891-894), pai de Lamberto II de Espoleto, imperador do Ocidente e, ainda, bisneto de Pepino I de Itália, rei de Itália (que foi irmão do imperador Luís I)



Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente (falecido em 840)
~
Lotário I, imperador do Ocidente (desde 840) e rei da Francia central (falecido em 855); governou o reino central dos Francos, em 843-855, que depois da sua morte dividiu-se em três reinos, a Lotaríngia, o reino da Borgonha e de Arles (Arles, Provença) e, também, o reino de Itália (norte e centro da Itália); foi filho de Hermengarda de Hesbania e irmão de Pepino I e Luís II e, ainda, meio-irmão de Gisela e Carlos II
&
Pepino I da Aquitânia (rei da Aquitânia em 817-838)
&
Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental em 843-876 (reino, depois, dividido pelos filhos)
&
Gisela, filha de Luís I, o Piedoso (irmã do imperador Carlos II, o Calvo e, também, meia-irmã do imperador Lotário I e Luís II, o Germânico), casada com Everardo do Friul, conde do Friul (condado no nordeste italiano, foi um conde franco, que morreu em 866), foram pais de Berengário I de Itália, rei de Itália em 888-924 e imperador do Ocidente em 915-924 (Gisela era neta de Carlos Magno)
&
Carlos II, o Calvo, rei da Francia ocidental em 840-877, imperador do Ocidente em 875-877 (Gisela e Carlos II foram filhos de Judite da Baviera)



Lotário I, imperador do Ocidente (desde 840) e rei da Francia central (falecido em 855), neto de Carlos Magno
~
Luís II de Itália, rei de Itália desde 844 e imperador do Ocidente em 855-875 (sucedido pelo tio, o imperador Carlos II, o Calvo)
&
Lotário II, rei da Lotaríngia em 855-869, com a sua morte, o reino foi repartido pelos tios, Carlos II, o Calvo e Luís II, o Germânico
&
Carlos, rei da Provença em 855-863 (Carlos e Lotário II dominaram os territórios da Borgonha e da Provença), depois de morrer o reino foi dividido pelos irmãos, o imperador Luís II de Itália e Lotário II, rei da Lotaríngia



Os reis dos Lombardos consideravam-se reis de Itália em disputa com o Império Bizantino. O reino Lombardo (568-774) foi fundado em Itália pelo rei Alboíno, com a capital em Pavia. Depois funda também ducados lombardos em Espoleto e Benevento (a que depois se chamou Lombardia Menor, que após a conquista do reino por Carlos Magno, permaneceu ainda por um longo período, de facto, sob o domínio lombardo).

Em Itália, já tinham reinado outros povos germânicos, após a queda do Império Romano do Ocidente em 476, quando Odoacro depõe o último imperador, Rómulo Augusto. Odoacro, rei dos Hérulos, povo germânico que destruiu o império do Ocidente, foi, de facto, rei de Itália (desconhece-se a forma de intitulação utilizada) em 476-493, embora dependente do Império Romano do Oriente (ou império Bizantino, de 395 a 1453, com capital em Constantinopla) dos imperadores Zeno (em 474-491) e Anastácio I (em 491-518). O imperador romano Zeno reconheceu o governo de Odoacro na prefeitura de Itália como Patrício (como chefe militar e governador). Seguiu-se o reino Ostrogodo, que os Ostrogodos fundaram em 493 até 553, tendo sido conquistado pelo Império Bizantino (imperadores Justiniano I, o Grande, em 527-565 e Justino II em 565-578). Dessa época, de invasões bárbaras e da queda do império do Ocidente, dos reinos germânicos formados, destacam-se o reino Franco, os reinos Visigodo e Suevo, o reino Ostrogodo e o reino Anglo-Saxão. A Igreja Católica, com uma forte estrutura política e económica, diligenciava assegurar a paz, a segurança e a estabilidade e foi capaz de converter os povos germânicos.

O reino Lombardo começou com a invasão da Itália em 568 (pelo nordeste), guerreando o Império Bizantino do imperador Justino II (em 565-578), que até então dominava toda a Península Itálica (ficando, assim, dividida por ambos). Os Lombardos, os Francos e os Visigodos formaram os grandes reinos bárbaros do Ocidente. O domínio lombardo de Itália durou até à conquista franca em 774, de Carlos Magno.

Desidério, o último rei dos Lombardos em 756-774, em luta contra o Papa Adriano I (papado em 772-795) decidiu invadir Roma, tendo o Papa solicitado apoio do rei franco Carlos Magno. Assim, em 774, os Lombardos foram derrotados pelos Francos e Carlos Magno depôs o rei Desidério e tomou o título de rei dos Lombardos (soberano do reino dos Francos e do reino dos Lombardos). Conquistado o território pelos Francos, o reino Lombardo passou a ser um domínio franco e, depois, parte do Império Carolíngio.

Carlos Magno iniciou uma série de soberanos do Reino Itálico do século VIII ao século XI (incorporação do reino ao Sacro Império Romano-Germânico e surgimento de Harduino de Ivreia).

Reis de Itália do Império Carolíngio:

·        Carlos Magno, rei dos Francos (desde 768) e rei dos Lombardos (desde 774), imperador do Ocidente em 800-814

·        Pepino I de Itália, rei de Itália em 781-810 (sob a soberania do pai, Carlos Magno)

·        Bernardo de Itália, rei de Itália em 810-818 (sob a soberania do avô, Carlos Magno, até 814 e do tio Luís I, o Piedoso a partir de 814, quando entrou em conflito com Luís I e Lotário I; morreu em 818), foi pai de Pepino I, conde de Vermandois, Senhor de Péronne (primeiro conde de Vermandois, que se situa em São Quintino, Picardia, França)

·        (Luís I, o Piedoso, rei dos francos e imperador do Ocidente, com o sobrinho, Bernardo de Itália e o filho, Lotário I)

·        Lotário I, imperador do Ocidente (em 840-855) e rei da Francia central (843-855), com o pai, Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente (em 814-840), reis de Itália de 818 a 840, sozinho de 840 a 844 (Itália e Lotaríngia do imperador do Ocidente) e com o filho, Luís II, em 844-850

Após a morte de Luís I, o Piedoso em 840, os seus filhos, Lotário I, Luís II, o Germânico (que foi pai de Carlomano da Baviera, Luís, o Jovem e do imperador Carlos, o Gordo) e Carlos II, o Calvo (pai de Luís II, o Gago) dividiram o Império Carolíngio, com o Tratado de Verdun de 843, em três reinos independentes.

Reis de Itália do Imperador do Ocidente:

·        Lotário I, imperador do Ocidente (desde 840) e rei da Francia central (falecido em 855), rei de Itália com o pai, Luís I, em 818-840, sozinho em 840-844 e com o filho, Luís II, em 844-850

·        Luís II de Itália, imperador em 855-875 e rei de Itália desde 844 com o pai, o imperador Lotário I (Luís II foi neto de Luís I, o Piedoso), até 850 e sozinho de 850 a 875; com a sua morte em 875, a sucessão do trono foi disputada entre o seu tio Carlos II, o Calvo e o seu primo Carlomano da Baviera

·        Carlos II, o Calvo, rei da Francia ocidental em 840-877, imperador em 875-877 (meio-irmão do imperador Lotário I), sucedeu ao sobrinho em 875 até 877

·        Carlomano da Baviera (829-880), rei da Baviera em 876-880 e rei de Itália em 877-879 (sobrinho de Lotário I e Carlos II, o Calvo; primo de Luís II de Itália); depois de conquistar o reino italiano a Carlos II, o Calvo teve de o entregar ao irmão, Carlos, o Gordo, por se encontrar doente, assegurando assim a sua sucessão (Carlomano da Baviera, Luís, o Jovem e Carlos, o Gordo foram filhos de Luís II, o Germânico, rei da Francia oriental)

(Carlomano da Baviera foi rei de Itália, mas não foi imperador do Ocidente)

·        Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente (foi imperador de 881 a 888), rei de Itália em 879-887 (também foi rei da Alamânia em 876-882, rei da Francia oriental em 882-887 e rei da Francia ocidental em 884-887), irmão de Carlomano da Baviera e de Luís, o Jovem (netos de Luís I, o Piedoso), último monarca da dinastia Carolíngia a reinar sobre um império unificado

Com o enfraquecimento do poder imperial, os territórios do reino de Itália (reino Itálico) ficaram num estado de anarquia feudal depois da morte do imperador Carlos, o Gordo em 888, dominados por senhores locais. O reino de Itália deixa de pertencer aos imperadores do Ocidente. Ainda assim, alguns imperadores do Ocidente conseguiram ascender ao trono, mas sem grandes poderes, persistindo a anarquia até à conquista por Otão I, o Grande e incorporação no Sacro Império Romano-Germânico em 962.

Reis de Itália até à conquista pelo Sacro Império Romano-Germânico (muitos governantes reivindicam simultaneamente a dignidade de rei):

·        Berengário I de Itália, rei de Itália em 888-924 e imperador do Ocidente em 915-924, foi margrave do Friul (Berengário do Friul) e, após a deposição do primo Carlos, o Gordo, por Arnolfo da Caríntia em 887, intitulou-se rei de Itália, com o apoio de alguns nobres. Coroado em Pavia rei de Itália em 888, o seu reinado foi disputado, em diversos períodos, por Guido de Espoleto, Lamberto de Espoleto (divisão do reino de Itália entre Lamberto e Berengário), Arnolfo da Caríntia, Ratold (filho de Arnolfo da Caríntia), Luís, o Cego e Rodolfo II de Borgonha. Descendente da nobreza franca, foi neto materno de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente, filho de Gisela (irmã do imperador Carlos II, o Calvo e meia-irmã do imperador Lotário I e de Luís II, o Germânico) e de Everardo do Friul, conde do Friul (condado no nordeste italiano, foi um conde franco, que morreu em 866). Coroado imperador em Roma, foi o último imperador do Ocidente (924), seguindo-se a vacatura do título de imperador até Otão I, fundador do Sacro Império Romano-Germânico (962). Os reis Berengário I de Itália, Carlos, o Gordo, Carlomano da Baviera e Luís II de Itália eram primos direitos

·        Guido III de Espoleto, rei de Itália em 889-894 e imperador do Ocidente em 891-894, foi também duque de Espoleto, bisneto (descendente em linha feminina) de Pepino I de Itália, rei de Itália (um filho de Carlos Magno) e filho de Guido I de Espoleto, duque de Espoleto (nobre franco que morreu em 860), contestou a ocupação do trono por Berengário I de Itália (a avó paterna de Guido era prima direita da mãe de Berengário e, ainda, do pai de Carlos, o Gordo); na sucessão de Carlos, o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente, disputou também o trono da Francia ocidental, sem sucesso, com o futuro rei, Odo, conde de Paris (reina entre 888 e 898), o primeiro rei não carolíngio desde Pepino, o Breve

·        Lamberto II de Espoleto, imperador do Ocidente em 892/894-898, rei de Itália em 894-898 e duque de Espoleto, filho e sucessor de Guido III de Espoleto, disputou o trono italiano com Berengário I de Itália e com Arnolfo da Caríntia

·        Arnolfo da Caríntia (falecido em 899), margrave da Caríntia desde 876, rei da dinastia Carolíngia da Francia oriental em 887-899, rei de Itália em 894-895 e 896-899 e, também, imperador do Ocidente em 896-899, foi filho ilegítimo de Carlomano da Baviera (e portanto, bisneto de Luís I, o Piedoso, rei dos Francos e imperador do Ocidente), contestou a ocupação do trono italiano por Berengário I de Itália (primo direito do seu pai) e por Lamberto de Espoleto

·        Luís, o Cego, rei da Provença em 887-928, rei de Itália em 900-905 e imperador do Ocidente (Luís III) em 901-905, filho de Boso da Provença (rei da Provença) e de Hermengarda, que foi a única filha do imperador Luís II de Itália (rei de Itália e imperador do Ocidente; avô materno), contestou a ocupação do trono por Berengário I de Itália, que o derrotou definitivamente em 905, tendo então resignado à coroa italiana e à imperial, regressando a Provença

·        Rodolfo II de Borgonha (falecido em 937), rei de Itália em 922-926 e, apenas como rei titular, em 926-933, também foi rei da Borgonha, contestou a ocupação do trono italiano por Berengário I de Itália e por Hugo da Provença, depois, derrotou Berengário I, mas em 926 fugiu de Itália. O avô de Rodolfo II da Borgonha, Conrado II da Borgonha, era primo direito de Carlos, o Gordo (Conrado II da Borgonha foi sobrinho de Ema da Baviera, mãe de Carlos, o Gordo, portanto casada com Luís II, o Germânico). Em 922, a sua intervenção contra o imperador Berengário I de Itália, foi a pedido de nobres italianos, no entanto, em 926, seria substituído no trono por Hugo da Provença. Em 933, Rodolfo II e Hugo acordaram que Rodolfo II reinaria em toda a Borgonha (o que se sucedeu até falecer) e Hugo em Itália, casando os filhos de ambos, Adelaide da Borgonha e Lotário II de Itália

·        Hugo da Provença, rei de Itália em 926-947, foi neto materno de Lotário II, rei da Lotaríngia (e bisneto de Lotário I, rei da Francia central e imperador do Ocidente) e, também, pai de Lotário II de Itália (que casou com Adelaide de Borgonha, filha de Rodolfo II de Borgonha), eleito por partidários de Berengário I de Itália para o trono italiano, abandonou o país em 945 para a Provença

·        Lotário II de Itália, rei de Itália em 947-950, filho e sucessor de Hugo da Provença, casado com Adelaide de Borgonha, filha de Rodolfo II de Borgonha e que casou em segundas núpcias com Otão I, o Grande (e foram pais de Otão II)

·        Berengário II de Itália, rei de Itália em 950-961, foi neto materno de Berengário I de Itália, declarou-se rei de Itália com o seu filho, Adalberto de Itália, como rei associado, foi também margrave de Ivreia em 928-950 (Berengário de Ivreia), filho de Adalberto I de Ivreia e neto de Anscário I (margrave de Ivreia em 891, fundador da Casa de Ivreia)

·        Adalberto de Itália, rei de Itália em 950-961, reinou com o pai, Berengário II de Itália, foi, ainda, Adalberto II de Ivreia, margrave de Ivreia em 950-962


Em 951 Otão I, o Grande, rei da Germânia, invadiu a Itália e resgatou a rainha Adelaide de Borgonha, viúva do rei Lotário II de Itália que, perseguida pelos reis Berengário II e Adalberto de Itália, se recusou a casar com Adalberto, o qual pretendia assim consolidar o seu direito ao trono. Adelaide era filha, nora e viúva dos últimos três reis de Itália, nomeadamente filha de Rodolfo II de Borgonha, nora de Hugo da Provença e viúva de Lotário II de Itália. De seguida, Otão I, o Grande, contraiu casamento com Adelaide de Borgonha e foi coroado com a Coroa de Ferro da Lombardia, tornando-se rei de Itália, obrigando, depois, Berengário II e Adalberto de Itália a prestarem-lhe homenagem. Porém, na ausência de Otão I, os reis Berengário II e Adalberto de Itália continuaram a exercer o poder.

Em 957, Otão I organizou uma segunda expedição à Itália, comandada pelo filho primogénito, Liudolfo, duque da Suábia, que derrotou Adalberto de Itália e conquistou todo o reino, mas Liudolfo adoeceu e morreu repentinamente, o que levou a que Adalberto e Berengário II de Itália voltassem ao poder. Em 961, a pedido do Papa, para defender os Estados Pontifícios da invasão de Berengário II e Adalberto de Itália, Otão I regressa a Itália e derrota pela última vez os dois reis, que são, então, depostos em Pavia, assumindo Otão I a coroa italiana. Em 962 o Papa João XII reconhece o papel dominante de Otão I, que é, por conseguinte, sagrado imperador do Sacro Império Romano-Germânico em Roma. Em 962 dá-se a incorporação de Itália no Sacro Império Romano-Germânico:

·        Otão I, o Grande, rei de Itália em 961-973, também rei dos Germanos desde 936 e sacro imperador romano-germânico em 962-973

Imperadores do Sacro Império Romano-Germânico (962-1806), soberanos de Itália (reinado):

·        Otão I, o Grande (962-973)
·        Otão II (973-983)
·        Otão III (996-1002)


Único rei de Itália durante a subsistência do Sacro Império Romano-Germânico:

·        Harduino de Ivreia (em italiano, Arduino d'Ivrea), rei de Itália em 1002-1014 e margrave de Ivreia; após a morte do sacro imperador romano-germânico Otão III em 1002, Harduino foi aclamado rei de Itália e Henrique II rei da Germânia (contudo, Henrique II contestou a ocupação do trono italiano por Harduino)

Berengário II de Itália, rei de Itália (em 950-961) e margrave de Ivreia (Berengário de Ivreia) foi irmão de Amadeu de Ivreia, conde de Pombia, que foi avô de Harduino de Ivreia, rei de Itália; Harduino, como margrave de Ivreia, sucedeu ao filho de Berengário, Conrado de Ivreia (que tinha sucedido aos irmãos).

Berengário II de Itália foi, também, neto de Anscário I de Ivreia, margrave de Ivreia (na região do Piemonte) em 891, fundador da Casa de Ivreia (descendente da nobreza franca da Borgonha).

Adalberto de Itália, rei de Itália e margrave de Ivreia (Adalberto II de Ivreia) foi primo direito do pai de Harduino de Ivreia, rei de Itália e margrave de Ivreia. Adalberto de Itália foi, também, bisavô de Guilherme I, o Grande, conde palatino de Borgonha, que foi pai de Reinaldo II e Estêvão I (condes seus sucessores), de Raimundo de Borgonha, conde da Galiza (casado com Urraca de Castela e Leão, pais de Afonso VII de Castela e Leão), do Papa Calisto II, de Sibila de Borgonha (casada com Odo I, duque de Borgonha) e de Berta de Borgonha (casada com Afonso VI de Leão e Castela).

Harduino de Ivreia, rei de Itália e margrave de Ivreia (Harduino I de Ivreia) foi pai de Harduino II de Ivreia, que foi o último margrave de Ivreia (o território foi dividido em numerosos condados, entre eles o condado de Ivreia).


Imperadores do Sacro Império Romano-Germânico (962-1806), soberanos de Itália (reinado):

·        Henrique II (1014-1024)


Depois do Sacro Império Romano-Germânico (962-1806), o título de rei de Itália foi apenas utilizado por Napoleão Bonaparte em 1805 (Reino de Itália, 1805-1814) e, posteriormente, pela Casa de Sabóia (e a unificação italiana) em 1861, com a proclamação do reino de Itália (1861-1946).




Cronologia simplificada dos soberanos da França, Alemanha e Itália


O reino ocidental dos Francos (Francia ocidental, Reino Franco Ocidental) surge após o Tratado de Verdun de 843 e a divisão do Império Carolíngio pelos três netos de Carlos Magno, o imperador Lotário I, Luís II, o Germânico e Carlos II, o Calvo.

Soberanos da França:

·        Reis francos e, ainda, Carlos Magno (reina em 768/800-814) e Luís I, o Piedoso (814-840), reis dos Francos e imperadores do Ocidente

·        Carlos II, o Calvo (rei da Francia ocidental em 840-877 e imperador do Ocidente em 875-877)

·        Luís II, o Gago (rei da Francia ocidental em 877-879)

·        Luís III (879-882)

·        Carlomano II (879-884), rei da Francia ocidental com o irmão Luís III

·        Carlos o Gordo (884-887), rei dos Francos e imperador do Ocidente (imperador em 881-888, rei da Francia ocidental em 884-887)

·        Odo (888-898); Odo, Roberto I (ambos filhos de Roberto, o Forte, conde de Anjou) e Raul foram soberanos não carolíngios

·        Carlos III, o Simples (893-922), foi filho de Luís II, o Gago

·        Roberto I (922-923), foi irmão de Odo

·        Raul (923-936), foi filho de Ricardo, o Justiceiro, primeiro duque da Borgonha e, também, genro de Roberto I

·        Luís IV (936-954), foi filho de Carlos III, o Simples

·        Lotário (954-986)

·        Luís V (986-987), último rei franco da dinastia Carolíngia, foi sucedido por Hugo Capeto, que foi o fundador da Dinastia Capetiana (os reis francos capetianos podem considerar-se, também, entre o rol de reis da França)


Soberanos da «Germânia»:

O reino oriental dos Francos (Francia oriental, Reino Franco Oriental) surge após o Tratado de Verdun de 843 e a divisão do Império Carolíngio pelos três netos de Carlos Magno, o imperador Lotário I, Luís II, o Germânico e Carlos II, o Calvo.

·        Reis francos e, ainda, Carlos Magno (reina em 768/800-814) e Luís I, o Piedoso (814-840), reis dos Francos e imperadores do Ocidente

·        Luís II, o Germânico (rei da Francia oriental em 843-876, reino, depois, dividido pelos filhos, Carlomano da Baviera, Luís, o Jovem e Carlos, o Gordo)

·        Luís, o Jovem, rei da Francia oriental (em parte) em 876-882

·        Carlomano da Baviera, rei da Baviera em 876-880 (Carlomano da Baviera e Luís, o Jovem, filhos de Luís II, governaram, em parte, o reino oriental dos Francos)

·        Carlos o Gordo, rei dos Francos e imperador do Ocidente (imperador em 881-888, rei da Francia oriental em 882-887)

·        Arnolfo da Caríntia (rei da Francia oriental em 887-899, imperador do Ocidente em 896-899), foi filho ilegítimo de Carlomano da Baviera

·        Luís IV, o Menino (rei da Francia oriental em 899/900-911), último monarca carolíngio do reino oriental dos Francos

·        Conrado I da Germânia (911-918), duque da Francónia desde 906

·        Henrique I da Germânia (919-936), rei dos Germanos (o primeiro da dinastia Otoniana)

·        Otão I, o Grande, (936-973), rei desde 936 da Germânia (reino que subsistiu até 962, quando foi incorporado no Sacro Império Romano-Germânico) e sacro imperador romano-germânico em 962-973

·        Reis da Germânia e imperadores do Sacro Império Romano-Germânico (com Otão I)


Soberanos de Itália:

·        Imperadores do Império Romano (império do Ocidente a partir de 395)

·        Odoacro, rei, de facto, de Itália (em 476-493), já antes rei dos Hérulos (povo germânico, que se juntou com outros “bárbaros”)

·        Reis ostrogodos (493-553)

·        Imperadores do Império Bizantino

·        Reis lombardos (568-774)

·        Carlos Magno (reina em 774-814), rei dos Lombardos, também rei dos Francos (desde 768) e imperador do Ocidente (800-814)

·        Pepino I de Itália (781-810), sob a soberania do pai, Carlos Magno

·        Bernardo de Itália (810-818), sob a soberania do avô, Carlos Magno, até 814 e do tio Luís I, o Piedoso a partir de 814, quando entrou em conflito com Luís I e Lotário I

·        Luís I, o Piedoso (814-840), com o sobrinho, Bernardo de Itália e o filho, Lotário I; Luís I foi rei dos Francos e imperador do Ocidente

·        Lotário I (818-850), com o pai, Luís I, o Piedoso, reis de Itália de 818 a 840 e sozinho de 840 a 844 (Itália e Lotaríngia do imperador do Ocidente) e, ainda, com o filho Luís II de Itália desde 844; foi imperador do Ocidente (840-855) e rei da Francia central (843-855)

·        Luís II de Itália (844-875), com o pai, Lotário I, reis de Itália de 844 a 850 e sozinho de 850 a 875, foi imperador do Ocidente (855-875)

·        Carlos II, o Calvo (875-877), também rei da Francia ocidental (840-877) e imperador do Ocidente (875-877)

·        Carlomano da Baviera (877-879), também rei da Baviera (876-880)

·        Carlos, o Gordo (879-887), também rei dos Francos e imperador do Ocidente (foi imperador de 881 a 888)

·        Berengário I de Itália (888-924), margrave do Friul, rei de Itália e imperador do Ocidente (915-924)

·        Guido III de Espoleto (889-894), duque de Espoleto, rei de Itália e imperador do Ocidente (891-894)

·        Lamberto II de Espoleto (894-898), duque de Espoleto, rei de Itália e imperador do Ocidente (892/894-898)

·        Arnolfo da Caríntia (894-895 e 896-899), margrave da Caríntia, rei da Francia oriental (887-899), rei de Itália e imperador do Ocidente (896-899)

·        Luís, o Cego (900-905), rei da Provença (887-928), rei de Itália e imperador do Ocidente (901-905)

·        Rodolfo II de Borgonha (922-926), rei de Itália em 922-926 e, apenas como rei titular, em 926-933, também foi rei da Borgonha

·        Hugo da Provença (926-947)

·        Lotário II de Itália (947-950)

·        Berengário II de Itália (950-961), margrave de Ivreia e rei de Itália

·        Adalberto de Itália (950-961), com o pai, Berengário II de Itália, reis de Itália de 950 a 961, foi margrave de Ivreia

·        Otão I, o Grande (951/961-973), também rei dos Germanos (936-973) e sacro imperador romano-germânico (962-973)

·        Otão II (973-983), sacro imperador romano-germânico

·        Otão III (996-1002), sacro imperador romano-germânico

·        Harduino de Ivreia (1002-1014), margrave de Ivreia e rei de Itália

·        Henrique II (1014-1024), sacro imperador romano-germânico

·        Imperadores do Sacro Império Romano-Germânico

·        Casa de Bonaparte

·        Casa de Sabóia.




Note-se que os casamentos e filhos apresentados não são exclusivos.

Sinal gráfico (&) usado para substituir a conjunçãoe” (representa a conjunção latinaet”).