D. Maria II
D. Maria da Glória (Rio de Janeiro, 4 de Abril de 1819 -
Lisboa, 15 de Novembro de 1853), Duquesa do Porto e Princesa da Beira e do
Grão-Pará, nasceu no Palácio de S. Cristóvão, Rio de Janeiro, quando a corte se
encontrava no Brasil em consequência da fuga às invasões francesas, filha do
Príncipe D. Pedro de Alcântara de Bragança, rei D. Pedro IV (1798-1834; Rei em
1826; Pedro I, Imperador do Brasil em 1822-31) e de D. Leopoldina de Áustria
(1797-1826; casou em 1817). Maria II, irmã de D. Pedro II (1825-1891), Imperador
do Brasil (em 1831-89), foi neta por parte do pai de D. João VI e de D. Carlota
Joaquina de Bourbon e, também, neta por parte da mãe do Imperador Francisco
(Francisco I da Áustria), sobrinha de Maria Luísa da Áustria, a segunda esposa
de Napoleão Bonaparte e, portanto, prima direita do pequeno Napoleão II da
França, o Rei de Roma.
D.
Pedro IV (1798-1834), rei em 1826 e imperador do Brasil de 1822 a 1831, duque de
Bragança após a abdicação do trono imperial do Brasil, casado em 1817 (no Rio
de Janeiro) com D. Leopoldina de Áustria (1797-1826), imperatriz do Brasil e
rainha de Portugal, foram pais (entre outros) de:
- D. Maria II (1819-1853), casada em 1835 com Augusto de
Beauharnais, duque de Leuchtenberg e, em 1836, com Fernando de
Saxe-Coburgo-Gotha, rei Fernando II em 1837
- D. Januária (1822-1901), princesa imperial do Brasil, casada em
1844 com Luís Carlos de Bourbon e Duas Sicílias (filho de Francisco I, rei das
Duas Sicílias)
- D. Francisca Carolina (1824-1898), princesa do Brasil, casada em
1843 com Francisco Fernando de Orleães, príncipe de Joinville, filho do rei
Luís Filipe I da França
- D. Pedro II do Brasil (1825-1891), segundo imperador do Brasil (de
1831 a
1889), casado em 1842 com Teresa Cristina de Bourbon e Duas Sicílias (irmã de
Luís Carlos e filha de Francisco I das Duas Sicílias), pais de Isabel de
Bragança, princesa imperial do Brasil e, portanto, avós de Pedro de Alcântara
de Orleães e Bragança, príncipe do Grão-Pará e de Luís de Orleães e Bragança,
príncipe do Brasil.
D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil, viúvo
desde 1826, casou em segundas núpcias em 1829 com Amélia de Leuchtenberg
(1812-1873, saiu do Brasil em 1831 e estabeleceu-se em Portugal até morrer),
segunda imperatriz do Brasil, duquesa de Bragança (filha de Eugénio de
Beauharnais, duque de Leuchtenberg e da princesa Augusta da Baviera), de quem
teve uma única filha:
- D. Maria Amélia de Bragança (Paris, 1831 – Funchal, 1853),
princesa do Brasil, foi noiva do arquiduque Maximiliano de Áustria (futuro imperador
do México e irmão do imperador Francisco José I da Áustria).
A
mãe de D. Maria II, a arquiduquesa D. Leopoldina de Áustria, foi filha de
Francisco I, último sacro imperador romano-germânico e primeiro imperador da
Áustria, e da sua segunda mulher, Maria Teresa de Nápoles. A irmã de Leopoldina
e tia de Maria II, Maria Luísa de Áustria, foi em 1810 segunda esposa de
Napoleão I (imperador da França, Napoleão Bonaparte), de quem teve um filho,
Napoleão II da França (rei de Roma, como herdeiro de Napoleão I, e imperador em
1815, primo direito de Maria II).
Em Março de 1826, a morte do rei D. João VI catapultou a
pequena D. Maria para o centro das atenções políticas. D. Pedro, o filho mais
velho (depois da morte do Príncipe da Beira, D. António, em criança), seria o
herdeiro legítimo e natural do trono – não fora o facto de ter declarado,
unilateralmente, em 1822, a
independência do Brasil, tornando-se assim, além de rebelde e traidor aos
interesses ultramarinos de Portugal, soberano de um país estrangeiro. Foi por
isso que D. Pedro se viu coagido pelas circunstâncias a engendrar uma solução
sucessória que complicou, mais do que resolveu, o problema aberto pela morte do
pai. A 29 de Abril de 1826 outorgou a Portugal a Carta Constitucional, como lei
fundamental do reino; a 2 de Maio abdicou da Coroa portuguesa na filha, sob
condição de esta vir a casar com o tio, o Infante D. Miguel, cujas opiniões
absolutistas seriam assim neutralizadas pelo juramento da Carta. D. Miguel
poderia regressar ao reino (exilado por D. João VI, para a corte de Viena, de
Francisco I da Áustria, desde a Abrilada,
revolta de 1824), juraria a Carta Constitucional e governaria como regente até
D. Maria ter idade para ser ela a governar. A 29 de Outubro de 1826, em Viena (Império
da Áustria), realizou-se o casamento por procuração entre a sobrinha e o tio –
ela com 7 anos, ele com 24. Já antes D. Maria I (mãe de D. João VI) casara
também com o tio, o Príncipe D. Pedro (depois D. Pedro III), irmão do rei D.
José.
D. Maria II foi coroada rainha de Portugal (em 1826-53)
depois da abdicação de D. Pedro IV em 1826. O seu primeiro reinado (sob a
regência da tia, D. Isabel Maria, Infanta Regente, regência de 1826 a 1828 nomeada, ainda,
por D. João VI poucos dias antes de morrer e que durou até ao regresso de D.
Miguel ao reino, como regente, em Fevereiro de 1828) foi interrompido pelo
levantamento absolutista liderado pelo seu tio, noivo e regente D. Miguel I,
que se proclama rei de Portugal a 23 de Junho de 1828. Começam então as Guerras
Liberais, que se prolongam até 1834. Neste ano, D. Maria II é reposta no trono
e D. Miguel exilado para territórios germânicos.
Em Julho de 1828, D. Maria deixou o Brasil a caminho da
corte de Viena, do avô Francisco I da Áustria (reinou de 1792 a 1835), onde iria
completar a sua educação. No entanto, à chegada a Gibraltar, em Setembro, o
Marquês de Barbacena, que a acompanhava, recebeu informações que deitavam por
terra o arranjo de D. Pedro: o irmão, D. Miguel, recém-chegado a Portugal,
proclamara-se rei absoluto, repudiando a Carta Constitucional e invalidando
assim o matrimónio com a sobrinha. A educação austríaca de D. Maria foi
imediatamente posta de parte e a jovem rainha – agora uma rainha sem trono,
usurpado pelo tio – partiu para Londres, onde foi recebida com honras reais por
Jorge IV do Reino Unido, mas sem grande apoio político por parte do Gabinete tory chefiado pelo duque de Wellington
(na altura, Artur Wellesley, também duque da Vitória, era primeiro-ministro do
Reino Unido, em 1828-1830). Ao cabo de longos meses de incerteza em Inglaterra
e após sucessivos reveses sofridos pela resistência liberal em Portugal,
Barbacena e D. Leonor da Câmara, futura Marquesa de Ponta Delgada e preceptora
de D. Maria, deliberaram regressar ao Brasil, levando com eles D. Maria e,
também, a noiva que o Marquês negociara na Europa para casar em segundas
núpcias com D. Pedro (viúvo desde a morte de Leopoldina de Áustria, em Dezembro
de 1826) – a princesa D. Amélia de Leuchtenberg.
Em Outubro de 1829, D. Maria estava de volta ao Rio de
Janeiro levando com ela uma única boa notícia – a prometedora vitória dos
liberais sobre a esquadra miguelista (numa frustrada tentativa de desembarque
dos Absolutistas), na Batalha da Vila da Praia (Praia da Vitória, Ilha
Terceira, Açores), prenunciando a importância que os Açores haveriam de assumir
na futura reconquista de Portugal. Só lentamente, os ventos políticos começaram
a mudar – tanto para a causa liberal portuguesa, como para o destino individual
de D. Pedro e da filha. No Verão de 1830, a “Revolução de Julho”, em Paris,
assinalou o princípio da viragem da diplomacia europeia a favor dos liberais
portugueses; na Primavera de 1831, depois de ter sido forçado a abdicar da
Coroa brasileira no filho (o futuro D. Pedro II), D. Pedro, o pai de D. Maria,
partiu finalmente para a Europa decidido a reconquistar para a filha a Coroa de
Portugal.
Em Agosto de 1831, D. Pedro, imperador do Brasil, rei de
Portugal (agora apenas com o modesto título de Duque de Bragança), a
ex-imperatriz Amélia, sua segunda mulher, e a filha, D. Maria, hospedaram-se no
Hotel Clarendon em Londres, onde recebiam e animavam a comunidade portuguesa
liberal ali exilada. Poucas semanas depois, mudaram-se para Paris, onde a corte
de Luís Filipe de Orleães (rei Luís Filipe I da França
em 1830-1848) lhes proporcionou residência no Palácio de Meudon. Foi em Paris
que D. Maria viveu, entre 1831 e 1833, entregue à sua ama e a outros mestres
providenciados para a sua educação (como o famoso Abade Dupanloup, figura
cimeira do catolicismo francês do tempo). Levava uma vida pacata por entre os
estudos, os passeios e as recepções, tendo ali iniciado uma amizade juvenil,
que perduraria toda a vida, com a princesa Clementina, filha do rei Luís Filipe
I (Clementina de Orleães, casou com o irmão de Fernando II, Augusto de
Saxe-Coburgo-Gotha). Entretanto, na Primavera de 1832, D. Pedro (Pedro de
Alcântara de Bragança e Bourbon, duque de Bragança, defensor da Rainha Maria II)
e a sua entourage partiram de
Belle-Isle-sur-Mer para os Açores e de lá, de S. Miguel, para o Mindelo, nesse
Verão, para o mítico cerco do Porto. Após a reconquista de Lisboa aos
absolutistas, em Julho de 1833, quando a sorte das armas já pendia
decisivamente para o lado liberal, D. Pedro mandou, enfim, chamar a filha.
A 23 de Setembro de 1833 D. Maria II pisou finalmente, e
pela primeira vez na vida, o solo do país de que era rainha. A recepção na
Barra de Lisboa foi solene e festiva. Foram dias de júbilo – mesmo que os meses
seguintes, até Maio de 1834, ainda fossem de combate entre as tropas liberais e
os restos das desbaratadas tropas miguelistas.
Terminada a Guerra Civil, com a Convenção de Évora-Monte e
a partida de D. Miguel para o exílio, D. Pedro preparou-se então para reger o
país até à maioridade da filha – um plano desde sempre contestado pela esquerda
mais radical. O primeiro parlamento da nova era liberal, abriu a 15 de Agosto
de 1834. Contudo, um mês volvido, D. Pedro, gravemente doente, comunicava às
Cortes a sua retirada da política. A 20 de Setembro, D. Maria prestou o
juramento que a entronizava rainha de Portugal. O seu primeiro acto como
soberana foi condecorar o pai com a Grã-Cruz da Ordem da Torre e Espada; quatro
dias volvidos, a 24 de Setembro, o Dador
da Carta morria no Palácio de Queluz, no mesmo quarto onde nascera (quase a
completar 36 anos). A pequena rapariga que aos 15 anos, órfã de pai e mãe, fora
atirada pelas circunstâncias para a excepcional situação de rainha de Portugal
era, afinal, uma princesa em cujas veias corria o sangue combinado dos
Bragança, Bourbon e Habsburgo.
Em Setembro de 1834, ao fim de dois anos de guerra civil
entre liberais e absolutistas e de oito anos de enorme incerteza política –
desde que a morte de D. João VI, em 1826, dera início à querela sucessória
entre D. Pedro IV e D. Miguel – a jovem princesa D. Maria da Glória (com 15
anos de idade) era entronizada rainha de Portugal sob o nome de D. Maria II e,
em virtude da súbita morte do seu pai, D. Pedro IV, declarada maior de idade
para que não se prolongasse o vácuo político. De todos os monarcas do
constitucionalismo liberal, nenhum começou a reinar tão novo quanto D. Maria
II: D. Pedro V tinha 18 anos, D. Luís 23, D. Carlos 26 e D. Manuel II 18. O
início do seu reinado coincidia com o início do Portugal novo da Carta
Constitucional de 1826 – que triunfara sobre o Portugal velho do absolutismo –,
materializado numa monarquia liberal, burguesa e progressista que duraria até
1910.
Durante os primeiros anos do seu reinado, D. Maria viveu
rodeada, e politicamente orientada, pela elite cartista dos “amigos de D.
Pedro” e ainda, em geral, pelos políticos que se achavam no direito a um lugar
de relevo na nova ordem de coisas: Palmela, Silva Carvalho, Terceira, Saldanha,
Agostinho José Freire, Rodrigo da Fonseca, etc. A 1 de Dezembro de 1834, em
cumprimento do plano matrimonial já pensado pelo pai, a rainha casou por
procuração com D. Augusto de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg, o irmão da sua
madrasta, ou seja, o cunhado de D. Pedro, que fora para o Brasil com a irmã em
1829 e que ali estabelecera uma sólida amizade com o pai de D. Maria. O
casamento, por palavras de presente, realizou-se na Sé de Lisboa, a 26 de
Janeiro de 1835. Tragicamente, o príncipe D. Augusto viria a morrer dois meses
depois, dando azo a especulações acerca de um envenenamento hipoteticamente
ordenado pelo próprio Presidente do Conselho, Palmela, acusado de querer casar
o seu filho com a rainha viúva.
Em 1835 D. Maria II casou com D. Augusto de Beauharnais, duque de
Leuchtenberg, mas este morreu apenas dois meses depois. Em 1836, casa com D.
Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha.
Por entre as muitas questões que agitavam a política
portuguesa de então – os empregos, as indemnizações, a venda dos bens
nacionais, a pobreza do tesouro, a desordem e o banditismo – o problema da
sucessão do trono tornou-se um dossier
urgente. E foi com sentido de urgência, enorme pragmatismo político e poucas
considerações de paixão ou amor, que a própria D. Maria encarou a missão de
casar novamente, para depressa dar um herdeiro à Coroa. O Conde do Lavradio,
encarregado de lhe encontrar um segundo marido (na realidade um terceiro, se se
considerar válido o casamento com o tio, D. Miguel), foi descartando sucessivas
possibilidades, sempre sob o olhar atento dos aliados ingleses: o Duque de
Nemours e o Príncipe de Joinville (filhos do rei da França), o Príncipe
Alberto, austríaco, e o Príncipe de Carignano, um napolitano. Assentou-se,
finalmente, em D. Fernando
de Saxe-Coburgo-Gotha, um alemão aparentado com as casas reais britânica e
belga. O casamento por procuração foi celebrado em Lisboa, a 1 de Janeiro de
1836, tendo o Duque da Terceira representado D. Fernando e por palavras de
presente entre os dois nubentes, a 9 de Abril desse ano. Ele tinha 19 anos e
ela acabara de fazer 17. D. Fernando seria o pai dos onze filhos de D. Maria,
que a acompanharia toda a vida e que lhe sobreviveria por longos anos ainda, já
naturalizado português nos gostos e nos hábitos.
D. Maria II casa com Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, que
reinou como seu rei consorte, com o título de Rei D. Fernando II, após o
nascimento do futuro D. Pedro V. Maria foi bastantes vezes avisada pelos
médicos dos riscos de ter um filho por ano, ao que terá respondido: “Se tiver
que morrer, morro no meu posto”. Foi o que sucedeu, quando morreu vítima do seu
décimo primeiro parto (príncipe Eugénio), em 1853, aos 34 anos.
Do casamento de D. Maria II com D. Fernando II, nasceram
onze filhos. Desses, quatro morreram recém-nascidos e três (entre eles o rei D.
Pedro V) morreram jovens, vitimados pela febre tifóide contraída em Vila Viçosa em 1861:
- D.
Pedro V (1837-1861), rei de Portugal (1853-61), casou com D. Estefânia de
Hohenzollern-Sigmaringen (1837-1859, irmã, entre outros, do príncipe Leopoldo,
do rei da Roménia, Carlos I, e de Maria Luísa, mãe do rei Alberto I da Bélgica)
- D.
Luís I (1838-1889), rei de Portugal (1861-89), foi pai de D. Carlos I e avô de
D. Manuel II, respectivamente o penúltimo e último rei de Portugal
- D.
João (1842-1861), Duque de Beja
- D.
Maria Ana (1843-1884), casou com o rei Jorge I da Saxónia
- D.
Antónia de Bragança (1845-1913), casou com o príncipe Leopoldo de
Hohenzollern-Sigmaringen (1835-1905); uma sua neta, D. Augusta Vitória, viria a
casar, em 1913, com o deposto D. Manuel II de Portugal, seu sobrinho-neto
- D.
Augusto (1847-1889), Duque de Coimbra
No mesmo dia do falecimento de D. Maria II, a 15 de
Novembro de 1853, o rei D. Fernando II prestou juramento como regente (de D.
Pedro V) perante o Conselho de Estado – repetindo o gesto, algumas semanas
volvidas, perante as Cortes. A 19 de Novembro de 1853, por entre um
impressionante cortejo fúnebre, repleto de veteranos da Guerra Civil e de
antigos emigrados, o cadáver da rainha foi conduzido do Palácio das
Necessidades para o Mosteiro de São Vicente de Fora, em cujo panteão real ficou
sepultado. Em Setembro de 1855, ao cabo de um biénio de regência pacífico, o
Príncipe D. Pedro foi finalmente jurado e aclamado rei de Portugal, ao
completar 18 anos de idade. D. Maria II foi a última mulher a desempenhar o
cargo de chefe de Estado em Portugal.
D. Miguel
D. Miguel, infante de Portugal (aclamado rei em 1828,
deposto em 1834), sétimo filho de D. João VI, irmão de D. Pedro IV e tio de D.
Maria II, nasceu no Palácio de Queluz, a 26 de Outubro de 1802. Depois da
infância passada no Brasil com a família real, regressou a Lisboa com o pai, em
Abril de 1821, onde rapidamente se destacou, conjuntamente com a mãe, a rainha
D. Carlota Joaquina, como chefe-de-fila do absolutismo. Na sequência da Abrilada, revolta de 1824, foi exilado por
D. João VI, para a corte de Viena, de Francisco I da Áustria. À morte do pai,
em 1826, por acordo com o irmão D. Pedro, aceitou casar com a sobrinha, D.
Maria da Glória, tendo jurado a Carta Constitucional e assinado o matrimónio
por procuração em Viena, em Outubro desse ano. Tinha D. Maria 7 anos de idade
(encontrava-se no Brasil) e este casamento serviria para resolver a situação
política do país, conciliando liberais e absolutistas. Em Fevereiro de 1828
regressou a Portugal (passados quase 4 anos), jurou de novo a Carta
Constitucional, assumiu a regência em nome de D. Maria II (era então regente a
irmã, D. Isabel Maria, Infanta Regente) e nomeou novo ministério. Todavia, o
seu regresso foi para reinar como Rei Absoluto (em 1828-1834), rompendo o
acordo e usurpando o trono da sobrinha. Em Maio de 1828, o regente D. Miguel
convocou os Três Estados do Reino, à maneira tradicional, a Carta
Constitucional de 1826 deixou de vigorar e organizaram-se as eleições para as
Cortes de 1828. Em Julho, as Cortes Gerais, convocadas para o efeito (reunidas
desde Maio), aclamaram D. Miguel I como rei absoluto (que presta juramento
perante os Três Estados). Ainda nesse mês encerram-se as Cortes, que
consideraram D. Pedro soberano de um Estado estrangeiro desde 15 de Novembro de
1825, data da ratificação do tratado que confirmou a independência do Brasil e,
como soberano do Brasil, perdeu o direito à sucessão de Portugal, portanto, não
poderia transmitir esse direito a um dos deus descendentes, nem sequer a uma
estrangeira (D. Maria da Glória, Princesa do Grão-Pará). Assim, as Cortes de
1828, excluindo da sucessão o filho primogénito de D. João VI, de acordo com as
leis fundamentais da monarquia, decidiram que devia suceder a esse rei o filho
segundo, o infante D. Miguel. Derrotado na Guerra Civil (Guerras Liberais, 1832-1834), após
a assinatura da Convenção de Évora-Monte, D. Miguel partiu exilado, em Agosto
de 1834, primeiro para Itália, onde viveu alguns anos sob a protecção do Papa
Gregório XVI, depois para territórios germânicos, onde casou em 1851 com D.
Adelaide de Rosenberg e de quem teve sete filhos. Morreu (sem voltar ao seu
país) na Baviera, a 14 de Novembro de 1866, jazendo hoje em São Vicente de Fora,
para onde foi trasladado. O seu casamento, no papel, com a sobrinha D. Maria
foi declarado nulo pelo Patriarca de Lisboa, aquando da celebração do
matrimónio desta com D. Augusto de Beauharnais, em 1834.
Miguel
I, o Rei Absoluto, rei em 1828-1834
(soberania limitada a partir de 1832) e Adelaide de Rosenberg (da família
reinante do Principado de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg,
na Baviera) foram pais de:
- Maria das Neves de Bragança, casada, sem
descendência, com Afonso Carlos de Bourbon, pretendente carlista ao trono de Espanha, filho de João Carlos de Bourbon e
Bragança, conde de Montizón, também pretendente
- Miguel de Bragança (1853-1927), considerado pelos
legitimistas como o herdeiro do trono
português, pai de Duarte Nuno de Bragança e avô de Duarte Pio de Bragança,
actual pretendente ao trono de Portugal (Miguel casou em primeiras núpcias com
Isabel de Thurn e Taxis e tiveram três
filhos e, em segundas núpcias, com a prima direita Maria Teresa de Rosenberg e
tiveram oito filhos, sendo o único varão, Duarte Nuno)
- Maria Teresa de Bragança, casada com Carlos Luís,
arquiduque da Áustria, irmão do imperador austro-húngaro Francisco José I e avô de
Carlos I da Áustria, com quem teve
duas filhas, Maria Anunciada de Áustria e Isabel Amália de Áustria,
arquiduquesa da Áustria e princesa de Liechtenstein
- Maria
José de Bragança, casada com o duque Carlos Teodoro
da Baviera, neto materno do rei Maximiliano I da Baviera e irmão de Isabel da
Baviera (Sissi), imperatriz consorte
do imperador austro-húngaro Francisco
José I; os duques foram pais de Sofia Adelaide da Baviera, de
Isabel da Baviera, rainha consorte de Alberto I da Bélgica, de Maria Gabriela da
Baviera, princesa consorte de Rodolfo,
príncipe herdeiro da Baviera, de Luís Guilherme da Baviera e, ainda, de Francisco José da Baviera
- Aldegundes de Bragança, casada, sem descendência,
com Henrique de Bourbon e Parma, filho de Carlos III de Parma e Luísa de
Bourbon-Artois e, ainda, irmão de Roberto I de Parma
- Maria Ana de Bragança, casada com o grão-duque
Guilherme IV do Luxemburgo, pais das grã-duquesas Maria Adelaide do Luxemburgo
e Carlota do Luxemburgo (esta casou com o primo direito, príncipe Félix do
Luxemburgo e foram pais de João do Luxemburgo, Nassau e Bourbon e Parma, oitavo
grão-duque do Luxemburgo) e, também, de Ilda do Luxemburgo, Antónia do
Luxemburgo, Isabel do Luxemburgo e de Sofia do Luxemburgo
- Maria
Antónia de Bragança, casada, em 1884, com o duque Roberto I de Parma (filho de
Carlos III de Parma e Luísa de Bourbon-Artois e, também, sobrinho de Henrique,
conde de Chambord, pretendente ao trono francês), foram pais de 12 filhos, como
Sisto de Bourbon e Parma (1886-1934), Francisco
Xavier de Bourbon e Parma (pretendente a duque de Parma, Francisco Xavier I,
pretendente carlista ao trono de Espanha, chefe da Casa Ducal de Parma),
imperatriz Zita de Bourbon e Parma (imperatriz consorte de Carlos I da Áustria,
último imperador austro-húngaro em 1916-1918, com a dissolução do Império
Austro-Húngaro após a I Guerra Mundial; Carlos I exilou-se e morreu, em 1922,
na ilha da Madeira e foi beatificado pela Igreja Católica como Beato Carlos da
Áustria, que também procedeu à abertura do processo de beatificação de Zita de
Bourbon e Parma), príncipe Félix do Luxemburgo (casado com a prima direita
Carlota do Luxemburgo, grã-duquesa do Luxemburgo, filha do grão-duque Guilherme
IV do Luxemburgo e de Maria Ana de Bragança), Renato de Bourbon e Parma (casado
com a princesa Margarida da Dinamarca, filha do príncipe Valdemar da Dinamarca
e neta do rei Cristiano IX da Dinamarca, que foram pais de Ana de Bourbon e
Parma, rainha consorte da Roménia e outros) e Luís de Bourbon e Parma (casado
com a princesa Maria Francisca de Sabóia, filha de Vítor Manuel III de Itália e
irmã do rei Humberto II de Itália).
Filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina de Bourbon
(filha de Carlos IV, rei de Espanha, e de Maria Luísa de Parma), avós de Maria
II:
- Maria
Teresa de Bragança, Princesa da Beira (1793-1874), casada (1810) com o infante
Pedro Carlos de Bourbon, neto de Carlos III de Espanha (e também de D. Maria I
de Portugal, sendo os noivos primos-irmãos), tiveram um filho, D. Sebastião de
Bourbon e Bragança (1811-1875). Ficou viúva em 1812 e, em 1838, casou em
segundas núpcias com o seu cunhado e tio, D. Carlos de Bourbon (que enviuvara
de D. Maria Francisca em 1834). Não tiveram filhos, contudo, ela cuidou dos
três enteados, que também eram seus primos-irmãos
- António
Francisco de Assis de Bragança e Bourbon, Príncipe da Beira (1795-1801)
- Maria
Isabel de Bragança, rainha de Espanha (1797-1818), casada, sem descendência,
com o tio, Fernando VII de Espanha
- Pedro
I do Brasil e IV de Portugal, imperador do Brasil e rei de Portugal
(1798-1834), sucedeu ao pai, D. João VI, no trono (casado com Leopoldina de
Áustria, imperatriz do Brasil e rainha de Portugal, e com Amélia de
Leuchtenberg, imperatriz do Brasil e duquesa de Bragança)
- Maria
Francisca de Assis de Bragança (1800-1834), casada com o tio, D. Carlos Maria
Isidro de Bourbon, infante de Espanha e, mais tarde, conde de Molina (foram
pais de Carlos Luís de Bourbon, João Carlos de Bourbon e Bragança e de Fernando
de Bourbon e Bragança)
- Isabel
Maria, regente de Portugal (1801-1876). A Infanta D. Isabel Maria Regente do
Reino presidiu ao Conselho de Regência de 1826 a 1828. No dia 6 de
Março de 1826, D. João VI, doente (morre em 10 de Março), nomeou uma regência
presidida pela infanta D. Isabel Maria, de vinte e cinco anos, a qual
vigoraria, mesmo com a morte do rei, até que o legítimo herdeiro e sucessor da
Coroa aparecesse. Tendo o Conselho de Regência escolhido D. Pedro como rei (com
a morte de D. João VI), D. Pedro IV sucedeu no trono e confirmou a instituída
regência. A 2 de Maio de 1826 abdicou D. Pedro a favor de D. Maria II, sua
filha, que deveria casar com o tio D. Miguel. D. Isabel Maria manteve-se em
funções após a abdicação e foi regente de Portugal até 26 de Fevereiro de 1828,
data em que a regência passou para D. Miguel, regressado ao reino
- Miguel
I, rei de Portugal (1802-1866)
- Maria
da Assunção de Bragança (1805-1834)
- Ana
de Jesus Maria de Bragança (1806-1857), casada em 1828 (regência da Infanta
Regente D. Isabel Maria) com o II marquês de Loulé, Nuno José Severo de
Mendonça e Moura (1804-1875), político da monarquia Constitucional que foi por
diversas vezes ministro e, por três vezes, primeiro-ministro (em 1856-59,
1860-65 e 1869-70) e foi, ainda, primeiro duque de Loulé em 1862 (filho de Agostinho Domingos José de Mendoça e Moura
Barreto, I marquês de Loulé e de Maria Margarida do Carmo e Menezes), foram pais de Ana Carlota de Mendoça, casada com o III conde de Linhares, de Maria do Carmo de Mendoça, casada com o III conde de Belmonte, de Pedro
Agostinho de Mendoça Rolim de Moura Barreto (1830-1909), II duque e III marquês de Loulé e
X conde de Vale dos Reis (pai de duas filhas), de Maria Amália de Mendoça (com descendência) e, também, de Augusto Pedro de Mendoça Rolim de Moura Barreto, III conde de Azambuja (com
descendência).
D. Augusto de
Beauharnais, Duque de Leuchtenberg
Duque e Príncipe de Leuchtenberg e Duque de Santa Cruz.
Nasceu em 1810 e foi filho do 1.º duque de Leuchtenberg, Eugénio de Beauharnais
(filho da Imperatriz Josefina e filho adoptivo de Napoleão Bonaparte e seu
Vice-Rei de Itália) e da Princesa D. Augusta da Baviera (filha do Rei
Maximiliano I da Baviera). Foi, também, irmão da imperatriz brasileira D.
Amélia de Leuchtenberg, a segunda esposa em 1829 de D. Pedro I, e foi primo
direito do futuro Napoleão III da França (presidente
da Segunda República Francesa de 1848
a 1852, como Luís Napoleão Bonaparte, e imperador da
França de 1852 a
1870). Quer a avó de D. Augusto, quer a tia de D. Maria II, tinham sido
casadas com o Imperador Napoleão I da França.
D. Augusto casou com a rainha D. Maria II, enteada da sua
irmã Amélia, por procuração, a 1 de Dezembro de 1834, e por palavras e de
presente, na Sé de Lisboa, a 26 de Janeiro de 1835.
D. Augusto foi Marechal do exército português e Par do
Reino, tomando assento na Câmara Alta alguns dias após o matrimónio.
Fulminado por uma angina, morreu a 28 de Março de 1835, no
Palácio das Necessidades, ao cabo de escassos dois meses de casamento. Está
sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora. A irmã, a Imperatriz viúva de D.
Pedro IV, viria a morrer em Lisboa no Palácio das Janelas Verdes, em Janeiro de
1873.
Josefina de Beauharnais casou com Alexandre de Beauharnais
(Visconde de Beauharnais), de quem teve 2 filhos: Eugénio de Beauharnais
(1781-1824) e Hortênsia de Beauharnais (1783-1837). Em 1796, então viúva do
Visconde de Beauharnais, casou com o general Napoleão Bonaparte, tendo este
adoptado os dois enteados. Depois do divórcio, o imperador Napoleão I da França
voltaria a casar em 1810 com Maria Luísa de Áustria, de quem teve Napoleão II
da França (1811-1832).
Eugénio de Beauharnais (filho da Imperatriz Josefina, a
primeira mulher de Napoleão Bonaparte), filho adoptivo do imperador da França,
príncipe da França, vice-rei de Itália, duque de Leuchtenberg, casou com
Augusta da Baviera, filha do rei da Baviera, Maximiliano I José. Eugénio de
Beauharnais e Augusta da Baviera tiveram os seguintes filhos:
- Josefina
(1807-1876), casada com Óscar I, rei da Suécia e da Noruega
- Eugénia
(1808-1847), casada com o príncipe alemão, Constantino de
Hohenzollern-Hechingen
- Augusto
(1810-1835), príncipe consorte de Portugal casado com D. Maria II
- Amélia
(1812-1873), casada com D. Pedro I, imperador do Brasil (D. Maria Amélia de
Bragança, princesa do Brasil, filha única de D. Amélia de Leuchtenberg e D.
Pedro I do Brasil)
- Teodolinda
(1814-1857), casada com Guilherme, duque de Urach
- Maximiliano
(1817-1852), casado com Maria Nikolaevna (da Dinastia Romanov), grã-duquesa da
Rússia, filha de Nicolau I da Rússia.
Hortênsia de Beauharnais (1783-1837), irmã de Eugénio, foi
esposa de Luís Bonaparte, rei da Holanda (irmão de Napoleão Bonaparte) e mãe de
Napoleão III da França (1808-1873).
D. Fernando II
D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha (1816- 1885) foi rei
consorte de Portugal após o nascimento de D. Pedro em 1837, fruto do casamento
com a rainha D. Maria II em 1836. Fernando II foi filho de Fernando, príncipe
de Saxe-Coburgo-Gotha (mais tarde, de Saxe-Coburgo-Gotha-Koháry)
e de Maria Antónia de Koháry, sobrinho do Duque reinante de Saxe-Coburgo-Gotha,
Ernesto I, e do rei Leopoldo I da Bélgica e, também, primo direito do príncipe
Alberto de Saxe-Coburgo-Gotha (futuro marido da rainha Vitória do Reino Unido,
sua prima direita e, também, de Fernando II). Passou à história como o Rei-Artista.
Foi regente de Portugal na menoridade de D. Pedro V, entre
1853 e 1855, e putativo candidato aos tronos da Grécia, em 1862, e da Espanha,
entre 1868 e 1870.
De acordo com as leis portuguesas, Fernando tornou-se rei
de Portugal apenas após o nascimento do primeiro príncipe, que foi o futuro rei
Pedro V, em 1837. Um marido de uma rainha reinante recebia o título de príncipe até a rainha ter um filho seu.
Só depois de ter um herdeiro real poderia ser-lhe concedido o título de rei. Aconteceu isto só por duas vezes na
história do país, com D. Maria I, que quando começou a reinar em 1777 deu ao
seu marido (e tio) o título de Rei consorte e com D. Maria II, que em 1836
casou com o seu segundo marido, Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha. Fernando
recebeu o título de Rei consorte em 1837, a seguir ao nascimento do seu primeiro
filho, e reinou como Fernando II (em Portugal também os reis consortes são
numerados) juntamente com a sua esposa. Por esse motivo, o primeiro marido de
Maria II, D. Augusto de Beauharnais, não foi rei, mas apenas príncipe consorte
(uma vez que morreu sem ter filhos da rainha).
Embora fosse Maria a detentora do poder, Fernando foi
sempre uma figura presente na política portuguesa e conselheiro de confiança da
monarca. Fernando foi regente do reino quatro vezes, durante as gravidezes de
Maria, depois da sua morte em 1853 (D. Pedro V, Regência de D. Fernando II,
1853-1855) e quando o seu filho, o rei D. Luís I, e a rainha D. Maria Pia se
ausentaram de Portugal, para assistirem à Exposição de Paris em 1867.
Viúvo desde 1853, voltou a casar em segundas núpcias em
1869 com Elisa Hensler, uma cantora de ópera, a quem o rei da Prússia conferiu
o título de Condessa de Edla. Elisa teve uma filha, baptizada Alice Hensler,
cujo pai era desconhecido, havendo suspeições de ser filha de D. Fernando.
D. Fernando morreu em Lisboa, a 15 de Dezembro de 1885,
com 69 anos de idade. Tal como D. Miguel e D. Augusto, está sepultado no
Panteão Real de S. Vicente de Fora, em Lisboa. Jaz ao lado de Maria II, a sua primeira
esposa.
Fernando II e a Casa de Saxe-Coburgo-Gotha
Fernando II de Portugal foi filho de Fernando, príncipe de
Saxe-Coburgo-Gotha (mais tarde, de Saxe-Coburgo-Gotha-Koháry)
e de Maria Antónia de Koháry e, também, sobrinho do duque soberano Ernesto I de
Saxe-Coburgo-Gotha e neto de Francisco de Saxe-Coburgo-Saalfeld.
Francisco, duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld (1750-1806), da
Casa de Wettin (ramo Ernestino),
duque em 1800-1806 do Sacro Império Romano-Germânico, foi pai de:
- Sofia
de Saxe-Coburgo-Saalfeld (1778-1835), casada com Emanuel de Mensdorff-Pouilly
(1777-1852)
- Antonieta
de Saxe-Coburgo-Saalfeld (1779-1824), casada com Alexandre de Württemberg
(1771-1833, da Casa de Vurtemberga)
- Juliana
de Saxe-Coburgo-Saalfeld (1781-1860), casada (em 1796, divorciada em 1820) com Constantino
Romanov (1779-1831, grão-duque da Rússia da Dinastia Romanov)
- Ernesto
I de Saxe-Coburgo-Gotha (1784-1844), duque soberano, sucedeu o pai (como
Ernesto III) e em 1826, ao integrar no seu território o ducado de Gotha e
cedendo o de Saalfeld, cria um novo ducado (1826-1918), mudando o nome da
família para Saxe-Coburgo-Gotha; Ernesto I casou primeiro (em 1817, divorciados
em 1826) com Luísa de Saxe-Gotha-Altenburg (1800-1831) e foram pais do duque
Ernesto II e do príncipe Alberto (que casou com a rainha Vitória do Reino
Unido) e casou depois (em 1832, sem descendência) com Maria de Württemberg
(1799-1860), sua sobrinha (filha de Antonieta)
- Fernando
Jorge (1785-1851), casado com a princesa húngara Maria Antónia de Koháry;
Fernando, príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha foi pai de Fernando de
Saxe-Coburgo-Gotha, rei consorte (Fernando II) de Maria II de Portugal (pais
dos reis Pedro V e Luís I), de Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha, que casou com
Clementina de Orleães (filha do rei Luís Filipe I da França) e foram pais de
Fernando I da Bulgária e de Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha (que foi casado
com Leopoldina de Bragança, filha do imperador Pedro II do Brasil) e, também,
pai de Vitória de Saxe-Coburgo-Gotha, que casou com Luís de Orleães, duque de
Nemours (filho do rei Luís Filipe I da França) e foram pais de Gastão de
Orleães, príncipe imperial consorte do Brasil, conde de Eu
- Vitória
de Saxe-Coburgo-Saalfeld (1786-1861), casada primeiro (de 1803 a 1814) com Emich
Carlos, príncipe de Leiningen (1763-1814) e depois com (em 1818) o príncipe
Eduardo, duque de Kent (1767-1820), o quarto filho do rei Jorge III do Reino
Unido; com o príncipe de Leiningen, foram pais de Carlos, 3.º príncipe de
Leiningen e Feodora de Leiningen e, ainda, com o duque de Kent, pais da rainha
Vitória do Reino Unido (que casou com o primo direito Alberto, filho de Ernesto
I)
- Leopoldo
de Saxe-Coburgo-Gotha (1790-1865), primeiro rei dos Belgas, como Leopoldo I da
Bélgica, casado primeiro (em 1816, sem descendência) com Carlota de Gales (1796-1817),
filha única de Jorge, Príncipe Regente (príncipe de Gales, futuro rei Jorge IV
do Reino Unido) e depois (em 1832) com Luísa de Orleães (1812-1850), filha do
rei Luís Filipe I da França, sendo pais de Leopoldo II da Bélgica, de Filipe,
conde da Flandres (pai de Alberto I, sucessor de Leopoldo II) e de Carlota do
México, imperatriz consorte do México (com Maximiliano I do México)
Assim, foram primos-irmãos e irmãos de Fernando II de
Portugal (em 1837-1853), da Casa de Saxe-Coburgo-Gotha, todos netos do duque
Francisco de Saxe-Coburgo-Saalfeld:
- Ernesto
II de Saxe-Coburgo-Gotha, duque soberano em 1844-1893 e chefe da Casa de
Saxe-Coburgo-Gotha
- Alberto,
príncipe consorte do Reino Unido (consorte da rainha Vitória em 1840-1861 e
irmão de Ernesto II)
- Augusto
de Saxe-Coburgo-Gotha (irmão de Fernando II), casado com Clementina de Orleães,
filha de Luís Filipe I, rei da França em 1830-1848, pais de Fernando I da
Bulgária, príncipe soberano da Bulgária em 1887-1908 e tsar em 1908-1918 e,
também, de Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha (que foi casado com Leopoldina de
Bragança, princesa do Brasil, irmã de Isabel
de Bragança, princesa imperial do Brasil, filhas do imperador Pedro II
do Brasil)
- Vitória
de Saxe-Coburgo-Gotha (irmã de Fernando II e de Augusto), casada com Luís de
Orleães, duque de Nemours, filho de Luís Filipe I da França, pais de Gastão de
Orleães, príncipe imperial consorte do Brasil em 1864-1889, conde de Eu (casado
com Isabel de Bragança, princesa
imperial do Brasil)
- Vitória
do Reino Unido, rainha em 1837-1901
- Leopoldo
II da Bélgica, rei em 1865-1909
- Carlota
do México, imperatriz consorte, em 1864-1867, de Maximiliano I do México (irmã
de Leopoldo II).
A Maria II e Fernando II de Portugal sucederam os filhos,
Pedro V e (depois) Luís I.