Antecedentes dos Reis de Portugal – cronologia comparada
Reis das
Astúrias:
Afonso
I, o Católico (reina
739-757), auto-proclama-se primeiro Rei das Astúrias
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Reino
franco:
Dinastia
carolíngia: Pepino, o Breve, foi o rei dos Francos de 751 a 768, pai de Carlomano
I e Carlos Magno e filho de Carlos Martel
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Fruela I (757-768)
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Carlomano
I de França (rege 768-771)
Carlos
Magno, Carlos I (768-800 como rei dos Francos e 800-814 como Imperador do
Ocidente)
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Aurélio (768-774)
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Silo (774-783)
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Mauregato, o Usurpador (783-788)
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Bermudo
I, o Diácono, ou
Vermudo (788-791)
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Afonso II, o Casto (791-842)
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Luís I, o
Piedoso (r. 814-840)
Carlos
II, o Calvo (r. 840-877)
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Ramiro I (842-850)
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Ordonho I (850-866)
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Reis de
Leão: Afonso III de Leão, o Grande ou Afonso Magno de Leão (866-910),
Rei das Astúrias.
Consolidou o Reino da
Galiza (Galécia, antiga
província romana a noroeste da Península Ibérica, que correspondia ao
território onde se encontra a actual Astúrias, Galiza, e o norte de Portugal)
durante um período de fraqueza dos Omíadas de Córdova.
Em 868 conquista o Porto e, em 878, a cidade de Coimbra.
Ordena a redacção das suas crónicas, em que apresenta o Reino das Astúrias como
herdeiro do Reino visigodo.
Após a sua morte, a capital do Reino translada-se para Leão e
o reino é dividido pelos seus três filhos: Leão para Garcia, Galiza para
Ordonho e as Astúrias para Fruela. Porém, o reino nunca deixou de ser o mesmo
e sob a mesma família real, nem perdeu a sua concepção unitária, como se
manifesta perante a morte de Garcia (914), herdando o trono os seus irmãos
sucessivamente, prática semelhante à monarquia dos Francos, onde com muitos
ducados foi mantida a ideia da unidade do reino.
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Condes de
Portucale:
Vimara Peres, Conde de Portucale (em 868-873)
Lucídio Vimaranes, Conde de Portucale (873- ?)
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Luís II,
o Gago (r. 877-879)
Luís III
(r. 879-882)
Carlomano
II (r. 879-884), rei da Francia Ocidental, pertencente à dinastia carolíngia,
era filho do Rei Luís II, o Gago. Quando o seu pai morreu, em 879, Carlomano tornou-se
rei, juntamente com o seu irmão Luís III
Carlos, o
Gordo (r. 884-887)
Odo (Eudes ou Odon, em francês), conde de Paris (r. 888-898), “famille
des Robertiens”
Carlos
III, o Simples (r. 893-922) filho de Luís II
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Garcia
I de Leão
(910-914)
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Ordonho
II de Leão
(914-924), também rei da Galiza (910-924)
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condessa Onega Lucides casada com
conde Diogo Fernandes (conde desde antes de
924)
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Roberto I
(r. 922-923) irmão de Odo, “famille des Robertiens”
Raul (r.
923-936), “famille des Bosonides”, filho de Ricardo, o Justiceiro, primeiro duque de
Borgonha, e genro de Roberto I
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Fruela
II de Leão
(924-925), também rei das Astúrias (910-925); rei da Galiza (924-925)
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Sancho
Ordonhes (925),
reinado contestado; foi deposto pelo primo Afonso Froilaz; também rei da
Galiza (925-929)
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Afonso
Froilaz (925-926),
reinado contestado; foi deposto pelo primo Afonso IV de Leão; também rei da
Galiza (925-926), em oposição a Sancho Ordonhes
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Afonso
IV de Leão, o
Monge (925-931), morre em 933
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Ramiro
II de Leão (931-951); rei da Terra Portucalense (925-931)
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condessa Mumadona Dias casada com
conde Hermenegildo Mendo Gonçalves (? -950)
conde Gonçalo Mendes, dux (950-999)
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Luís IV
(r. 936-954) filho de Carlos III
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Ordonho
III de Leão, o
Grande (951-956)
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Lotário
(r. 954-986)
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Sancho
I de Leão, o
Crasso ou o Gordo (1.ª vez: 956-958)
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Ordonho
IV de Leão, o Mau
(958-960)
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Sancho
I de Leão (2.ª
vez: 960-966); rei da Galiza (960-966)
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[Reis da Germânia: Otão I, o Grande (912-973), foi
duque da Saxónia. Com a morte do pai (Henrique I) foi coroado rei dos Germanos
em Aquisgrano (Aquisgranum/ Aix-La-Chapelle/ Aachen), em 936, segundo a
tradição carolíngia. O Papa João XII reconhece o papel dominante
de Otão e coroa-o como imperador do Ocidente, em 962, do Sacro Império Romano-Germânico.]
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Ramiro
III de Leão (967-984)
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Bermudo
II de Leão, o
Gotoso (985-999); rei da Galiza (982-999)
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Luís V, o
Indolente (r. 986-987)
Dinastia
Capetiana: Hugo Capeto, duque dos francos, conde de Paris, eleito rei dos
Francos (r. 987-996), neto de Roberto I (rei dos Francos)
Roberto II,
o Pio (r. 996-1031), filho de Hugo Capeto, rei dos Francos, pai de, entre
outros, Henrique I (1008-1060) rei dos Francos e Roberto I (1011-1076) duque
de Borgonha
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Afonso
V de Leão, o Nobre
(999-1028)
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conde Mendo Gonçalves, dux, casado com
condessa Tutadona Moniz (999-1008)
conde Alvito Nunes, dux (1008-1015)
condessa Ilduara Mendes casada com
conde Nuno Alvites, dux (1015-1028)
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Bermudo
III de Leão
(1028-1037)
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conde Mendo Nunes, dux (1028-1050)
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Henrique
I (r. 1031-1060), rei dos Francos de 1031 até à sua morte e, antes, duque de
Borgonha de 1016 a
1031 (cedeu o ducado, quando subiu ao trono do reino dos Francos, ao irmão Roberto I)
Ducado
da Borgonha:
Henrique II, duque de Borgonha (rege
1016-1031), depois rei dos Francos, como Henrique I
Roberto I, duque de Borgonha (r. 1032-1076).
Tornou-se duque de Borgonha por doação do irmão Henrique (filhos do rei dos
Francos Roberto II). Casado com Hélia de Semur, irmã de São Hugo de Cluny.
Henrique
de Borgonha foi o filho herdeiro de Roberto I e faleceu pouco antes do pai
não o tendo, por isso, sucedido na Borgonha e teve os seguintes filhos:
- Hugo I
(r. 1076-1079), sucessor de Roberto I;
- Odo I
(r. 1079-1102), sucessor do irmão no ducado da Borgonha;
- Roberto
(1059-1111), bispo de Langres;
- Hélia
(n.1061), freira;
- Beatriz
(n.1063), casou com Guy III de Vignory, Senhor de Vignory;
- Reinaldo
(1065-1092), abade de Saint-Pierre de Flavigny (Borgonha);
- Henrique
de Borgonha, Conde de Portugal (1066-1112), que se tornou vassalo de Leão e Castela
e o senhor do Condado Portucalense em 1093; o seu filho Afonso Henriques foi
o primeiro rei de Portugal.
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Sancha
I de Leão
(1037-1065)
Fernando
I de Leão, o Grande
ou Fernando Magno (1037-1065), casado com Sancha de Leão (filha de Afonso V,
irmã e sucessora de Bermudo III), foram proclamados reis de Leão Fernando I e
Sancha I
Após a morte de Fernando Magno (Fernando I, o Magno, de Leão e Castela),
em 1065, os seus estados foram divididos pelos três filhos. Sancho II ficou a
reinar em Castela; Afonso VI ficou a reinar em Leão; Garcia II ficou a reinar
na Galiza, juntamente com a terra Portucalense.
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conde Nuno Mendes, dux (1050-1071)
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Rei da
Galiza: Garcia II da Galiza (1065-1071)
Garcia II da Galiza e Portucale
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Reis de
Leão: Afonso VI de Leão, o Bravo, rei de Leão (1065-1109), da Galiza
(1071-1109) e de Castela (1072-1109), usando o título de imperador a partir
de 1073 (?)
Rei de Leão, 1.º reinado: 1065 – 1072. Seguido por: Sancho II,
rei de Leão durante escassos meses no ano de 1072
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Sancho
II de Leão e Castela,
o Forte, rei de Castela (1065-1072), chegou a reinar durante alguns meses de
1072 sobre Leão, que desapossou ao seu irmão
Rei da Galiza (1072)
Rei de Leão durante escassos meses no ano de 1072, seguido novamente por Afonso VI
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Reis de
Leão e Castela: Afonso VI de Leão e Castela. Imperador de Leão e Castela, casou em 1081 com Constança de Borgonha,
filha do duque Roberto I de Borgonha (tia dos duques Hugo I e Odo I e
do conde portucalense Henrique de Borgonha), de quem teve Urraca de Castela e
Leão. Foi, também, pai de Teresa infanta de Leão, filha ilegítima, condessa
de Portugal como parte do seu dote de casamento (com Henrique de Borgonha) e
mãe do primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques.
Rei de Leão, 2.º reinado: 1072 – 1109
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Condado
Portucalense:
Henrique
de Borgonha, Conde
de Portucale ( em 1093-1112)
Teresa, condessa (com seu marido)
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Urraca
de Castela e Leão
(1109-1126), casada (1090) com Raimundo de Borgonha (filho de Guilherme I,
conde palatino de Borgonha e cunhado do duque Odo I de Borgonha) e, depois da
morte deste, com Afonso I de Aragão, o Batalhador, rei consorte, não de
jure (até à anulação do
matrimónio)
Filha do imperador Afonso VI e de Constança de Borgonha. Irmã
unilateral da infanta Teresa de Leão (filhas de Afonso VI) e prima do marido
desta, Henrique de Borgonha. Casada pela primeira vez com Raimundo de
Borgonha (1070-1107), conde de Amous, filho de Guilherme I, o Grande, conde
palatino de Borgonha e cunhado do duque Odo I de Borgonha (casado com Sibila
de Borgonha), de quem teve Afonso VII.
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Rainha Teresa, depois da morte de Henrique em 1112, governou o
condado como regente na menoridade do filho Afonso Henriques (de 1112 a 1128), com o título
de regina («rainha»)
Afonso
Henriques, Conde
de Portucale e depois primeiro Rei de Portugal (rege 1112-1139)
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Afonso
VII de Castela e Leão,
com o título de imperador (1126-1157)
Ainda antes de subir ao trono de Leão-Castela (1126), foi
feito por sua mãe rei da Galiza (1112), procurando assim a rainha Urraca de
Castela e Leão obstar às revoltas da nobreza contra a sua ligação matrimonial ao rei
Afonso I de Aragão. Rei da Galiza entre 1112 e 1157, o título passou, por sua
morte, para os seus sucessores no título de reis de Leão.
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Reis de
Portugal:
D.
Afonso Henriques (rei
em 1139-1185), ou D. Afonso I de Portugal (1111? -1185), foi o primeiro rei
de Portugal – independente desde 1139, reconhecido pelo rei de Leão e Castela em
1143 e pelo Papa em 1179
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O conde portucalense D. Henrique (bisneto de
Roberto II, rei dos Francos e irmão dos duques de Borgonha Hugo I e Odo I) e a
rainha D. Teresa (filha do imperador Afonso VI de Leão e Castela) foram os pais
do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
D. Afonso Henriques ou D. Afonso I (1111? -1185),
"o Conquistador”, primeiro rei de Portugal, iniciando a Dinastia Afonsina
em 1143, casado com D. Mafalda de Sabóia.
Afonso Henriques foi neto do imperador Afonso VI de
Leão e Castela. Este rei de Leão, da Galiza e de Castela, era filho de Fernando
Magno e de Sancha I de Leão. Imperador de Leão e Castela, dividiu a Galiza em
dois condados para as filhas e genros cruzados borgonheses: o condado da Galiza
foi concedido a Urraca e Raimundo e o condado Portucalense (terras entre os
rios Minho e Douro e de Coimbra) foi oferecido como dote de casamento a Teresa
e Henrique.
A sucessão de Afonso VI de Leão e Castela originou diversos
litígios, ainda em vida do rei e após a sua morte (1109). Em 1108 morre na
Batalha de Uclés o infante Sancho, único filho varão de Afonso VI, em derrota
diante os mouros, ficando o rei sem o seu herdeiro (reconhecido sucessor
durante pouco tempo), dando lugar à sucessão pelas suas filhas (de diversas
relações matrimoniais e extra-matrimoniais) e a um período conturbado.
Henrique de Borgonha, bisneto de Roberto II, rei
dos Francos e irmão dos duques de Borgonha Hugo I e Odo I, conde portucalense
de 1093 a
1112, era sobrinho da rainha Constança (casada com Afonso VI de Leão e Castela)
e sobrinho-neto do abade S. Hugo de Cluny. Primo de Urraca de Castela e Leão
(filha de Constança de Borgonha), era também cunhado da irmã de Raimundo de
Borgonha (Sibila de Borgonha, irmã de Raimundo, estava casada com o duque Odo I
de Borgonha, irmão de Henrique).
Guilherme I, “o Grande”, conde palatino de Borgonha
foi pai de, entre outros, Reinaldo II e Estêvão I (também condes, seus
sucessores), Raimundo de Borgonha conde da Galiza, Papa Calisto II (de 1119 a 1123), Sibila de
Borgonha (casada com Odo I, duque de Borgonha) e Berta de Borgonha (terceira
esposa, após a morte de Constança, de Afonso VI de Leão e Castela que faleceu
sem gerar filhos).
Guido de Borgonha (1060? -1124), arcebispo de
Vienne, depois Papa Calisto II (em 1119-1124), filho do conde palatino de
Borgonha, foi feito arcebispo de Vienne, França (na região de Ródano-Alpes), em
1088, antes de ter sido eleito Papa em 1119, num conclave reunido em Cluny. Convocou o
Concílio de Latrão I (1123).
A Abadia de Cluny, localizada na Borgonha, de
ligação imediata à Santa Sé, fundada no século X, tornou-se na maior e mais
prestigiada instituição monástica da Europa, especialmente com São Hugo de
Cluny (1024-1109; cunhado do duque Roberto I de Borgonha), que serviu muitos Papas e foi
conselheiro de imperadores, reis, bispos e superiores religiosos, uma das
figuras mais marcantes do seu tempo, tendo exercido influência dominante na
esfera política e religiosa de então. O Conde D. Henrique era um dos filhos
segundos de Henrique de Borgonha (herdeiro do duque Roberto I de Borgonha,
tendo falecido pouco antes deste), bisneto de Roberto II, rei dos Francos e
sobrinho-neto do abade S. Hugo de Cluny.
Reino franco:
Roberto, “o Forte”, conde de Anjou (fundador da
família dos “Robertiens”, antepassado da Dinastia Capetiana), pai de, entre
outros:
- Odo, conde de Paris, rei dos Francos;
- Roberto I, rei dos Francos.
Roberto I, rei dos Francos e pai de, entre outros:
- Ema de França, casada com Raul, rei dos Francos e
filho de Ricardo de Borgonha, “o Justiceiro” (858-921), primeiro duque de
Borgonha (880? -921);
- Hugo, “o Grande”, duque dos Francos, conde de
Paris (pai de Hugo Capeto).
Hugo Capeto, rei dos Francos, pai de Roberto II, “o
Pio”. Fundador da Dinastia Capetiana (depois dos Merovíngios e dos
Carolíngios), Hugo Capeto governava directamente uma grande parte da França,
com a capital em Paris, mas muitos dos seus vassalos, como os duques da
Normandia, Borgonha e Aquitânia, eram quase tão poderosos como ele (mas sem
força suficiente para o derrubar). Depois de se ter feito eleger, Hugo Capeto
assegurou a sua sucessão fazendo coroar o filho antes de morrer, prática que
durou dois séculos e contribuiu para estabilidade da França. Os príncipes
Capetianos reinaram também no ducado da Borgonha e sobre o império latino de
Constantinopla.
Roberto II, “o Pio”, rei dos francos (em 996-1031)
e pai de, entre outros:
- Henrique I (1008-1060) rei dos Francos;
- Roberto I (1011-1076) duque de Borgonha.
Ducado da Borgonha:
Henrique II, duque de Borgonha (em
1016-1031)
Filho de Roberto II e neto de Hugo Capeto (fundador
da Dinastia Capetiana), reis dos Francos. Depois da sua ascensão à coroa do reino dos Francos, como Henrique I, cedeu o ducado ao irmão Roberto I.
Roberto I, duque de Borgonha (em
1032-1076)
Tornou-se duque de Borgonha por doação do irmão Henrique
(filhos do rei dos Francos Roberto II). Casado com Hélia de Semur, irmã de São
Hugo de Cluny, (São Hugo, “o Grande”, abade de Cluny a partir de 1049, morre em
1109), tiveram como filhos (entre outros):
- Henrique de Borgonha (pai dos futuros duques de
Borgonha e do conde portucalense);
- Constança de Borgonha, casada com Afonso VI de
Leão e Castela, de quem teve Urraca de Castela e Leão.
O seu filho herdeiro do ducado, Henrique de
Borgonha, faleceu primeiro e teve, entre outros, os seguintes filhos: Hugo I e
Odo I, sucessores de Roberto I no ducado da Borgonha, e Henrique de Borgonha
(1066-1112), Conde de Portugal.