Reis Suevos e reis Visigodos
Invasão
da Hispânia por volta do ano 409 por povos bárbaros vindos da fronteira do
norte do Império Romano (Europa Central), Vândalos Asdingos, Suevos (com um
pequeno contingente de Búrios), Alanos e Vândalos Silingos. Os Vândalos, Suevos
e Búrios eram povos germânicos e os Alanos, um povo nómada de origem iraniana
do Cáucaso. Em 411 os povos bárbaros dividem a Hispânia entre si.
A
Hispânia (Península Ibérica romana) foi uma Diocese (subdivisão administrativa)
do Império Romano, cuja sede foi Emerita Augusta (também capital da Lusitânia,
província romana, actual cidade espanhola de Mérida, capital da comunidade
autónoma da Estremadura). O Império Romano existiu entre 27 a .C. e 476, no Ocidente.
Em
410 Alarico I, liderando os Visigodos, saqueia Roma, que foi dominada por um
inimigo estrangeiro pela primeira vez no Império Romano (Ravena era então a
capital).
Em
415 chegam os primeiros Visigodos (povo germânico) à Península Ibérica (Hispânia
romana), comandados por Vália (rei em 415-418), ao serviço dos Romanos para
combater os povos invasores.
Na
Península Ibérica apenas dois povos bárbaros se consolidaram com relativa
perenidade, os Suevos no noroeste e os Visigodos no sul (ambos povos
germânicos). Após um curto período de coexistência, os Visigodos acabariam por
alcançar o domínio sobre toda a península, quando o reino suevo é invadido em
585 por Leovigildo, rei visigodo.
São
três séculos de reis Suevos e Visigodos (de reis Suevos, são só dois séculos).
Hermerico
foi rei dos Suevos, o primeiro reino que se separou do Império Romano e cunhou
moeda.
Reis suevos
Reino
Suevo da Galécia, 411-585
Reis
suevos
(reinado
de)
409/411-438:
Hermerico
Hermerico
(ou Hermenerico), rei dos Suevos desde 409, primeiro rei suevo da Galécia (Noroeste
da Hispânia, Galiza) em 411, fundador da monarquia sueva, o primeiro reino da
Idade Média (queda do Império Romano do Ocidente), com capital em Braga
(Bracara Augusta, capital da província da Galécia do Império Romano)
Hermerico,
rei dos Suevos, Vândalos e Alanos, por oposição a Teodorico I, rei dos
Visigodos.
438-448:
Réquila
448-456:
Requiário
Requiário
é o primeiro rei dos povos germânicos a converter-se ao catolicismo. Os Suevos
eram originariamente pagãos.
Divisão
do reino entre:
456-457:
Frantano
456-457:
Aguiúlfo
457-459:
Maldras
Maldras
procede à reunificação
Divisão
do reino entre:
459-462:
Frumário
459-463:
Requimundo
459-469:
Remismundo
Remismundo
reunifica o reino suevo em 463; converteu-se ao arianismo, provavelmente para
conservar a independência dos Visigodos (reis arianos)
469-550:
reis suevos incertos
(entre outros)
Veremundo
Teodemundo
550-559:
Cararico
Cararico
converteu-se ao catolicismo; S. Martinho de Dume, então missionário romano,
exerceu uma enorme influência sobre a elite sueva dirigente
559-561:
Ariamiro
561-570:
Teodomiro
No
tempo de Teodomiro verificou-se uma decisiva conversão, tornando-se os Suevos
católicos, o que provocou uma reacção dos Visigodos numa campanha contra os
Suevos no reinado de Miro (por Leovigildo, rei dos Visigodos)
570-583:
Miro
583-584:
Eborico
Eborico,
obrigado a se submeter a Leovigildo, rei dos Visigodos, foi deposto
584-585:
Andeca
Andeca,
considerado o último monarca suevo (Amalarico pretendeu suceder-lhe como rei,
mas não chegaria a reinar, tendo sido derrotado), foi atacado e derrotado por
Leovigildo
585:
Amalarico
Amalarico
foi derrotado por Leovigildo, que conquistou o reino dos Suevos
Em
585 o reino é invadido por Leovigildo, rei visigodo.
585-586:
Leovigildo
Leovigildo,
rei visigodo em 572-586, associado ao trono desde 570
Leovigildo
juntou o reino da Galécia ao reino da Hispânia e tornou-se no primeiro rei dos
Visigodos e dos Suevos (585-586)
Leovigildo,
rei das Hespanhas
Na
Hispânia os Visigodos consideravam-se os herdeiros do poder imperial romano
ocidental
Reis visigodos
Reis
visigodos, 395-711
Reis
visigodos
395-410:
Alarico I
Alarico
I (395-410), considerado o primeiro rei visigodo (reis arianos, seguidores da
doutrina teológica de Ário), liderou os Visigodos que sublevaram-se contra o
Império Romano; em 410 Alarico I saqueia Roma
410-415:
Ataúlfo
415:
Sigerico
415-418:
Vália
Em
415 chegam os primeiros Visigodos à Península Ibérica, comandados por Vália, ao
serviço dos Romanos
Reino
Visigótico de Tolosa (418-507)
418-451:
Teodorico I
Teodorico
I estabelece a capital do reino em Tolosa (actual cidade francesa de Toulouse)
451-453:
Turismundo
453-466:
Teodorico II
466-484:
Eurico
No
reinado de Eurico, em 476, Odoacro conquista Roma, acabando o Império Romano do
Ocidente; Eurico promulga o Código de Eurico (Codex Euricianus, em latim), uma compilação de leis do direito
visigótico
484-507:
Alarico II
Alarico
II sancionou em 506 o Breviário de Alarico (Lex
Romana Visigothorum, em latim), uma compilação de leis romanas então em
vigor no Reino Visigótico de Tolosa; derrota e morte de Alarico II na Batalha de Vouillé e conquista de Tolosa por
Clóvis I, rei dos Francos
Reis
visigodos
507-511:
Gesaleico
Gesaleico
retira-se para a Hispânia (com capital em Barcelona),
após a derrota frente aos Francos em Vouillé
510-531:
Amalarico
Amalarico,
filho do rei Alarico II, era ainda criança quando o pai morreu na Batalha de Vouillé em 507, contra o rei franco
Clóvis I, governou sob a regência (em 511-526) do seu avô materno Teodorico, o Grande, rei dos Ostrogodos, que depôs Gesaleico
531-548:
Têudis
548-549:
Teudigisilo
549-554:
Ágila I
Ágila
I estabeleceu a sua corte em Mérida (Emerita Augusta)
Reino Visigótico de Toledo
(554-711)
551-567:
Atanagildo
Atanagildo
esteve em rivalidade com Ágila I de 551 a 554; depois de derrotar o adversário
estabeleceu a capital do reino em Toledo
568-572:
Liúva I
Depois
de um interregno de cinco meses, foi eleito rei pela aristocracia de Septimânia
570-586:
Leovigildo
Leovigildo,
rei visigodo em 572-586, associado ao trono desde 570, como compromisso com a
aristocracia visigótica da Península Ibérica; em 573 os seus filhos,
Hermenegildo e Recaredo, associados ao trono; revolta de Hermenegildo em
580-584; conquista do reino suevo em 585
586-601:
Recaredo I
Recaredo
foi o segundo filho e sucessor de Leovigildo; foi associado ao trono desde 573
601-603:
Liúva II
603-610:
Viterico
610-612:
Gundemaro
612-621:
Sisebuto
621:
Recaredo II
621-631:
Suintila
Em
626 o seu filho, Ricimero, associado ao trono; deposto pela revolta de
Sisenando, em 631
631-636:
Sisenando
Revolta
de Iudila em 633
636-639:
Chintila
639-642:
Tulga
Deposto
por Chindasvinto
642-653:
Chindasvinto
653-672:
Recesvinto
Recesvinto,
filho e sucessor de Chindasvinto, associado ao trono desde 649
672-680:
Vamba
680-687:
Ervígio
687-702:
Égica
Égica,
intercalado pelo usurpador Suniefredo (692-693)
702-710:
Vitiza
Associado
ao trono desde 695, foi co-regente em 700-702
710-711:
Rodrigo
Rodrigo
foi derrotado pelos árabes em 711 na Batalha de Guadalete
Com
a invasão árabe da Península Ibérica pelo Califado de Damasco, forças muçulmanas
comandadas pelo berbere Tárique derrotam os Visigodos, liderados pelo seu rei
Rodrigo, na Batalha de Guadalete, pondo fim ao domínio visigodo na Península
Ibérica.
Devido
à débil situação social e política que se vivia no reino visigodo, a conquista
da Península Ibérica foi executada com alguma rapidez e facilidade.
As
disputas entre as várias facções da nobreza acentuaram-se a partir do reinado
de Égica (687-702), sendo o seu sucessor, Vitiza (702-710), incapaz de fazer
face aos vários focos de revoltas, sobretudo no sul da Hispânia. A ascensão de
Rodrigo ao trono (710) cria no reino fortes tensões interiores, aproveitando os
filhos de Vitiza, a quem Rodrigo usurpara o poder, e algumas facções para
incentivar forças inimigas do norte de África a invadirem a Península Ibérica.
Os
Árabes, do Califado de Damasco (661-750), que então dominavam o norte de
África, começaram a cobiçar a Península Ibérica e com o incentivo de alguns
visigodos prepararam a invasão do território, beneficiando dessas querelas
internas. As forças muçulmanas invasoras eram constituídas pelos árabes e
outros povos submetidos (berberes, iemenitas, egípcios, sírios, persas e muitos
outros) que seguem a religião islâmica. Em 711 esses Muçulmanos atravessam o
estreito de Gibraltar e penetram profundamente na Península ocupando-a quase
totalmente, derrotando os Visigodos.
Os
restos dos exércitos visigodos refugiam-se no norte da Hispânia, na região
montanhosa das Astúrias, passando aí a concentrar-se a resistência ao domínio
islâmico.
Os
cristãos reorganizam-se sob o comando de Pelágio (reinou em 718-737) e a partir
das Astúrias tem início a Reconquista cristã do território ocupado pelos
Muçulmanos, num longo processo.
A
Batalha de Covadonga em 722 foi a primeira grande vitória das forças militares
cristãs na Hispânia a seguir à invasão árabe de 711 e consequente queda do
Reino Visigótico.
Pelágio
seria o primeiro rei das Astúrias, assumindo a herança visigoda, em 718-737, com
a capital em Cangas de Onis (mais tarde, passaria a Oviedo e, depois, a Leão).
Em
1492 (781 anos depois da invasão e ocupação) cai o último reduto dos Árabes na
Península Ibérica, com a conquista do reino de Granada pelos Reis Católicos,
Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, marcando o fim do poder islâmico
no al-Andalus (711-1492).
A
conquista completa do território de Portugal deu-se em 1249, com a conquista
definitiva do Algarve, por D. Afonso III, pondo fim à ocupação do Al-Gharb
al-Andalus (a parte mais ocidental do Andaluz, que corresponde, aproximadamente,
aos limites da antiga Lusitânia), que durou mais de cinco séculos.